Tyvek
Lounge, Lisboa
25 Fev 2011
Algures durante a semana que antecedeu a estreia do quarteto norte-americano no nosso país, os Tyvek decidiram mudar de nome, passando agora, aparentemente, a adoptar o nome de... Tyevk. Se bem que mais certo é que tenha sido apenas um typo no myspace dos moços, todos nós saberemos que à força de querer escrever rapidamente num teclado por vezes torcamos as lertas. Mas tudo isto desvia-nos a atenção do essencial, que é a música. Ou melhor: as descargas de ruído que se soltam das guitarras completamente fodidas destes conterrâneos dos MC5.

Numa acção levada a cabo pela Filho Único, os Tyvek apresentaram-se no Lounge de forma gratuita, o que em tempos de crise é sempre uma mais valia (e até quando não há crise, nós queremos é cenas de borla). O tamanho reduzido do espaço até potenciou de certa forma a que se assistisse a um belo concerto, com público e banda nivelados e comummente partilhando o ar e a cerveja. Apesar de terem começado uma hora mais tarde do que o indicado, o quarteto não desiludiu no que ao seu punk de garagem diz respeito. Até porque não são precisos mais do que três acordes para tocar o céu.

Muito se fala da geekness dos Tyvek, algo que os óculos de garrafão com que o vocalista Kevin Boyer entra no bar não parecem querer desmentir. Mas quando os tira é quase tão "Animal" como a sua audiência, numa das raras vezes em que ali houve mosh (n. a.: empurrõezinhos, vá). Os Tyvek tocam rápido, tocam alto, tocam simples - a baixista raramente utiliza mais do que uma corda. O mote foi quase sempre Nothing Fits, disco de 2010, embora tenham existido algumas incursões por trabalhos mais antigos (como "Sidewalk", do primeiro registo, Finding Out About, de 2007). Pese a escassez do tempo que tocaram, não se podendo no entanto pedir muito mais, a estreia deste quarteto foi bem conseguida. Cá estaremos para uma segunda oportunidade.
· 27 Fev 2011 · 18:11 ·
Paulo Cecílio
pauloandrececilio@gmail.com

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