Quinteto Tati
Galeria Zé dos Bois
14 Jul 2005
A peregrinação anual do Quinteto Tati à Galeria Zé dos Bois em Lisboa fez-se como se fazem todos os concertos do sexteto. Os temas do disco de estreia Exílio na íntegra, versões de Chico Buarque (“Gota de Água”) e Scott Walker (“Rosemary”) e meia dúzia de piadas e parvoíces saídas da boca de JP Simões.
“Parvoíces” é um termo utilizado, obviamente, no bom sentido, já que dão sempre um toque especial, facilitam a empatia artista-público e escapam ao aborrecimento que costuma ser apresentar e nomear os temas e falar entre os mesmos. Os detractores do Quinteto Tati seguem sempre uma de duas vias: menosprezam o que JP Simões diz e apreciam a música que faz ou apreciam o que JP Simões diz e menosprezam a música que faz. Mas há sempre quem aprecie ambas. Ou menospreze ambas, as hipóteses são essas.
Como sempre, o concerto começa com “Créditos Finais”, piano, bateria e contrabaixo. JP Simões entra em palco e há algo de diferente nele. Explica, logo ao início, que não está sob o efeito de álcool, mas sim de haxixe. A droga mudou, e também ele mudou. E, como é ele o mestre-de-cerimónias aqui (não menosprezando, obviamente, o maestro-teclista-acordeonista-flautista Sérgio Costa), isso muda todo o Quinteto.
Mas, apesar de tudo, continua por lá aos saltos, a dizer piadas, a fazer macacadas, a recitar textos que repetem “p”. Canções tristes e melancólicas (JP Simões diz que o Quinteto vai deixar-se da melancolia no próximo álbum) são apresentadas como canções felizes, talvez aleatoriamente. A sala está mais ou menos composta, mas podia estar mais. Tudo tem a ver com o preço praticado. Uma banda portuguesa, com apenas dois anos de existência, não devia cobrar 10 € para um concerto único numa sala onde os preços andam normalmente à volta dos 7,5 € e dos 10 €. Mesmo assim, aparecem algumas pessoas, incluindo o candidato à presidência da Câmara de Lisboa Manuel João Vieira, também conhecido como Lello Minsk, Lello Marmello, Lello Universal ou Orgasmo Carlos e vocalista dos Ena Pá 2000, dos Irmãos Catita e dos Corações de Atum.
Musicalmente, a banda estava em forma, como sempre, tendo cada músico, no final, antes do encore, direito a um solo. Falhou uma ou outra entrada de Daniel Tapadinhas, o trompetista que apareceu munido de uns óculos de sol, mas a banda esteve em grande, especialmente o contrabaixista Pedro Pinto. O tal encore, separado do concerto por um intervalo de 10 minutos, foi onde se repetiram temas como “Mais Uma P’ró Caminho”, dedicada a toda a gente ou ao que quer que seja, a versão de Chico Buarque e onde o órgão Hammond de Sérgio Costa, que tinha estado sem funcionar durante a primeira parte, pôde ser ouvido. Tudo isto porque a banda não tem ainda novos temas ensaiados, como declarou o vocalista ao Bodyspace, no meio de alguns copos num bar perto da galeria algumas horas depois.
É pena, o Quinteto Tati precisa de um novo disco, de novos temas, porque, por muito boas que sejam as canções de Exílio (e são), a repetição das mesmas nos concertos demonstra que não são suficientes. É preciso mais, e mais há, com certeza, dentro deles, e especialmente dentro de JP Simões, mas falta mostrá-lo. Até lá, vale sempre a pena ver o Quinteto Tati, que faz sempre uma festa de diversão, de pândega, de suor, de fantasia, de cor, luz e magia (só para rimar).
“Parvoíces” é um termo utilizado, obviamente, no bom sentido, já que dão sempre um toque especial, facilitam a empatia artista-público e escapam ao aborrecimento que costuma ser apresentar e nomear os temas e falar entre os mesmos. Os detractores do Quinteto Tati seguem sempre uma de duas vias: menosprezam o que JP Simões diz e apreciam a música que faz ou apreciam o que JP Simões diz e menosprezam a música que faz. Mas há sempre quem aprecie ambas. Ou menospreze ambas, as hipóteses são essas.
Como sempre, o concerto começa com “Créditos Finais”, piano, bateria e contrabaixo. JP Simões entra em palco e há algo de diferente nele. Explica, logo ao início, que não está sob o efeito de álcool, mas sim de haxixe. A droga mudou, e também ele mudou. E, como é ele o mestre-de-cerimónias aqui (não menosprezando, obviamente, o maestro-teclista-acordeonista-flautista Sérgio Costa), isso muda todo o Quinteto.
Mas, apesar de tudo, continua por lá aos saltos, a dizer piadas, a fazer macacadas, a recitar textos que repetem “p”. Canções tristes e melancólicas (JP Simões diz que o Quinteto vai deixar-se da melancolia no próximo álbum) são apresentadas como canções felizes, talvez aleatoriamente. A sala está mais ou menos composta, mas podia estar mais. Tudo tem a ver com o preço praticado. Uma banda portuguesa, com apenas dois anos de existência, não devia cobrar 10 € para um concerto único numa sala onde os preços andam normalmente à volta dos 7,5 € e dos 10 €. Mesmo assim, aparecem algumas pessoas, incluindo o candidato à presidência da Câmara de Lisboa Manuel João Vieira, também conhecido como Lello Minsk, Lello Marmello, Lello Universal ou Orgasmo Carlos e vocalista dos Ena Pá 2000, dos Irmãos Catita e dos Corações de Atum.
Musicalmente, a banda estava em forma, como sempre, tendo cada músico, no final, antes do encore, direito a um solo. Falhou uma ou outra entrada de Daniel Tapadinhas, o trompetista que apareceu munido de uns óculos de sol, mas a banda esteve em grande, especialmente o contrabaixista Pedro Pinto. O tal encore, separado do concerto por um intervalo de 10 minutos, foi onde se repetiram temas como “Mais Uma P’ró Caminho”, dedicada a toda a gente ou ao que quer que seja, a versão de Chico Buarque e onde o órgão Hammond de Sérgio Costa, que tinha estado sem funcionar durante a primeira parte, pôde ser ouvido. Tudo isto porque a banda não tem ainda novos temas ensaiados, como declarou o vocalista ao Bodyspace, no meio de alguns copos num bar perto da galeria algumas horas depois.
É pena, o Quinteto Tati precisa de um novo disco, de novos temas, porque, por muito boas que sejam as canções de Exílio (e são), a repetição das mesmas nos concertos demonstra que não são suficientes. É preciso mais, e mais há, com certeza, dentro deles, e especialmente dentro de JP Simões, mas falta mostrá-lo. Até lá, vale sempre a pena ver o Quinteto Tati, que faz sempre uma festa de diversão, de pândega, de suor, de fantasia, de cor, luz e magia (só para rimar).
· 14 Jul 2005 · 08:00 ·
Rodrigo Nogueirarodrigo.nogueira@bodyspace.net
RELACIONADO / Quinteto Tati