Burnt Friedman & Jaki Liebezeit
Teatro Maria Matos, Lisboa
22 Set 2009
A nova programação do Teatro Maria Matos já recolocou o edifício gémeo do cinema King na primeira divisão da actividade cultural lisboeta - responsabilidade de Pedro Santos (e com mãozinha Granular para as propostas mais experimentais). Desta vez foi uma dupla alemã a motivar a deslocação à histórica sala da Avenida de Roma. De um lado estava o multifacetado Burnt Friedman, homem de mil e um projectos, do post-reggae dos Nu Dub Players ao jazz orgânico dos Flanger (a meias com Uwe “Coconut” Schmidt). Do outro lado estava o homem que conduziu o ritmo de uma das mais criativas e geniais bandas de todo-o-sempre: Jaki Liebezeit, o baterista dos Can.
A actuação da dupla baseou-se nas gravações “Secret Rhythms”, uma parceria que vem sendo desenvolvida desde 2002. Desde logo Burnt Friedman assumiu-se como principal instigador da dupla. Servindo-se de uma larga panóplia de ferramentas electrónicas, Friedman fornecia as primeiras pistas sonoras, de que Jaki Liebezeit se servia para agarrar no ritmo. Mas a partir daí a bola passava para o campo do baterista: Liebezeit assumia o controlo e mantinha um ritmo preciso, estável, com a eficácia mecânica da Mannschaft de 1974 conduzida por Beckenbauer.
Sobre a estrutura rítmica debitada pelo ancião, Friedman ia depois acrescentando sugestões sonoras, detalhes e pormenores ambientais que se mantinham numa segunda linha, deixando-se levar pela lógica hipnótica do ritmo da bateria. Por vezes pedia-se uma intervenção mais assumida de Burnt, que acabou por ter um papel reservado face à força do ritmo. A situação apenas se alterou no encore, quando Friedman respondeu com mais eficácia e foi obrigando Liebezeit a mudar os padrões rítmicos, numa música efectivamente mutante. Tivesse sido toda a actuação assim e seria brilhante. Assim, foi apenas muito boa.
A actuação da dupla baseou-se nas gravações “Secret Rhythms”, uma parceria que vem sendo desenvolvida desde 2002. Desde logo Burnt Friedman assumiu-se como principal instigador da dupla. Servindo-se de uma larga panóplia de ferramentas electrónicas, Friedman fornecia as primeiras pistas sonoras, de que Jaki Liebezeit se servia para agarrar no ritmo. Mas a partir daí a bola passava para o campo do baterista: Liebezeit assumia o controlo e mantinha um ritmo preciso, estável, com a eficácia mecânica da Mannschaft de 1974 conduzida por Beckenbauer.
Sobre a estrutura rítmica debitada pelo ancião, Friedman ia depois acrescentando sugestões sonoras, detalhes e pormenores ambientais que se mantinham numa segunda linha, deixando-se levar pela lógica hipnótica do ritmo da bateria. Por vezes pedia-se uma intervenção mais assumida de Burnt, que acabou por ter um papel reservado face à força do ritmo. A situação apenas se alterou no encore, quando Friedman respondeu com mais eficácia e foi obrigando Liebezeit a mudar os padrões rítmicos, numa música efectivamente mutante. Tivesse sido toda a actuação assim e seria brilhante. Assim, foi apenas muito boa.
· 24 Set 2009 · 00:08 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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