Martial Solal
Culturgest, Lisboa
28- Mar 2014
Em Maio de 2007 Martial Solal apresentou-se na Culturgest, num duo com o trompetista Dave Douglas. A dupla tinha acabado de editar o disco Rue de Seine e foi esse o mote do espectáculo nessa altura. Alguns anos depois Solal regressou ao mesmo palco, agora com 86 anos de idade, desta vez para um solo absoluto. Este concerto, como tem sido amplamente anunciado, muito provavelmente será o seu último em Portugal.
O grande auditório da Culturgest estava cheio para receber o pianista francês, que apesar da idade mostrou estar em boa forma física. Foi com agilidade e destreza que Solal foi desbravando melodias com imaginação. O concerto assentou em standards e clássicos, que foram sendo interpretados com muita personalidade.
Ao contrário da grande maior parte dos pianistas de jazz surgidos na segunda metade do século XX, o pianismo de Solal não segue a veia do lirismo (Bill Evans como padrinho de todos), mas opta antes por um discurso mais original, com uma abordagem mais angular e um ritmo frenético – falando em linhagem, seria mais justo associar o trabalho de Solal à herança de Monk.
Pelo palco da Culturgest passaram temas como “Caravan”, “’Round midnight”, “Well, you needn’t”, “Tea for Two”, “Corcovado” ou “Cheek to cheek”, interpretados em versões abertas, quase sempre afastadas da linha da melodia. Pelo meio iam ainda entrando outras excertos de outros temas, que eram incluídos de forma fluída, com toda a naturalidade e tranquilidade.
Ainda que não se tratasse oficialmente de uma despedida, foi assim que a maior parte do público viu o concerto. Martial Solal actuou durante cerca de hora e meia e os muitos aplausos ainda o obrigaram a regressar ao palco. A ovação em pé, no final, confirmou que se tratou de uma belíssima despedida.
© Hervé Hette - www.hervehette.net
O grande auditório da Culturgest estava cheio para receber o pianista francês, que apesar da idade mostrou estar em boa forma física. Foi com agilidade e destreza que Solal foi desbravando melodias com imaginação. O concerto assentou em standards e clássicos, que foram sendo interpretados com muita personalidade.
Ao contrário da grande maior parte dos pianistas de jazz surgidos na segunda metade do século XX, o pianismo de Solal não segue a veia do lirismo (Bill Evans como padrinho de todos), mas opta antes por um discurso mais original, com uma abordagem mais angular e um ritmo frenético – falando em linhagem, seria mais justo associar o trabalho de Solal à herança de Monk.
© Hervé Hette - www.hervehette.net
Pelo palco da Culturgest passaram temas como “Caravan”, “’Round midnight”, “Well, you needn’t”, “Tea for Two”, “Corcovado” ou “Cheek to cheek”, interpretados em versões abertas, quase sempre afastadas da linha da melodia. Pelo meio iam ainda entrando outras excertos de outros temas, que eram incluídos de forma fluída, com toda a naturalidade e tranquilidade.
Ainda que não se tratasse oficialmente de uma despedida, foi assim que a maior parte do público viu o concerto. Martial Solal actuou durante cerca de hora e meia e os muitos aplausos ainda o obrigaram a regressar ao palco. A ovação em pé, no final, confirmou que se tratou de uma belíssima despedida.
· 30 Mar 2014 · 20:23 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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