Kurt Rosenwinkel
Fórum Cultural, Seixal
22 Out 2005
O Seixal Jazz é um festival com características muito próprias: tem um estranho formato e em cada noite apresenta dois espectáculos (pagantemente) distintos do mesmo músico. A edição de 2005 está a esforçar-se por dar continuidade ao bom trabalho das edições anteriores, que fizeram do subúrbio Seixal um ponto obrigatório no mapa do jazz e promoveram concertos de músicos grandes como Benny Golson, Brad Mehldau, Lee Konitz, Freddie Hubbard ou Art Ensemble of Chicago. Na senda deste historial, este ano o Seixal recebe, entre outros, Wayne Escoffery, Kurt Rosenwinkel, David Binney e Miguel Zenon.
Depois do warm up (21h30), o Kurt Rosenwinkel Quintet apresentou-se no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal para o público (um pouco menos composto) das 23h30. O espectáculo atrasou-se (é normal, estamos em Portugal) e começou por volta das 00h00. Sob a liderança da guitarra de Kurt Rosenwinkel, o quinteto compunha-se com Chris Cheek (saxofone tenor), Aaron Goldberg (piano), Omer Avital (contrabaixo) e Eric Harland (bateria).
A guitarra de Rosenwinkel é um livro onde se contam histórias. Histórias embaladas por notas rápidas, suspensas, por vezes esperadas, outras vezes desconcertantes (acalentadas por vezes na subtileza no pedal). Aqui há mais que simples exibição. Ao malabarismo técnico (impecável) da guitarra, seguia-se a vez do piano. Aaron Goldberg, que normalmente começava tímido pela repetição de padrões melódicos, desenvolvia crescendos soberbos, acompanhado pela bateria atenta de Eric Harland – a comunicação era perfeita e o contrabaixo estava ao centro. Só o saxofonista Chris Cheek esteve uns furos abaixo do resto dos colegas – menos inspirado, cumpriu o seu papel sem entusiasmar. Como me disse um amigo, os extremos (piano e bateria) atacavam coordenados com rapidez e precisão e o Valderrama (referência à cabeleira afro do contrabaixista) fazia a organização de jogo.
Do alinhamento do concerto de aproximadamente uma hora e quarenta minutos destacou-se, especialmente, “‘Round Midnight” (original de Thelonious Monk). Neste tema Rosenwinkel agarrou a liderança e mostrou quem manda. Ao longo do concerto notou-se que, para além das capacidades técnicas individuais, há uma forte unidade de grupo que desagua numa fluidez de comunicação pouco comum. Kurt Rosenwinkel mostrou-se, partilhou democraticamente as luzes com os outros músicos e deixou uma plateia satisfeita. Como deveria acontecer sempre.
Depois do warm up (21h30), o Kurt Rosenwinkel Quintet apresentou-se no Auditório Municipal do Fórum Cultural do Seixal para o público (um pouco menos composto) das 23h30. O espectáculo atrasou-se (é normal, estamos em Portugal) e começou por volta das 00h00. Sob a liderança da guitarra de Kurt Rosenwinkel, o quinteto compunha-se com Chris Cheek (saxofone tenor), Aaron Goldberg (piano), Omer Avital (contrabaixo) e Eric Harland (bateria).
A guitarra de Rosenwinkel é um livro onde se contam histórias. Histórias embaladas por notas rápidas, suspensas, por vezes esperadas, outras vezes desconcertantes (acalentadas por vezes na subtileza no pedal). Aqui há mais que simples exibição. Ao malabarismo técnico (impecável) da guitarra, seguia-se a vez do piano. Aaron Goldberg, que normalmente começava tímido pela repetição de padrões melódicos, desenvolvia crescendos soberbos, acompanhado pela bateria atenta de Eric Harland – a comunicação era perfeita e o contrabaixo estava ao centro. Só o saxofonista Chris Cheek esteve uns furos abaixo do resto dos colegas – menos inspirado, cumpriu o seu papel sem entusiasmar. Como me disse um amigo, os extremos (piano e bateria) atacavam coordenados com rapidez e precisão e o Valderrama (referência à cabeleira afro do contrabaixista) fazia a organização de jogo.
Do alinhamento do concerto de aproximadamente uma hora e quarenta minutos destacou-se, especialmente, “‘Round Midnight” (original de Thelonious Monk). Neste tema Rosenwinkel agarrou a liderança e mostrou quem manda. Ao longo do concerto notou-se que, para além das capacidades técnicas individuais, há uma forte unidade de grupo que desagua numa fluidez de comunicação pouco comum. Kurt Rosenwinkel mostrou-se, partilhou democraticamente as luzes com os outros músicos e deixou uma plateia satisfeita. Como deveria acontecer sempre.
· 22 Out 2005 · 08:00 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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