Omar Souleyman
Casa da Música, Porto
13 Jul 2010
O Verão na Praça da Casa da Música propôs a romaria e foram muitos os que aceitaram o convite. O happening era o concerto esperadíssimo de Omar Souleyman (não é por o ser para duas dezenas de pessoas que o deixa de ser), o quase mítico músico sírio conhecido por lançar mais de 500 cassetes e alguns CDs. O concerto, esse, tinha tudo para ter acontecido realmente na praça mas teve lugar na verdade na Sala 2, que foi pequeno em espírito para receber Omar Souleyman, o senhor do turbante, do bigode aparadíssimo, pai, dizem, do Jihadi Techno. Lenda no seu país, onde toca em casamentos e outras festas, trouxe a Portugal a poesia techno étnica que, diz-se, vive muito da improvisação. Para saber mais, nada como ler o excelente artigo publicado no jornal i dias antes da chegada de Omar.
Indo directamente ao concerto: aqueles teclados insanos, aquelas batidas impossíveis, aquela guitarra infernal. Deu no que tinha que dar: em loucura generalizada. E tudo graças à música. Omar Souleyman e companhia não têm propriamente muita presença em palco, mas também não precisam. Omar coloca por vezes o microfone debaixo do braço e bate palmas como se tivesse aprendido a batê-las há semanas, grita por vezes por Portugal, mas não faz mais do que isso. De resto passeia-se pelo palco enquanto vê a sua banda lançar-se a uma nova exploração. Explorações que têm sempre uma coisa em comum: batidas e ritmos incendiários, num contínuo desafio dos sentidos e da lógica, e a voz de comando do capitão Souleyman.
A música de Omar Souleyman foi intelectualizada e bem; porque não é apenas techno étnico ou música mundo, porque transcende essas etiquetas e torna-se algo maior. A actuação de Omar Souleyman na Casa da Música, essa, fez esquecer quase por completo o concerto de Coup de Bam, que na primeira parte não conseguiu encher as medidas de, arriscamos, muita gente; nem mesmo quando ofereceram uma canção cantada em português de difícil compreensão. A noite foi mesmo de Omar Souleyman e dos que decidiram dançar as suas canções pela noite fora. Memorável.
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© Ana Cancela |
Indo directamente ao concerto: aqueles teclados insanos, aquelas batidas impossíveis, aquela guitarra infernal. Deu no que tinha que dar: em loucura generalizada. E tudo graças à música. Omar Souleyman e companhia não têm propriamente muita presença em palco, mas também não precisam. Omar coloca por vezes o microfone debaixo do braço e bate palmas como se tivesse aprendido a batê-las há semanas, grita por vezes por Portugal, mas não faz mais do que isso. De resto passeia-se pelo palco enquanto vê a sua banda lançar-se a uma nova exploração. Explorações que têm sempre uma coisa em comum: batidas e ritmos incendiários, num contínuo desafio dos sentidos e da lógica, e a voz de comando do capitão Souleyman.
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© Ana Cancela |
A música de Omar Souleyman foi intelectualizada e bem; porque não é apenas techno étnico ou música mundo, porque transcende essas etiquetas e torna-se algo maior. A actuação de Omar Souleyman na Casa da Música, essa, fez esquecer quase por completo o concerto de Coup de Bam, que na primeira parte não conseguiu encher as medidas de, arriscamos, muita gente; nem mesmo quando ofereceram uma canção cantada em português de difícil compreensão. A noite foi mesmo de Omar Souleyman e dos que decidiram dançar as suas canções pela noite fora. Memorável.
· 28 Jul 2010 · 12:02 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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