Norberto Lobo
Tertúlia Castelense, Castelo da Maia
17 Out 2008
Dificilmente existe um local a norte do país onde a música de Norberto Lobo faça tanto sentido. A pérola do Castêlo da Maia, a Tertúlia Castelense, no seu pequeno mas acolhedor palco, na sua pequena mas acolhedora sala, recebeu o guitarrista que assinou Mudar de Bina (editado na Bor Land no ano transacto) para uma noite de silêncios mil. No momento em que Norberto Lobo começou a trabalhar a sua guitarra acústica (uma de duas tocadas durante a noite) nunca mais se ouviram ruídos, a não ser de palmas. Não é só quando apresenta o seu hit “Mudar de Bina”, é durante toda a actuação.
Apesar da técnica impressionante, Norberto Lobo não é um músico que procure a perfeição. Para ele não parece importar descurar o primor desde que isso seja inversamente proporcional no manter das sensibilidades e do, vá lá, sentimento. Há na música de Norberto Lobo muito da música portuguesa (mesmo quando não está a fazer uma versão de “Mudar de Vida”, do eterno Carlos Paredes), mas também há muito da folk e do fingerpicking norte-americano. A enternecedora e taciturna “Cantiga da Ceifa” quase funde os dois, num dos melhores momentos da noite – um de muitos.
Mas a ver pelo concerto na Tertúlia Castelense, Norberto Lobo tem quase um disco novo pronto (o que o músico acabou por confidenciar ao Bodyspace no final da actuação). Mudar de Bina foi um prato óbvio e fundamental mas não único. E o que se pode dizer dos novos temas de Norberto Lobo é que conseguem pelo menos manter o nível de qualidade a que o disco de estreia nos habituou. Mas porque as surpresas não acabaram por ali, houve tempo para se escutar uma deliciosa versão de “Unravel” de Björk mesmo antes de “Ayrton Senna”, numa sequência admirável.
Quem ainda não o fez, por motivos que desconhecemos, deve fazê-lo com a brevidade possível em dias de crise e o diabo a sete porque Norberto Lobo é uma das melhores coisas que aconteceu à música feita em Portugal nos últimos anos. Se em disco isso é evidente, ao vivo tudo ganha um significado especial, potenciado pela dedicação e sensibilidade no instrumento. Um novo disco trará com certeza um maior reconhecimento àquele que alguns apelidam de “novo Carlos Paredes”.
Apesar da técnica impressionante, Norberto Lobo não é um músico que procure a perfeição. Para ele não parece importar descurar o primor desde que isso seja inversamente proporcional no manter das sensibilidades e do, vá lá, sentimento. Há na música de Norberto Lobo muito da música portuguesa (mesmo quando não está a fazer uma versão de “Mudar de Vida”, do eterno Carlos Paredes), mas também há muito da folk e do fingerpicking norte-americano. A enternecedora e taciturna “Cantiga da Ceifa” quase funde os dois, num dos melhores momentos da noite – um de muitos.
Mas a ver pelo concerto na Tertúlia Castelense, Norberto Lobo tem quase um disco novo pronto (o que o músico acabou por confidenciar ao Bodyspace no final da actuação). Mudar de Bina foi um prato óbvio e fundamental mas não único. E o que se pode dizer dos novos temas de Norberto Lobo é que conseguem pelo menos manter o nível de qualidade a que o disco de estreia nos habituou. Mas porque as surpresas não acabaram por ali, houve tempo para se escutar uma deliciosa versão de “Unravel” de Björk mesmo antes de “Ayrton Senna”, numa sequência admirável.
Quem ainda não o fez, por motivos que desconhecemos, deve fazê-lo com a brevidade possível em dias de crise e o diabo a sete porque Norberto Lobo é uma das melhores coisas que aconteceu à música feita em Portugal nos últimos anos. Se em disco isso é evidente, ao vivo tudo ganha um significado especial, potenciado pela dedicação e sensibilidade no instrumento. Um novo disco trará com certeza um maior reconhecimento àquele que alguns apelidam de “novo Carlos Paredes”.
· 20 Out 2008 · 22:50 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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