Loosers
Loja Optimus da Casa da Música, Porto
14 Mar 2009
Um concerto dos Loosers é, desde há muito, uma incógnita. Ora se apresentam ritualistas, xamânicos, feitos novos psicadélicos, ora amantes do drone, ora cultores de várias linhagens do rock fora dos eixos. Na loja Optimus da Casa da Música, foram uma homenagem ao rock como os Black Sabbath e os Hawkwind o professaram.
Não foi um concerto brilhante, mas a reinvenção constante tem destas coisas. Tiago Miranda, que abriu o concerto com um gongo, ocupou-se do baixo, em vez da habitual guitarra. Rui Dâmaso foi guitarrista nos dois primeiros momentos e assumiu o papel de segundo baixista na peça final (a aposta em dois baixos não deu grandes resultados).
Nos melhores momentos, o trio fez um festim de riffs rock sujos por camadas de feedback e fuzz, partes fundamentais do manto eléctrico. Foi assim na primeira jam, em que Rui Dâmaso, na guitarra, utilizou com inteligência os loops para erigir uma trip saturada de electricidade, que só pecou por se arrastar por demasiado tempo. Melhores resultados teve a segunda peça, o único momento em que o concerto superou a mediania: uma melodia pré-gravada impôs mais atenção às dinâmicas, ao balanço, com o baterista a disparar camadas de órgão processado que se entrelaçavam com a guitarra, num todo texturado muito feliz.
Na fuga à previsibilidade, os Loosers nem sempre alcançam os melhores resultados. Tal faz parte do jogo destas músicas, mas, por vezes, apetece pedir que a matéria encantatória e diversificada que encontramos nos discos seja mais explorada ao vivo, território em que o lado rock do grupo tem prevalecido em várias ocasiões.
Não foi um concerto brilhante, mas a reinvenção constante tem destas coisas. Tiago Miranda, que abriu o concerto com um gongo, ocupou-se do baixo, em vez da habitual guitarra. Rui Dâmaso foi guitarrista nos dois primeiros momentos e assumiu o papel de segundo baixista na peça final (a aposta em dois baixos não deu grandes resultados).
Nos melhores momentos, o trio fez um festim de riffs rock sujos por camadas de feedback e fuzz, partes fundamentais do manto eléctrico. Foi assim na primeira jam, em que Rui Dâmaso, na guitarra, utilizou com inteligência os loops para erigir uma trip saturada de electricidade, que só pecou por se arrastar por demasiado tempo. Melhores resultados teve a segunda peça, o único momento em que o concerto superou a mediania: uma melodia pré-gravada impôs mais atenção às dinâmicas, ao balanço, com o baterista a disparar camadas de órgão processado que se entrelaçavam com a guitarra, num todo texturado muito feliz.
Na fuga à previsibilidade, os Loosers nem sempre alcançam os melhores resultados. Tal faz parte do jogo destas músicas, mas, por vezes, apetece pedir que a matéria encantatória e diversificada que encontramos nos discos seja mais explorada ao vivo, território em que o lado rock do grupo tem prevalecido em várias ocasiões.
· 18 Mar 2009 · 00:21 ·
Pedro Riospedrosantosrios@gmail.com
ÚLTIMAS REPORTAGENS
ÚLTIMAS