Norberto lobo
Igreja St. George, Lisboa
15- Jan 2015
Antes de mais, o sítio: a Igreja de São Jorge dos Ingleses é um sítio imponente e não é preciso ser-se religioso para se sentir a imensa energia do local. Chega-se à igreja atravessando um cemitério e pelo caminho somos ladeados por campas e jazigos. Além de ser um espaço bonito, parece ter ainda uma óptima acústica (os padres sabem-na toda). Neste concerto promovido pela ZDB fora de portas, a igreja estava cheia para ouvir Norberto Lobo a apresentar Fornalha, o seu quinto disco a solo desde que editou Mudar de Bina em 2007. Muita gente, muita expectativa, electricidade no ar.
Este disco novo provoca uma ruptura com os anteriores: é mais seco e sujo, menos directo, mais exploratório. Norberto Lobo entrou na igreja com o tema que abre o disco, o homónimo “Fornalha”. Com o arco a roçar as cordas da guitarra, obsessivamente, o tema vai crescendo até desembocar numa melodia que até o próprio Norberto sussurra. Se os temas novos são menos directos, são também mais recompensadores: cada música é mais demorada, leva o seu tempo até encontrar o seu caminho, deixa-nos absorvidos durante o processo, expectantes pelo desenrolar da peça mas, quando o final se desvenda, somos conquistados por aquela melodia polvilhada de açúcar. E aquele instante em que Norberto nos mostra o céu faz arrepiar.
Ao longo da noite o guitarrista explorou também um dedilhar mais convencional, desbravando acordes claríssimos, não escondendo a técnica fenomenal que já lhe é reconhecida. Não foi só Fornalha, Norberto explorou outro material, temas mais curtos e concisos, improvisou. Além da guitarra e arco, serviu-se também dos pedais de efeitos, fundamentais em alguns momentos. Andou às voltas de “Fran”, tema delicioso que nunca se resolve. Ao longo de mais de uma hora o guitarrista mostrou diversas facetas, à volta da chama de Fornalha - poderemos arriscar, o seu melhor disco de sempre.
Norberto Lobo fechou o concerto da mesma forma que fecha o disco: “Eu Amo”. De novo com o arco a friccionar as cordas, num crescendo de tensão, perfurando, insistindo, até encontrar ouro. E Norberto encontra-o sempre.
© Luís Martins - http://www.faroutandbeyond.com
Este disco novo provoca uma ruptura com os anteriores: é mais seco e sujo, menos directo, mais exploratório. Norberto Lobo entrou na igreja com o tema que abre o disco, o homónimo “Fornalha”. Com o arco a roçar as cordas da guitarra, obsessivamente, o tema vai crescendo até desembocar numa melodia que até o próprio Norberto sussurra. Se os temas novos são menos directos, são também mais recompensadores: cada música é mais demorada, leva o seu tempo até encontrar o seu caminho, deixa-nos absorvidos durante o processo, expectantes pelo desenrolar da peça mas, quando o final se desvenda, somos conquistados por aquela melodia polvilhada de açúcar. E aquele instante em que Norberto nos mostra o céu faz arrepiar.
© Luís Martins - http://www.faroutandbeyond.com
Ao longo da noite o guitarrista explorou também um dedilhar mais convencional, desbravando acordes claríssimos, não escondendo a técnica fenomenal que já lhe é reconhecida. Não foi só Fornalha, Norberto explorou outro material, temas mais curtos e concisos, improvisou. Além da guitarra e arco, serviu-se também dos pedais de efeitos, fundamentais em alguns momentos. Andou às voltas de “Fran”, tema delicioso que nunca se resolve. Ao longo de mais de uma hora o guitarrista mostrou diversas facetas, à volta da chama de Fornalha - poderemos arriscar, o seu melhor disco de sempre.
© Luís Martins - http://www.faroutandbeyond.com
Norberto Lobo fechou o concerto da mesma forma que fecha o disco: “Eu Amo”. De novo com o arco a friccionar as cordas, num crescendo de tensão, perfurando, insistindo, até encontrar ouro. E Norberto encontra-o sempre.
· 16 Jan 2015 · 14:53 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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