Barreiro Rocks
Barreiro
05-07 Dez 2014
DIA 2 |
Abalados mas não abatidos, os repórteres do Bodyspace regressaram ao Barreiro para nova dose de bojarda rock e, sobretudo, para matar saudades de uma bela sopa da pedra, vorazmente tragada enquanto Jackson Martinez assinava as obras de arte do costume. Durante toda a noite ficámos com a sensação de que havia menos público; ao que consta, é no último dia que o festival regista maior afluência, e à hora a que se escrevem estas linhas pouco tempo falta para que o constatemos in loco - e esperamos que sim, que haja enchente, pois o Barreiro Rocks merece.
O primeiro concerto da noite ficou a cargo de Alek Rein, que trouxe até ao Barreiro as suas canções de travo psych com cheiro a Summer Of Love. Mais que apreciar o momento mais calmo proporcionado pelas melodias etéreas que se lhe escapam da guitarra, prestámos homenagem a Guilherme Canhão, que o acompanhou no baixo: seja qual for o instrumento em que pegue, a sua técnica é algo de extraordinário. Por oposição directa, os Jack Shits dariam um concerto frenético, qual bomba de fragmentação garage que rebentou por todos os cantos daquele pavilhão. Urge deixar neste espaço uma vénia enorme aos dois miúdos que se ocupam das guitarras, ao duck walking, aos troncos nus apesar do frio, aos sorrisos e poses para os fotógrafos em pleno concerto, à escalada dos espaldares que ladeiam o espaço: é isto o rock, aquele pico de energia que transforma por completo uma pessoa. O final, tal como tinha acontecido no Milhões de Festa, fez-se com a mítica "Gloria", e com o público a entoá-la em coro.
Pouco refeitos que estávamos, chegamos um pouco atrasados ao concerto dos Smix Smox Smux, que tal qual os Cangarra e os BESTA actuaram ao ar livre (está um frio do caralho, parece Braga...). O trio minhoto mostrou-se em boa forma, trazendo consigo o seu óptimo pop/rock cantado em português, não faltando aquela que é indiscutivelmente a sua melhor canção - "Famel Zundapp", ora pois. Mais para final, escutámos "Kuduro", para mexer. De volta ao pavilhão, os 10 000 Russos apagariam as luzes e fariam marchar por todo o Barreiro o seu exército psicadélico-espacial, numa actuação infelizmente marcada por alguns problemas no som mas que ainda assim ficou ao mesmo bom nível daquilo que já lhes conhecemos - e com um final de partir a loiça toda.
Os The O.B's dariam o segundo concerto ao relento desta noite, perante um público sobretudo composto por autóctones, dando azo a inúmeras private jokes que um estrangeiro poderá não compreender (mas das quais se ri à mesma). A música? Cançonetas garage interessantes e que fizeram abanar os corpos, que é aquilo que interessa. Mas se pouco se escreve sobre eles é porque imediatamente a seguir assistiríamos ao concerto mais divertido do Barreiro Rocks, dado pelos belgas Experimental Tropical Blues Band, nome que parece meio a gozar, até ouvirmos o garage/psychobilly/it's only rock n' roll da banda. Crowdsurf muito por parte de um dos vocalistas (e da audiência, claro), o afastar das grades impostas em frente ao palco para que o público se pudesse aproximar, momentos de beatboxing, histórias sobre o velho oeste (ou, pelo menos, foi aquilo que pareceu: convenhamos que estes jovens não tinham exactamente o melhor sotaque inglês), referências ao Dragon Ball, meninas convidadas a subir ao palco e um concertão rock que findou com versões da melhor canção que os Cramps escreveram ("Garbageman") e do clássico tema de Grandmaster Flash, "The Message". Foi a estreia dos ETBB por cá e, julgamos, não será a última; mas esta ficará certamente na memória. Festão.
O primeiro concerto da noite ficou a cargo de Alek Rein, que trouxe até ao Barreiro as suas canções de travo psych com cheiro a Summer Of Love. Mais que apreciar o momento mais calmo proporcionado pelas melodias etéreas que se lhe escapam da guitarra, prestámos homenagem a Guilherme Canhão, que o acompanhou no baixo: seja qual for o instrumento em que pegue, a sua técnica é algo de extraordinário. Por oposição directa, os Jack Shits dariam um concerto frenético, qual bomba de fragmentação garage que rebentou por todos os cantos daquele pavilhão. Urge deixar neste espaço uma vénia enorme aos dois miúdos que se ocupam das guitarras, ao duck walking, aos troncos nus apesar do frio, aos sorrisos e poses para os fotógrafos em pleno concerto, à escalada dos espaldares que ladeiam o espaço: é isto o rock, aquele pico de energia que transforma por completo uma pessoa. O final, tal como tinha acontecido no Milhões de Festa, fez-se com a mítica "Gloria", e com o público a entoá-la em coro.
Pouco refeitos que estávamos, chegamos um pouco atrasados ao concerto dos Smix Smox Smux, que tal qual os Cangarra e os BESTA actuaram ao ar livre (está um frio do caralho, parece Braga...). O trio minhoto mostrou-se em boa forma, trazendo consigo o seu óptimo pop/rock cantado em português, não faltando aquela que é indiscutivelmente a sua melhor canção - "Famel Zundapp", ora pois. Mais para final, escutámos "Kuduro", para mexer. De volta ao pavilhão, os 10 000 Russos apagariam as luzes e fariam marchar por todo o Barreiro o seu exército psicadélico-espacial, numa actuação infelizmente marcada por alguns problemas no som mas que ainda assim ficou ao mesmo bom nível daquilo que já lhes conhecemos - e com um final de partir a loiça toda.
Os The O.B's dariam o segundo concerto ao relento desta noite, perante um público sobretudo composto por autóctones, dando azo a inúmeras private jokes que um estrangeiro poderá não compreender (mas das quais se ri à mesma). A música? Cançonetas garage interessantes e que fizeram abanar os corpos, que é aquilo que interessa. Mas se pouco se escreve sobre eles é porque imediatamente a seguir assistiríamos ao concerto mais divertido do Barreiro Rocks, dado pelos belgas Experimental Tropical Blues Band, nome que parece meio a gozar, até ouvirmos o garage/psychobilly/it's only rock n' roll da banda. Crowdsurf muito por parte de um dos vocalistas (e da audiência, claro), o afastar das grades impostas em frente ao palco para que o público se pudesse aproximar, momentos de beatboxing, histórias sobre o velho oeste (ou, pelo menos, foi aquilo que pareceu: convenhamos que estes jovens não tinham exactamente o melhor sotaque inglês), referências ao Dragon Ball, meninas convidadas a subir ao palco e um concertão rock que findou com versões da melhor canção que os Cramps escreveram ("Garbageman") e do clássico tema de Grandmaster Flash, "The Message". Foi a estreia dos ETBB por cá e, julgamos, não será a última; mas esta ficará certamente na memória. Festão.
· 10 Dez 2014 · 23:32 ·
Paulo CecĂliopauloandrececilio@gmail.com
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