Murcof
Passos Manuel, Porto
27 Jan 2006
No dia em que se celebravam 250 anos do nascimento de Mozart (nascido na belíssima cidade de Salzburgo no dia 27 de Janeiro de 1756; morreu em Viena, no dia 5 de Dezembro de 1971), o mexicano Fernando Corona (mais conhecido como Murcof) apresentava-se no Passos Manuel para um concerto inserido na promoção do seu mais recente disco, o obrigatório Remembranza, editado pela incontornável Leaf em Outubro do mês passado. Mesmo ao lado, no Coliseu do Porto, celebravam-se a música e a história de Wolfgang Amadeus Mozart num espectáculo que aparentemente contou com a presença de muitos. Curiosamente ou não, também o Passos Manuel se vestiu de gala para receber o autor de Martes - que é como quem diz, sala muito muito perto da lotação esgotada. E que bom que é ver o Passos Manuel assim tão cheio de gente – quase se esquece os encontrões e apertões.
As melodias de ambos não se terão entrecruzado, mas reside em tudo isto a curiosidade de o próprio Murcof utilizar elementos de música clássica nas suas composições electrónicas. Ambas as áreas são fundidas; da mesma forma que o céu se projectado na tela por detrás do palco se fundiu a certa altura – o ponto preciso onde ambos se unem (por momento não se sabia se víamos o céu ou o mar) é de uma profunda beleza. Não diríamos provavelmente que Fernando Corona é um inovador, mas também não conhecemos nada que soe desta forma. Fernando Corona esteve sempre sentado em frente do seu laptop, claro está, mas, como o próprio tinha anunciado numa entrevista ao site da Mondo Bizarre dias antes da chegada de chegar a Portugal, o mexicano toca sempre de ouvido, por isso não tem nunca a certeza daquilo que vai tocar até estar em palco. Como resultado, o set que Murcof apresentou (que se fez de momentos do primeiro e segundo disco e de algumas raridades) mostrou-se pouco óbvio – tornava-se bastante complicado perceber para onde o mexicano iria a seguir, especialmente de olhos fechados, para que a visão real não ofuscasse a viagem. E que viagem.
O mais certo é que ninguém se recorde do tempo da viagem (e muito menos do preço, uns míseros 4 euros – até podia ser 3 se comprado em antecedência), mas os mais atentos terão, por exemplo, reconhecido, vibrado e sentido o peso de “Urano” – tema que apareceu pela primeira vez no EP Ulysses (que apenas foi editado em vinil) para depois surgir em Utopía. Mas quem diz “Urano” diz mais uma meia dúzia de temas até mais ‘populares que elevaram e muito a mente a quem a eles se entregou; temas que carregam uma aura de mistério inquebrável e paisagens que se preferem imaginadas a reais. Com Murcof, o poder começa e acaba na mente. De cada um, de todos nós.
As melodias de ambos não se terão entrecruzado, mas reside em tudo isto a curiosidade de o próprio Murcof utilizar elementos de música clássica nas suas composições electrónicas. Ambas as áreas são fundidas; da mesma forma que o céu se projectado na tela por detrás do palco se fundiu a certa altura – o ponto preciso onde ambos se unem (por momento não se sabia se víamos o céu ou o mar) é de uma profunda beleza. Não diríamos provavelmente que Fernando Corona é um inovador, mas também não conhecemos nada que soe desta forma. Fernando Corona esteve sempre sentado em frente do seu laptop, claro está, mas, como o próprio tinha anunciado numa entrevista ao site da Mondo Bizarre dias antes da chegada de chegar a Portugal, o mexicano toca sempre de ouvido, por isso não tem nunca a certeza daquilo que vai tocar até estar em palco. Como resultado, o set que Murcof apresentou (que se fez de momentos do primeiro e segundo disco e de algumas raridades) mostrou-se pouco óbvio – tornava-se bastante complicado perceber para onde o mexicano iria a seguir, especialmente de olhos fechados, para que a visão real não ofuscasse a viagem. E que viagem.
O mais certo é que ninguém se recorde do tempo da viagem (e muito menos do preço, uns míseros 4 euros – até podia ser 3 se comprado em antecedência), mas os mais atentos terão, por exemplo, reconhecido, vibrado e sentido o peso de “Urano” – tema que apareceu pela primeira vez no EP Ulysses (que apenas foi editado em vinil) para depois surgir em Utopía. Mas quem diz “Urano” diz mais uma meia dúzia de temas até mais ‘populares que elevaram e muito a mente a quem a eles se entregou; temas que carregam uma aura de mistério inquebrável e paisagens que se preferem imaginadas a reais. Com Murcof, o poder começa e acaba na mente. De cada um, de todos nós.
· 27 Jan 2006 · 08:00 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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