Peter Brötzmann Full Blast
Galeria Zé dos Bois, Lisboa
15- Out 2012
Casa cheia na ZDB. Peter Brötzmann, septuagenário, sobe ao palco. Agarra o saxofone tenor e arranca a actuação com um gemido estonteante. Fortíssimo, único, inigualável. A secção rítmica, com Marino Pliakas (baixo eléctrico) e Michael Werthmüller (bateria), segue a orientação do líder e constrói uma massa sonora ferrugenta. Sobre essa massa serpenteia o som incrivelmente enérgico do alemão, possuidor de um fôlego que mantém a plateia boquiaberta, deslumbrada com aquela sova.
O veterano Brötzmann até tem sido presença regular no nosso país nos últimos anos (com passagens mais recentes por Lisboa, com o Chicago Tentet, e Coimbra, com o seu quarteto) e até já nos trouxe este mesmo trio Full Blast - num festival que aconteceu no Parque Mayer, em 2008. Tal como aconteceu nessa ocasião, já sabíamos ao que íamos, mas somos sempre surpreendidos pela urgência, violência e vitalidade daquele sopro.
Se o disco Machine Gun se tornou ícone de uma época, Brötzmann não ficou parado no tempo. O palhetista alemão soube evoluir e ainda hoje continua a verter uma música torrencial, alternando de instrumento (podendo, no espaço de uma hora, servir-se dos saxofones tenor e alto, clarinete e tarogato), mantendo uma garra eternamente rebelde. E mesmo que esteja simplesmente acompanhado por dois trolhas sonoros, que se esforçam para encher de massa uma parede tosca, pouco original ou interessante, a energia fulgurante da música do velho Brötzmann consegue salvar.
© Gonçalo Pereira
O veterano Brötzmann até tem sido presença regular no nosso país nos últimos anos (com passagens mais recentes por Lisboa, com o Chicago Tentet, e Coimbra, com o seu quarteto) e até já nos trouxe este mesmo trio Full Blast - num festival que aconteceu no Parque Mayer, em 2008. Tal como aconteceu nessa ocasião, já sabíamos ao que íamos, mas somos sempre surpreendidos pela urgência, violência e vitalidade daquele sopro.
Se o disco Machine Gun se tornou ícone de uma época, Brötzmann não ficou parado no tempo. O palhetista alemão soube evoluir e ainda hoje continua a verter uma música torrencial, alternando de instrumento (podendo, no espaço de uma hora, servir-se dos saxofones tenor e alto, clarinete e tarogato), mantendo uma garra eternamente rebelde. E mesmo que esteja simplesmente acompanhado por dois trolhas sonoros, que se esforçam para encher de massa uma parede tosca, pouco original ou interessante, a energia fulgurante da música do velho Brötzmann consegue salvar.
· 18 Out 2012 · 13:07 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
RELACIONADO / Peter Brötzmann