Rock in Rio Lisboa
Parque da Bela Vista, Lisboa
29-01 Jun 2014
DIA 2 |
Limpo que está do nosso sistema o concerto incrível de Mark Eitzel na noite anterior, é altura de pôr à prova a destreza de mãos e tragar uns quantos copos contendo substâncias alcoólicas fora e dentro do recinto, razão pela qual só nele entramos por volta das cinco da tarde quando as famigeradas noventa mil pessoas esperadas ainda davam os últimos retoques naquele que deverá ter sido um dia de trabalho. Entre os acordes blues rock de uma banda desconhecida pelo palco secundário (vencedora, porventura, de um qualquer concurso) e os acordes mau rock de Rui Veloso houve tempo para, novamente, ir picando aqui e ali sem medos e aproveitar para adquirir um cachecol desse colosso futebolístico que dá pelo nome de Saint Étienne.
Aproveitou-se, igualmente, para apanhar um pouco dos Triptides; o quarteto norte-americano veio para apresentar as canções de Predictions, disco editado o ano passado, tocando por volta das oito da noite por entre as nuvens negras e uns quantos apaziguadores raios de sol ao longe, cenário quase perfeito para um pop/rock com toque psicadélico à la Temples e Tame Impala que, infelizmente, peca pela alta repetitividade da coisa (eles já tocaram esta música quatro vezes!, comentava uma das jornalistas mais bonitas deste meio). Ainda assim, nota alta para uma incursão por "Misirlou" - apelo ao lado surf - e "Tapestry". Se não um bom concerto, pelo menos melhor que a chatice blues de Gary Clark Jr.; o intuito era adormecer a multidão antes dos Stones?
Porque, se o era, objectivo cumprido. Noventa mil pessoas pagaram cerca de setenta euros para assistir a um concerto em registo de euforia mínima dos Rolling Stones, eles que tinham o seu nome escrito nas estrelas da galáxia dos "grandes concertos de festival" ainda antes de aterrarem em Lisboa. Perante uma plateia que só aquece verdadeiramente a cerca de quinze minutos do fim, com "Start Me Up", o que é que poderemos dizer? Apetece escrever que o rock está verdadeiramente morto - mesmo que saibamos que não é de todo verdade - quando um vocalista como Mick Jagger, ainda para as curvas do alto da sua velhice e escanzeladice, não consegue arrancar mais que uns "ooos" e esbracejares de uma audiência que parecia ter preferido ficar em casa. Não que o concerto em si tenha sido extraordinário, já que os Stones são demasiado perfeitinhos para serem rock à séria, demasiado marca registada (será possível que o mundo inteiro possua a mesma t-shirt preta com a merda da língua?) para serem verdadeira instituição da pancadaria riff (nós rejeitamos os livros de história). A velha guarda adorou, claro. Para nós é simplesmente uma obrigação: "vimos os Stones". Ponto alto para a entrada de Bruce Springsteen (porque não se fala mal do boss) e para o encore com "You Can't Always Get What You Want" e "Satisfaction". De resto há que mandar Mick Jagger à fava, após ter 1) elogiado os Xutos e 2) ter desejado uma final Portugal x Inglaterra no Mundial de 2014. Considerando a malapata do senhor, é quase certo que vamos com os porcos logo na fase de grupos... ele que peça imediatamente desculpas a Cristiano Ronaldo.
Aproveitou-se, igualmente, para apanhar um pouco dos Triptides; o quarteto norte-americano veio para apresentar as canções de Predictions, disco editado o ano passado, tocando por volta das oito da noite por entre as nuvens negras e uns quantos apaziguadores raios de sol ao longe, cenário quase perfeito para um pop/rock com toque psicadélico à la Temples e Tame Impala que, infelizmente, peca pela alta repetitividade da coisa (eles já tocaram esta música quatro vezes!, comentava uma das jornalistas mais bonitas deste meio). Ainda assim, nota alta para uma incursão por "Misirlou" - apelo ao lado surf - e "Tapestry". Se não um bom concerto, pelo menos melhor que a chatice blues de Gary Clark Jr.; o intuito era adormecer a multidão antes dos Stones?
Porque, se o era, objectivo cumprido. Noventa mil pessoas pagaram cerca de setenta euros para assistir a um concerto em registo de euforia mínima dos Rolling Stones, eles que tinham o seu nome escrito nas estrelas da galáxia dos "grandes concertos de festival" ainda antes de aterrarem em Lisboa. Perante uma plateia que só aquece verdadeiramente a cerca de quinze minutos do fim, com "Start Me Up", o que é que poderemos dizer? Apetece escrever que o rock está verdadeiramente morto - mesmo que saibamos que não é de todo verdade - quando um vocalista como Mick Jagger, ainda para as curvas do alto da sua velhice e escanzeladice, não consegue arrancar mais que uns "ooos" e esbracejares de uma audiência que parecia ter preferido ficar em casa. Não que o concerto em si tenha sido extraordinário, já que os Stones são demasiado perfeitinhos para serem rock à séria, demasiado marca registada (será possível que o mundo inteiro possua a mesma t-shirt preta com a merda da língua?) para serem verdadeira instituição da pancadaria riff (nós rejeitamos os livros de história). A velha guarda adorou, claro. Para nós é simplesmente uma obrigação: "vimos os Stones". Ponto alto para a entrada de Bruce Springsteen (porque não se fala mal do boss) e para o encore com "You Can't Always Get What You Want" e "Satisfaction". De resto há que mandar Mick Jagger à fava, após ter 1) elogiado os Xutos e 2) ter desejado uma final Portugal x Inglaterra no Mundial de 2014. Considerando a malapata do senhor, é quase certo que vamos com os porcos logo na fase de grupos... ele que peça imediatamente desculpas a Cristiano Ronaldo.
· 05 Jun 2014 · 23:14 ·
Paulo CecÃliopauloandrececilio@gmail.com
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