Tetuzi Akyiama / Rafael Toral
Galeria Zé dos Bois, Lisboa
26- Fev 2014
O japonês Tetuzi Akyiama será já um rosto familiar para alguns portugueses. Actuou no antigo Lisboa Bar, em 2005 (primeira parte acústica, “near silence”; segunda parte eléctrica, “boogie”). Passou mais tarde pela Galeria ZDB, em 2006, tendo também actuado no Porto. Em 2010 passou pelo Out.Fest, tendo actuado no Teatro Municipal do Barreiro. Já colaborou com os improvisadores nacionais Manuel Mota e Ernesto Rodrigues. E viu entretanto lançados discos seus por editoras nacionais: Creative Sources e Esquilo.
Desta vez Tetuzi trouxe apenas a guitarra ligada à electricidade. Com o volume bem lá em cima, abusou da distorção, numa actuação abrasiva. Ao longo de um único e longo tema, Akyiama explorou a densidade da guitarra, sempre no vermelho. A América esteve lá: é verdade que não se ouviu “boogie”, mas passou pelo aquário a aridez do vasto deserto americano, processada de forma extrema pelo japonês. Teria sido boa ideia ter levado tampões para os ouvidos, para absorver a intensidade da massagem sónica.
Na primeira parte actuou Rafael Toral, num raro solo em Lisboa, acompanhado pela sua habitual electrónica analógica. Toral apresentou três temas, servindo-se de um dispositivo diferente para cada um dos temas. No início da actuação Toral afirmou que, apesar da natureza instrumental “electrónica”, o cariz da música estaria próximo do jazz.
No primeiro tema Rafael Toral actuou com um sensor ligado a um pequeno amplificador, gerando um som mais abstrato, difícil de controlar e direcionar. Ao segundo tema, usando uma espécie de “comando”, gerou um som mais orgânico, mais cheio e trabalhado. Para o terceiro tema Rafael Toral serviu-se de uma espécie de theremin, uma base de antena-sensor, com efeitos processados – esse último tema arrancou numa toada hipnótica/mântrica, para depois evoluir. Indissociável da música, é a fisicalidade da actuação. Apesar de nem sempre evidente, a modulação sonora e o carácter performativo confirmaram essa anunciada proximidade com o jazz.
Desta vez Tetuzi trouxe apenas a guitarra ligada à electricidade. Com o volume bem lá em cima, abusou da distorção, numa actuação abrasiva. Ao longo de um único e longo tema, Akyiama explorou a densidade da guitarra, sempre no vermelho. A América esteve lá: é verdade que não se ouviu “boogie”, mas passou pelo aquário a aridez do vasto deserto americano, processada de forma extrema pelo japonês. Teria sido boa ideia ter levado tampões para os ouvidos, para absorver a intensidade da massagem sónica.
Na primeira parte actuou Rafael Toral, num raro solo em Lisboa, acompanhado pela sua habitual electrónica analógica. Toral apresentou três temas, servindo-se de um dispositivo diferente para cada um dos temas. No início da actuação Toral afirmou que, apesar da natureza instrumental “electrónica”, o cariz da música estaria próximo do jazz.
No primeiro tema Rafael Toral actuou com um sensor ligado a um pequeno amplificador, gerando um som mais abstrato, difícil de controlar e direcionar. Ao segundo tema, usando uma espécie de “comando”, gerou um som mais orgânico, mais cheio e trabalhado. Para o terceiro tema Rafael Toral serviu-se de uma espécie de theremin, uma base de antena-sensor, com efeitos processados – esse último tema arrancou numa toada hipnótica/mântrica, para depois evoluir. Indissociável da música, é a fisicalidade da actuação. Apesar de nem sempre evidente, a modulação sonora e o carácter performativo confirmaram essa anunciada proximidade com o jazz.
· 03 Mar 2014 · 11:15 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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