Desde que lançaram o seu fenomenal primeiro EP, Spider Tracks, no final de 2014, os Cave Story têm andado a pulular por esse vasto mundo que é Portugal. Concertos atrás de concertos, canções como "Southern Hype" ou "Richman" (mais antiga ainda) a saciar a sede de rock n' roll de muitos freaks; que por aí andam, e uma margem considerável de crescimento pela frente - não são algo estanque, pastilha que se mastiga e deita fora. Trabalharam no duro e hão-de continuar a fazê-lo.

Eis-nos então chegados a West, o seu álbum de estreia, título provavelmente homenageando esse local místico e turbulento a que chamamos Caldas da Rainha e toda a zona envolvente. Havia alguns turistas daí advindos, nesta noite no Musicbox, com meia casa a assistir ao concerto de apresentação do supracitado enquanto Elijah Wood, ou Frodo, ou Wooden Wisdom, não subia ao palco para mostrar ao povo exactamente que vinis comprou na Groovie, horas antes.

Durante uma hora, os Cave Story foram um pequeno furacão; para além de uns quantos "obrigados" poucas palavras foram ditas, preferindo o trio - depois transformado em quarteto com Manuel Simões na guitarra - deixar falar os temas de West, que mantêm a toada que já lhes conhecíamos: há aqui Wire, há aqui The Fall, há aqui a idiossincracia de Jonathan Richman e, sobretudo, há Cave Story. Rock frenético e ora por ora dançável, uma guitarra metálica e um baixo pulsante sob ritmo forte e equilibrado. O Oeste triunfará outra vez.