As dez melhores canções de sempre neste preciso momento #16 - Azevedo Silva
· 26 Mai 2009 · 15:00 ·

Não é fácil para todos. Às vezes há que fazer vários rascunhos, pensar várias vezes, deixar as ideias a marinar, dormir sobre o assunto. Poucos são aqueles que tiram 10 canções – ainda que as melhores de sempre neste preciso momento – da cabeça como quem tira um coelho da cartola. Azevedo Silva - ou melhor, Luis Azevedo Silva - tem as mesmas dificuldades dos comuns mortais. Ele que declara democraticamente influências de Carlos Paredes e Zeca Afonso, enviou uma primeira proposta e depois deitou-a ao lixo, rescreveu tudo e apresentou nova moção – aceite, diga-se. Estas são as suas escolhas para as canções do momento.



Da primeira vez que escolhi as músicas li mal o desafio. Pensei em realçar aqueles que são os que tenho como "os melhores de sempre". Reli, reconsiderei e resolvi escolher as músicas que me têm acompanhado nos últimos meses. Numa ordem perfeitamente aleatória.

"DCC Cassete", Verse in Coma
: Da mesma fornalha dos Pygmy Lush e dos Haram. Qualquer um dos temas do "Rialto" é muito bom mas escolhi este porque talvez tenha sido o primeiro a ficar no ouvido. Aconselho vivamente.

"God condition", Pygmy Lush: "Mount Hope" era um disco que esperava há algum tempo porque tinha gostado bastante do "Bitter River". Ao princípio foi uma pequena desilusão mas aos poucos foi-se tornando "maior". À semelhança da "Asphalt", esta foi das músicas que desde cedo me agarrou.

"Kampala", Hurtmold
: É uma banda brasileira que sigo há um ou dois anos e tive a felicidade de tocar com eles em Brasília. São músicos muito bons e este tema, do disco "Cozido", é ainda o que mais oiço. É música instrumental mas com um ritmo e jeitinho sul americano.

"Truth is dark like outter space", Evangelista: Há pouco tempo estiveram em Portugal e tive oportunidade de ver o concerto. Gostei bastante mas não tocaram este tema em Lisboa. Talvez por ter ficado lixado com isso, é das músicas que continuo a ouvir mais.

"A noite passada", Sérgio Godinho: Num outro mês qualquer talvez não tivesse escolhido esta música mas há pouco tempo comecei a ouvir a discografia completa do Sérgio Godinho e adorei este tema. Não sei se pelas palavras se pela maneira mais pausada que encontrou para se explanar. Mas não me sai da cabeça. O mesmo se passa com "Balderrama" de Mercedes Sosa.

"Plastic hearts", Haram: Foi o primeiro tema de Haram que descobri através de um site alemão (acho que era o Roawr) e, depois de ouvi-lo, tive de arranjar o disco. Ainda hoje acho que é dos temas mais fortes que eles têm.

"House by the sea", Iron & wine: Nunca prestei muita atenção a Iron & Wine mas este disco, ao final da tarde, a olhar para o mar, soube bem. Sei que é provavelmente a descrição mais lamechas que vais receber por aqui mas foi mesmo assim.

"Beauty", 31 knots: Também gosto deles há algum tempo mas não sei precisar desde quando. Para mim sempre foi meio estranho tentar perceber porque é que eles tinham temas tão bons e temas tão desnecessários num disco. Mas este de 2007 conseguiu agarrar-me do princípio ao fim e achei esta música muito boa. Ainda por cima foi logo a primeira do disco.

"The great golden baby", Circa Survive: Este é outro exemplo de um disco que, à primeira audição, não me disse absolutamente nada. Quando cheguei a este tema tive de ouvi-lo repetidamente, quase infinitamente. Só depois de assimila-lo é que consegui ouvir o resto do disco e agora acho que foi um dos melhores daquele ano.

"Can't tell me nothing", Kanye West: Acho que tem a ver com o videoclip. Não sei se é uma interpretação abusiva do que vi mas é, provavelmente, o melhor video a gozar com os vídeos de hip hop. Pelo menos da realidade americana.

André Gomes
andregomes@bodyspace.net

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