Earth / Jorge Coelho
Passos Manuel, Porto
31 Mar 2009
A fase que os Earth iniciaram nesta década tem dado óptimos frutos. Três discos (Hex; Or Printing in the Infernal Method, de 2005, Hibernaculum, de 2007, e The Bees Made Honey in the Lion's Skull, do ano passado) revelaram um grupo a ligar duas linhagens (a da americana, das guitarras à Ry Cooder, com a do drone, que os tornou referência fundamental do rock à margem dos anos 90) de uma forma tão surpreendente como brilhante.
Depois de uma morna passagem pela Casa da Música, em 2006, na primeira parte dos Sunn 0))), os Earth tiveram no Passos Manuel a sala com as condições acústicas ideais para uma música que vive muito da reverberação e dos espaços em branco. A banda, entretanto, também aprimorou a sua particular forma de música, incluindo novos instrumentos, como o Hammond e o trombone (instrumentos presentes desta vez). O álbum mais recente foi o prato forte do concerto, com passagens por temas como “Omens and Portents II: Carrion Crow" (bateria lentíssima, pancada densa atrás de pancada densa), “Rise to glory”, com pinceladas psicadélicas do Hammond a misturarem-se com a frase de guitarra, e “Engine of ruin”.
De Hibernalucum recuperaram “Ouroboros is broken”, espécie de Black Sabbath sem distorção e no retardador, e da edição em vinil do último álbum ouviu-se “Junkyard Priest”, com direito a trombone improvável. Outros sinais da progressiva diversificação dos Earth foram dados em alguns temas novos. A beleza dos Earth está na sua aparente simplicidade e na paleta reduzida. Despida de artifícios, esta música revela o seu poder primário. Foi assim no Passos Manuel, num concerto que confirmou que esta é uma das mais interessantes bandas da actualidade.
Na primeira parte, Jorge Coelho (Mesa, Cães aos Círculo e ex-Zen) revelou uma faceta diferente das várias que lhe conhecemos. Levou a guitarra acústica para terrenos que lembram os guitarristas pós-Fahey, mas tratou de trocar as voltas com mudanças constantes na afinação (que integrava na própria música) e uma abordagem sem contemplações ao instrumento. A espaços, foi capaz de bons momentos, mas há ainda arestas a limar para que do talento nasça algo mais consistente.
Earth © Jorge Silva |
Depois de uma morna passagem pela Casa da Música, em 2006, na primeira parte dos Sunn 0))), os Earth tiveram no Passos Manuel a sala com as condições acústicas ideais para uma música que vive muito da reverberação e dos espaços em branco. A banda, entretanto, também aprimorou a sua particular forma de música, incluindo novos instrumentos, como o Hammond e o trombone (instrumentos presentes desta vez). O álbum mais recente foi o prato forte do concerto, com passagens por temas como “Omens and Portents II: Carrion Crow" (bateria lentíssima, pancada densa atrás de pancada densa), “Rise to glory”, com pinceladas psicadélicas do Hammond a misturarem-se com a frase de guitarra, e “Engine of ruin”.
Earth © Jorge Silva |
De Hibernalucum recuperaram “Ouroboros is broken”, espécie de Black Sabbath sem distorção e no retardador, e da edição em vinil do último álbum ouviu-se “Junkyard Priest”, com direito a trombone improvável. Outros sinais da progressiva diversificação dos Earth foram dados em alguns temas novos. A beleza dos Earth está na sua aparente simplicidade e na paleta reduzida. Despida de artifícios, esta música revela o seu poder primário. Foi assim no Passos Manuel, num concerto que confirmou que esta é uma das mais interessantes bandas da actualidade.
Earth © Jorge Silva |
Na primeira parte, Jorge Coelho (Mesa, Cães aos Círculo e ex-Zen) revelou uma faceta diferente das várias que lhe conhecemos. Levou a guitarra acústica para terrenos que lembram os guitarristas pós-Fahey, mas tratou de trocar as voltas com mudanças constantes na afinação (que integrava na própria música) e uma abordagem sem contemplações ao instrumento. A espaços, foi capaz de bons momentos, mas há ainda arestas a limar para que do talento nasça algo mais consistente.
· 06 Abr 2009 · 19:20 ·
Pedro Riospedrosantosrios@gmail.com
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