Liars - Black Balloon XVIII
Lux, Lisboa
30- Nov 2014
Salta desde logo à vista que o público que se desloca até ao Lux, nesta noite de quinta-feira, não é o mesmo que há dias incendiou este mesmo espaço durante a passagem de Ty Segall por Lisboa. Não: a média de idades aumenta, a loucura é muito mais contida - salvo uma ou outra excepção -, e os Liars são recebidos não com a efusividade da vertigem rock mas com salvas de palmas e moderados assobios. Afinal de contas, os norte-americanos, ao contrário de Segall, não precisam de cavalgar uma qualquer onda de popularidade; o seu culto está firmado desde Drum's Not Dead, de 2006, álbum que os deu a conhecer a imensa gente.
Deixando de parte as análises sociológicas, eis a música, quase toda ela resgatada ao mais recente disco dos Liars, Mess, confusão tornada dança por meio de sintetizadores e pitadas de industrial, a fazer lembrar os Nine Inch Nails sem raiva adolescente. Logo a abrir, o expoente máximo desta confirmação: a bomba que é "Pro Anti Anti" e o seu piano house, desde logo a ditar a tendência. Este público não é adolescente, mas suará à mesma; a cabeça move-se em rodopio, alguém pede "Broken Witch!" (será satisfeito no final) e reputados jornalistas desportivos esgueiram-se para a frente do palco, cedendo ao hedonismo do ritmo.
Pese Mess não ser porventura o melhor disco dos Liars, a verdade é que o grupo, durante pouco mais uma hora, pouco espaço deu para respirar entre a selvajaria urbana destas canções e a nostalgia temperada de temas como "Be Quiet Mt. Heart Attack!", em que o noise se apodera da discoteca lisboeta e a boca se abre de espanto, isto já depois de "Mess On A Mission" ter colocado toda a gente a entoar a ladainha: facts are facts and fiction's fiction"... Noite claramente ganha, à qual se seguiram os DJ sets de ilustres figuras da praça (com escolhas entre a cumbia, Tina Turner e DFA1979). Velhos são os trapos, afinal.
Deixando de parte as análises sociológicas, eis a música, quase toda ela resgatada ao mais recente disco dos Liars, Mess, confusão tornada dança por meio de sintetizadores e pitadas de industrial, a fazer lembrar os Nine Inch Nails sem raiva adolescente. Logo a abrir, o expoente máximo desta confirmação: a bomba que é "Pro Anti Anti" e o seu piano house, desde logo a ditar a tendência. Este público não é adolescente, mas suará à mesma; a cabeça move-se em rodopio, alguém pede "Broken Witch!" (será satisfeito no final) e reputados jornalistas desportivos esgueiram-se para a frente do palco, cedendo ao hedonismo do ritmo.
Pese Mess não ser porventura o melhor disco dos Liars, a verdade é que o grupo, durante pouco mais uma hora, pouco espaço deu para respirar entre a selvajaria urbana destas canções e a nostalgia temperada de temas como "Be Quiet Mt. Heart Attack!", em que o noise se apodera da discoteca lisboeta e a boca se abre de espanto, isto já depois de "Mess On A Mission" ter colocado toda a gente a entoar a ladainha: facts are facts and fiction's fiction"... Noite claramente ganha, à qual se seguiram os DJ sets de ilustres figuras da praça (com escolhas entre a cumbia, Tina Turner e DFA1979). Velhos são os trapos, afinal.
· 02 Nov 2014 · 23:54 ·
Paulo Cecíliopauloandrececilio@gmail.com
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