The Weatherman - Festival EP ao Vivo
Auditório da Junta de Freguesia de Espinho, Espinho
06 Mar 2009
No normal decorrer da pop, muitos foram-se esquecendo que esta deve conter – se não sempre, pelo menos com frequência – fragmentos de vida, episódios do que é ser humano – algo que sirva de reflexo, de espelho. Pelas rádios e televisões deste mundo são muitos os exemplos de canções umbiguistas, que reflectem uma realidade de poucos, acessível a ainda menos pessoas. As canções de Alexandre Monteiro falam sobre coisas que sucedem a todos, são dotadas de um realismo que se sente nos textos e na interpretação. Não é caso único, obviamente, mas é um bom exemplo do que se vai fazendo por cá a esse nível.
Gaia é a base de comando de quem editou em 2006 um disco de estreia algo badalado – Cruisin’ Alaska de seu nome - e de quem agora se prepara para lançar novo disco. Coube ao Festival EP ao Vivo e a Espinho, cidade onde gravou o álbum (Jamboree Park At The Milky Way), receber uma espécie de pré-teste de lançamento do disco, em formação reduzida. Alexandre Monteiro, acompanhado por André Tentúgal e, ocasionalmente, por dois trompetistas, mostrou algumas das doze canções do novo disco, mas não evitou o passado que o empurrou para o presente – e o preparou para o futuro.
Se em disco The Weatherman é festim de cordas, metais e vozes, ao vivo, na Junta de Freguesia de Espinho, foi recatado e minimal, a mostrar o esqueleto das canções que fazem Jamboree Park At The Milky Way. E o que faz o novo disco de Weatherman é uma pop bem medida, consciente dos ajustes que havia a fazer, segura da evolução que teve de percorrer. A escrita de canções apurou-se e daí brotou disco. O disco onde surge uma canção como “Summer Dream”, plena de raios de luz, eminentemente celebratória, com certificado feel good song e carimbo de hit clássico da pop. É o próximo single a sair de Jamboree Park At The Milky Way e tem pernas para agarrar ondas hertzianas e o traulitar de uns quantos seres vivos.
Noutro campeonato joga “Chloe’s Hair”, recatada e auto-suficiente, terna e melancólica, confissão ao piano sobre aquela mulher com a qual se cria uma relação de amor-ódio-indiferença. “You could almost taste the sex she's having by the way she smiled and waved her hair” é uma das frases pop do ano em qualquer país. Já roda nas rádios – é single de avanço do disco – e rodou na perfeição ao vivo. “I Will Follow You Everywhere” é do mesmo campeonato de “Summer Dream”, amante do sol e do ar livre, positiva até ao osso. É nesta quase demência sentimental com a qual, quer em disco, quer ao vivo, Weatherman se debate. No ponto que une essas duas pontas vai-se fazendo alguma da melhor pop com carimbo luso. E Jamboree Park At The Milky Way encarregar-se-á de o confirmar.
© Filipe Couto |
Gaia é a base de comando de quem editou em 2006 um disco de estreia algo badalado – Cruisin’ Alaska de seu nome - e de quem agora se prepara para lançar novo disco. Coube ao Festival EP ao Vivo e a Espinho, cidade onde gravou o álbum (Jamboree Park At The Milky Way), receber uma espécie de pré-teste de lançamento do disco, em formação reduzida. Alexandre Monteiro, acompanhado por André Tentúgal e, ocasionalmente, por dois trompetistas, mostrou algumas das doze canções do novo disco, mas não evitou o passado que o empurrou para o presente – e o preparou para o futuro.
© Filipe Couto |
Se em disco The Weatherman é festim de cordas, metais e vozes, ao vivo, na Junta de Freguesia de Espinho, foi recatado e minimal, a mostrar o esqueleto das canções que fazem Jamboree Park At The Milky Way. E o que faz o novo disco de Weatherman é uma pop bem medida, consciente dos ajustes que havia a fazer, segura da evolução que teve de percorrer. A escrita de canções apurou-se e daí brotou disco. O disco onde surge uma canção como “Summer Dream”, plena de raios de luz, eminentemente celebratória, com certificado feel good song e carimbo de hit clássico da pop. É o próximo single a sair de Jamboree Park At The Milky Way e tem pernas para agarrar ondas hertzianas e o traulitar de uns quantos seres vivos.
Noutro campeonato joga “Chloe’s Hair”, recatada e auto-suficiente, terna e melancólica, confissão ao piano sobre aquela mulher com a qual se cria uma relação de amor-ódio-indiferença. “You could almost taste the sex she's having by the way she smiled and waved her hair” é uma das frases pop do ano em qualquer país. Já roda nas rádios – é single de avanço do disco – e rodou na perfeição ao vivo. “I Will Follow You Everywhere” é do mesmo campeonato de “Summer Dream”, amante do sol e do ar livre, positiva até ao osso. É nesta quase demência sentimental com a qual, quer em disco, quer ao vivo, Weatherman se debate. No ponto que une essas duas pontas vai-se fazendo alguma da melhor pop com carimbo luso. E Jamboree Park At The Milky Way encarregar-se-á de o confirmar.
· 07 Mar 2009 · 02:34 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
RELACIONADO / The Weatherman