Rock in Rio Lisboa
Parque da Bela Vista, Lisboa
29-01 Jun 2014
DIA 4 |
O quarto dia do Rock In Rio era aquele que à partida apresentava propostas musicais mais interessantes (pelo menos as que iam de acordo com o nosso refinado gosto), pelo que convinha chegar o mais cedo possível. Repasta-se no Chic do Rego, apanha-se metro e cá estamos de novo na cidade do rock para apanhar as primeiras canções do tributo a António Variações por parte dos artistas doravante conhecidos como Deolinda Martini. Pergunta: para quê? Não existiu já uma coisa chamada Humanos? Fora a relevância da coisa, ainda se escutaram algumas boas versões, tanto dos Linda Martini per se como dos Deolinda. A excepção no que a qualidade toca aconteceu com a entrada de Rui Pregal da Cunha, mas isso já se esperava.
Os Capitão Fausto arrastam uma enorme quantidade de público para o palco secundário, algo que já se esperaria: o dia e o cartaz assim convidavam e os miúdos tornaram-se banda com algum culto, através do pop/rock com gosto psicadélico e altamente cantarolável. O seu maior fã poderia estar no Primavera Sound de Barcelona a ouvir outras coisas, mas os que por cá restaram não fizeram a coisa por menos, brindando os Capitão Fausto com uma saraivada de aplausos e até momentos de crowdsurf. Um aperitivo delicioso para o que seguiria. Se Ed Sheeran é um chato de primeira, os Wild Beasts tentam não o ser - de novo, uma pop melodiosa a convidar à dança apenas arruinada pelos problemas técnicos que o palco com nome de operadora telefónica teima em não resolver. Vindos de Inglaterra para apresentar Present Tense, disco editado este ano, o quarteto e o (de novo) bastante público merecia melhor, muito melhor. Salvou-os o facto de conseguirmos detectar por entre a miséria sonora um bom par de canções.
Falou-se em chatos e apareceu Lorde, que não merecerá mais do que uma linha crítica - nem sequer qualquer respeito por "ser ela a compor as próprias músicas", como tanto por aí se ouviu. O que nos valeu de não adormecer foi a existência dos Arcade Fire, candura indie no meio de um festival para as massas. Perto de cinquenta mil pessoas, afiançava a organização; o que é certo é que foi extremamente fácil chegar até aos lugares da frente para apanhar da melhor forma a banda de Win Butler, que na noite anterior havia dado umas quantas sessões de DJ incógnitas (see what I did there?). E foi extremamente fácil entoar aquelas canções que os tornaram imensos, como "Neighbourhood #3" ou "No Cars Go" sem que a nossa voz fosse abafada pelo público em volta - poucos seriam os verdadeiros fãs, aqueles que os viram pela primeira vez em Paredes de Coura ou escutaram o seu EP de 2003. Não importa: os Arcade Fire continuam a ser uma banda imprescindível e, seja qual for o seu palco, a dar um belíssimo concerto, mesmo que aqui e ali haja algum problema de maior ("Month Of May" teimou em não arrancar por duas vezes, mas prontamente Butler nos brindou com uma versão improvisada e minimalista de "My Body Is A Cage", o momento mais mágico do festival para já). Embora as canções do mais recente Reflektor não tenham a força que se esperaria ("Afterlife", por exemplo, revelou-se uma das mais fracas neste formato), os canadianos aliam a música ao espectáculo circense e deleitam aqueles que haviam gasto sessenta euros de propósito para os ver. O final sambinha com "Here Comes The Night Time" e a imprescindível "Wake Up" só os cimentou no panteão. Por nós até podiam tocar nas Feiras Novas que continuariam a dar-nos alegria.
Os Capitão Fausto arrastam uma enorme quantidade de público para o palco secundário, algo que já se esperaria: o dia e o cartaz assim convidavam e os miúdos tornaram-se banda com algum culto, através do pop/rock com gosto psicadélico e altamente cantarolável. O seu maior fã poderia estar no Primavera Sound de Barcelona a ouvir outras coisas, mas os que por cá restaram não fizeram a coisa por menos, brindando os Capitão Fausto com uma saraivada de aplausos e até momentos de crowdsurf. Um aperitivo delicioso para o que seguiria. Se Ed Sheeran é um chato de primeira, os Wild Beasts tentam não o ser - de novo, uma pop melodiosa a convidar à dança apenas arruinada pelos problemas técnicos que o palco com nome de operadora telefónica teima em não resolver. Vindos de Inglaterra para apresentar Present Tense, disco editado este ano, o quarteto e o (de novo) bastante público merecia melhor, muito melhor. Salvou-os o facto de conseguirmos detectar por entre a miséria sonora um bom par de canções.
Falou-se em chatos e apareceu Lorde, que não merecerá mais do que uma linha crítica - nem sequer qualquer respeito por "ser ela a compor as próprias músicas", como tanto por aí se ouviu. O que nos valeu de não adormecer foi a existência dos Arcade Fire, candura indie no meio de um festival para as massas. Perto de cinquenta mil pessoas, afiançava a organização; o que é certo é que foi extremamente fácil chegar até aos lugares da frente para apanhar da melhor forma a banda de Win Butler, que na noite anterior havia dado umas quantas sessões de DJ incógnitas (see what I did there?). E foi extremamente fácil entoar aquelas canções que os tornaram imensos, como "Neighbourhood #3" ou "No Cars Go" sem que a nossa voz fosse abafada pelo público em volta - poucos seriam os verdadeiros fãs, aqueles que os viram pela primeira vez em Paredes de Coura ou escutaram o seu EP de 2003. Não importa: os Arcade Fire continuam a ser uma banda imprescindível e, seja qual for o seu palco, a dar um belíssimo concerto, mesmo que aqui e ali haja algum problema de maior ("Month Of May" teimou em não arrancar por duas vezes, mas prontamente Butler nos brindou com uma versão improvisada e minimalista de "My Body Is A Cage", o momento mais mágico do festival para já). Embora as canções do mais recente Reflektor não tenham a força que se esperaria ("Afterlife", por exemplo, revelou-se uma das mais fracas neste formato), os canadianos aliam a música ao espectáculo circense e deleitam aqueles que haviam gasto sessenta euros de propósito para os ver. O final sambinha com "Here Comes The Night Time" e a imprescindível "Wake Up" só os cimentou no panteão. Por nós até podiam tocar nas Feiras Novas que continuariam a dar-nos alegria.
· 05 Jun 2014 · 23:14 ·
Paulo CecÃliopauloandrececilio@gmail.com
DIA 4 |
FOTOGALERIA
ÚLTIMAS REPORTAGENS
ÚLTIMAS






