Tony Allen
Casa da Música, Porto
06 Mar 2010
Num sábado de oferta gorda na cidade do Porto, o afrobeat foi chamamento maior para quem decidiu encher a Sala 2 da Casa da Música, se não totalmente de público, de energias positivas renováveis ao longo de quase uma hora. Na estreia de Tony Allen na cidade do Porto, a Casa da Música foi anfitriã de uma noite em que um dos fundadores do afrobeat - mostrou porque é que aquele gingar africano entre o funk e o jazz é capaz de mover tantos corpos em tantas décadas de existência. Tony Allen, na bateria, conduziu um ensemble de oito músicos por entre uma festa que insistiu em fazer-se pelo ritmo e pela circularidade tão conhecida ao afrobeat.
A coesão era nem mais nem menos aquela que se esperava – e que se deve esperar num concerto deste tipo. A percussão marcou o passo de uma mini big band de metais que rasgou o ritmo a meio sempre que possível; a voz feminina, menos eficaz de que a do próprio Tony Allen, não deixou de colorir as longas explorações erigidas sempre que para isso foi chamada; os teclados, um pouco “digitalizados” a mais do que o desejável, cumpriram o papel de improvisação e abertura da paleta sonora que lhes costumam exigir. Correu tudo conforme planeado.
Correu talvez tudo demasiado conforme planeado. Em boa parte da actuação pareceu faltar muitas vezes aquele clique extra que faz o afrobeat ser uma experiência quase extra-sensorial; faltou muitas vezes aquele crescendo circular que deposita no afrobeat a capacidade de fazer do ritmo motivo de união e celebração. Tony Allen esteve irrepreensível, entenda-se. É um esteio na percussão e na condução das operações. Mas mesmo nos melhores momentos, o concerto na Casa da Música não conseguiu nunca fazer esquecer o enorme concerto que Sean Kuti deu no Centro Cultural de Belém no Verão de 2009, num dos melhores momentos musicais do ano transacto. Que o diga o animal camarada de luta Jel (activo durante a tarde na Rua Miguel Bombarda em dia de inaugurações para uma perninha de contestação) que esteve em ambos e que parecia bem mais animado no concerto de Lisboa.
© Angela Costa |
A coesão era nem mais nem menos aquela que se esperava – e que se deve esperar num concerto deste tipo. A percussão marcou o passo de uma mini big band de metais que rasgou o ritmo a meio sempre que possível; a voz feminina, menos eficaz de que a do próprio Tony Allen, não deixou de colorir as longas explorações erigidas sempre que para isso foi chamada; os teclados, um pouco “digitalizados” a mais do que o desejável, cumpriram o papel de improvisação e abertura da paleta sonora que lhes costumam exigir. Correu tudo conforme planeado.
© Angela Costa |
Correu talvez tudo demasiado conforme planeado. Em boa parte da actuação pareceu faltar muitas vezes aquele clique extra que faz o afrobeat ser uma experiência quase extra-sensorial; faltou muitas vezes aquele crescendo circular que deposita no afrobeat a capacidade de fazer do ritmo motivo de união e celebração. Tony Allen esteve irrepreensível, entenda-se. É um esteio na percussão e na condução das operações. Mas mesmo nos melhores momentos, o concerto na Casa da Música não conseguiu nunca fazer esquecer o enorme concerto que Sean Kuti deu no Centro Cultural de Belém no Verão de 2009, num dos melhores momentos musicais do ano transacto. Que o diga o animal camarada de luta Jel (activo durante a tarde na Rua Miguel Bombarda em dia de inaugurações para uma perninha de contestação) que esteve em ambos e que parecia bem mais animado no concerto de Lisboa.
· 09 Mar 2010 · 17:28 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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