Feromona
Clube Ferroviário, Lisboa
27 Jan 2011
«Esperem só um bocadinho, que tenho as mãos geladas» - introduz Diego Armés antes de cortar a direito com “Bisturi”. Apesar da noite fresca, o vocalista da banda lisboeta tira o casaco de cabedal após aquecer com uns tragos de “Vodka”, e logo começam as trocas de mimos entre os manos que ocupam a frente e o fundo da Sala TGV. Sempre com Bernardo Barata a pôr achas na fogueira.
Pazes feitas, a seguir à “Conversa de Cama” o baixista arrisca uma piada que mete José Hermano Saraiva ao barulho; e Diego devolve, bem a propósito: «Um dia vou deixar de te ouvir». A Feromona é assim, profissional mas despretenciosa. E cada concerto reserva uma química invulgar, na qual o guitarrista João Gil, embora com uma postura reservada (que contrasta com a atitude dos colegas), ocupa um papel relevante.
Atrás da bateria há agora muito menos cabelo – e cerveja. Marco Armés vai buscar uma aguinha, e quando regressa já tem outra garrafa em cima da tarola. A parte do aquecimento termina em bom ritmo, com a audiência já mais aconchegada. Alguém exclama «Isto não é Hollywood, bebé!», e a dica logo é aproveitada para introduzir “Narita Express” («Hollywood; Santa Apolónia… Comboios!”), que nos transporta para a Terra do Sol Nascente, onde Feromona já tocou, no Festival Independence D. Ficamos no meio de corpos nus, comemos peixes crus e fazemos haikus - sempre com inspiração. Durante “Psicologia” ninguém se suicida, mas B.B. (King) trucida o baixo e o público vibra ao som do rock cru seminal da banda. Segue-se um tema sobre uma amiga de Diego. «Renato Seabra!», exclama o irmão, transformando “Assassina” no primeiro momento tragicómico do serão. “Courtney Love” (outra homicida?!) recupera, depois de “Manif”, um certo imaginário grunge destes bons malandros.
Antes da apresentação da banda, que decorre com jam em pano de fundo, há lugar para mais uns temas de Uma Vida a Direito e Desoliúde. No encore, o rock prossegue bem vivo, iniciando-se o inter-rail por uma incursão ao leste europeu, com “Budapeste”. O clássico de Mão Morta recebe grande ovação, tal como “Mustang”, ícone com que terminam o guião da noite.
A banda já atingira as duas dezenas de temas (!), em cerca de hora e meia (!!), mas ainda há lugar para um digestivo. Sucedem-se malhas de baixo e riffs em despique nas guitarras. A prestação termina com a Sala TGV a bater palmas e a gritar o refrão de “Latina Woman”, enquanto Marco desanca a bateria como um Homem que deixa a sua Mulher em gomos. It’s only rock and fuckin’ roll?!... But we like it!! Nem uma menina com o singelo nome de Lyonseabra ficaria indiferente…
© Tiago Pereira |
Pazes feitas, a seguir à “Conversa de Cama” o baixista arrisca uma piada que mete José Hermano Saraiva ao barulho; e Diego devolve, bem a propósito: «Um dia vou deixar de te ouvir». A Feromona é assim, profissional mas despretenciosa. E cada concerto reserva uma química invulgar, na qual o guitarrista João Gil, embora com uma postura reservada (que contrasta com a atitude dos colegas), ocupa um papel relevante.
© Tiago Pereira |
Atrás da bateria há agora muito menos cabelo – e cerveja. Marco Armés vai buscar uma aguinha, e quando regressa já tem outra garrafa em cima da tarola. A parte do aquecimento termina em bom ritmo, com a audiência já mais aconchegada. Alguém exclama «Isto não é Hollywood, bebé!», e a dica logo é aproveitada para introduzir “Narita Express” («Hollywood; Santa Apolónia… Comboios!”), que nos transporta para a Terra do Sol Nascente, onde Feromona já tocou, no Festival Independence D. Ficamos no meio de corpos nus, comemos peixes crus e fazemos haikus - sempre com inspiração. Durante “Psicologia” ninguém se suicida, mas B.B. (King) trucida o baixo e o público vibra ao som do rock cru seminal da banda. Segue-se um tema sobre uma amiga de Diego. «Renato Seabra!», exclama o irmão, transformando “Assassina” no primeiro momento tragicómico do serão. “Courtney Love” (outra homicida?!) recupera, depois de “Manif”, um certo imaginário grunge destes bons malandros.
© Tiago Pereira |
Antes da apresentação da banda, que decorre com jam em pano de fundo, há lugar para mais uns temas de Uma Vida a Direito e Desoliúde. No encore, o rock prossegue bem vivo, iniciando-se o inter-rail por uma incursão ao leste europeu, com “Budapeste”. O clássico de Mão Morta recebe grande ovação, tal como “Mustang”, ícone com que terminam o guião da noite.
© Tiago Pereira |
A banda já atingira as duas dezenas de temas (!), em cerca de hora e meia (!!), mas ainda há lugar para um digestivo. Sucedem-se malhas de baixo e riffs em despique nas guitarras. A prestação termina com a Sala TGV a bater palmas e a gritar o refrão de “Latina Woman”, enquanto Marco desanca a bateria como um Homem que deixa a sua Mulher em gomos. It’s only rock and fuckin’ roll?!... But we like it!! Nem uma menina com o singelo nome de Lyonseabra ficaria indiferente…
· 29 Jan 2011 · 00:34 ·
Hugo Rocha Pereirahrochapereira@bodyspace.net
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