Peach Kelli Pop / Vaiapraia
Damas Bar, Lisboa
08- Out 2015
Noite semi-fria e uma subida enorme à nossa frente antes de chegarmos ao Damas, espaço que tem conquistado a Graça e os lisboetas em geral: por cá têm passado inúmeros concertos de gente de qualidade, sendo que para esta noite estavam reservadas as Peach Kelli Pop, quinteto feminino que eleva o garage rock a um patamar Hello Kitty - e, atenção, isto é um elogio. Perante uma sala minimamente bem composta (o espaço também não é enorme), as canadianas cumpriram a sua tarefa e devolveram aos fãs o amor que estes lhes demonstraram.
Mas já lá vamos. Antes há que falar de Vaiapraia, ou Rodrigo Soromenho Marques, uma das pessoas por detrás da Maternidade, promotora/família que fez com que este concerto das PKP acontecesse, bem como o do Porto, no dia anterior. E há que falar de Vaiapraia porque esta música é sobre Tinders e Grindrs; porque as Rainhas do Baile, que o têm acompanhado, são dotadas de um baixo e de uma bateria tão simples e gostosos que parece mentira; porque a voz dele se embarga de um ennui adolescente e complexo, do género de quem se está completamente a cagar para o que pensarão os demais; porque ficamos com a sensação, ao ver este concerto, de que qualquer pessoa o podia ter feito mas, como assim não sucedeu, essas pessoas que se fodam; porque nunca uma gargalhada foi tão deliciosa como a que veio logo a seguir a Podias ser um artista verdadeiro / Eu só queria fazer funk brasileiro, que é na boa um dos melhores versos alguma vez escritos em português; porque canta o sexo e o suor e o teen spirit e o trash e o whatever e o amor e tudo o que vem com o pacote de uma forma tão esplendorosa que não podemos senão pensar estar perante o João Peste que a geração Tumblr merece.
E por ter sido tão, mas tão danado de bom, quase nos esquecíamos que as PKP estavam ali, vindas directamente dos calorosos Estados Unidos via Califórnia via Otava para uma dose saudável de noise injectado com açúcar, algodão-doce em tripla velocidade que se incide sobre temas tão variados como a água em Marte, Navegantes da Lua ou praias para nudistas - ou princesas, como "Princess Castle 1987", uma das suas melhores canções e aquela que abre o terceiro disco da banda. Até final, houve pulos q.b., elogios ao chef do Damas e uma saudação aos presentes: não têm de trabalhar amanhã? Vocês são mesmo punks.... Chegaram, viram, e encheram tudo de corações.
Mas já lá vamos. Antes há que falar de Vaiapraia, ou Rodrigo Soromenho Marques, uma das pessoas por detrás da Maternidade, promotora/família que fez com que este concerto das PKP acontecesse, bem como o do Porto, no dia anterior. E há que falar de Vaiapraia porque esta música é sobre Tinders e Grindrs; porque as Rainhas do Baile, que o têm acompanhado, são dotadas de um baixo e de uma bateria tão simples e gostosos que parece mentira; porque a voz dele se embarga de um ennui adolescente e complexo, do género de quem se está completamente a cagar para o que pensarão os demais; porque ficamos com a sensação, ao ver este concerto, de que qualquer pessoa o podia ter feito mas, como assim não sucedeu, essas pessoas que se fodam; porque nunca uma gargalhada foi tão deliciosa como a que veio logo a seguir a Podias ser um artista verdadeiro / Eu só queria fazer funk brasileiro, que é na boa um dos melhores versos alguma vez escritos em português; porque canta o sexo e o suor e o teen spirit e o trash e o whatever e o amor e tudo o que vem com o pacote de uma forma tão esplendorosa que não podemos senão pensar estar perante o João Peste que a geração Tumblr merece.
E por ter sido tão, mas tão danado de bom, quase nos esquecíamos que as PKP estavam ali, vindas directamente dos calorosos Estados Unidos via Califórnia via Otava para uma dose saudável de noise injectado com açúcar, algodão-doce em tripla velocidade que se incide sobre temas tão variados como a água em Marte, Navegantes da Lua ou praias para nudistas - ou princesas, como "Princess Castle 1987", uma das suas melhores canções e aquela que abre o terceiro disco da banda. Até final, houve pulos q.b., elogios ao chef do Damas e uma saudação aos presentes: não têm de trabalhar amanhã? Vocês são mesmo punks.... Chegaram, viram, e encheram tudo de corações.
· 12 Out 2015 · 00:18 ·
Paulo CecÃliopauloandrececilio@gmail.com
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