Steffen Basho-Junghans
Mercado Negro, Aveiro
15 Fev 2008
Pode não parecer pelo nome, mas Steffen Basho-Junghans, no género que habita, é um dos melhores guitarristas do mundo. Quer na guitarra acústica de 6 cordas, quer na de 12, o alemão é uma autoridade na hora de apresentar-se em palco com uma guitarra na mão. Apesar do público se ter mostrado em número reduzido (um pouco à imagem do que aconteceu em 2004 no Maus Hábitos, no Porto), Steffen Basho-Junghans actuou como se o estivesse a fazer para uma imensa multidão; este é o caso de um músico que não aparenta tocar por obrigação, mas sim por puro prazer, e isso por vezes faz toda a diferença. E neste concerto fez toda e mais alguma.
A actuar para um público que pouco passava das duas dezenas de pessoas, Steffen Basho-Junghans foi gigante. Alternou entre as duas guitarras como quem as conhece perfeitamente, embarcou em longas explorações (constantemente melódicas), improvisou com o slide e com um gargalo de garrafa (oferecido por um fã), e cultivou as infinitas possibilidades da guitarra (especialmente no que diz respeito ao ritmo). Pelo meio contou ainda histórias directamente resgatadas das suas memórias, da sua terra natal, de conhecidos que entretanto faleceram. Contou essas histórias com a sapiência suficiente para que todos nos envolvêssemos nelas. E por quase 2 horas o Mercado Negro, ali tão perto do local onde Aveiro é uma das cidades mais belas de Portugal, foi o local mais intimista de todos.
Foi sempre notório que Steffen Basho-Junghans foi apostando na improvisação; há sempre risco quando o alemão começa uma exploração e a tenta levar até ao seu final. E é precisamente aà que reside o seu valor acrescentado; independentemente do erro ou dos não-lugares. Steffen Basho-Junghans não é admirável pelo seu primor técnico (apesar de ser uma das suas caracterÃsticas); é assombroso aà sim pela forma como procura o caminho, como deixa rastos de emotividade em cada passagem e em cada paisagem. Ele que também é pintor, gosta de vincar bem os traços de cada cor, de cada sensação, de cada cenário construÃdo. A expressividade de Steffen Basho-Junghans, que curiosamente não gosta de ser comparado aos guitarristas folk norte-americanos (prefere fazer música com o cunho da contemporaneidade), marca pontos a dada canto; por isso esperamos sempre que regresse, de preferência com um tempo de espera menor do que 4 anos.
Steffen Basho-Junghans © Angela Costa |
A actuar para um público que pouco passava das duas dezenas de pessoas, Steffen Basho-Junghans foi gigante. Alternou entre as duas guitarras como quem as conhece perfeitamente, embarcou em longas explorações (constantemente melódicas), improvisou com o slide e com um gargalo de garrafa (oferecido por um fã), e cultivou as infinitas possibilidades da guitarra (especialmente no que diz respeito ao ritmo). Pelo meio contou ainda histórias directamente resgatadas das suas memórias, da sua terra natal, de conhecidos que entretanto faleceram. Contou essas histórias com a sapiência suficiente para que todos nos envolvêssemos nelas. E por quase 2 horas o Mercado Negro, ali tão perto do local onde Aveiro é uma das cidades mais belas de Portugal, foi o local mais intimista de todos.
Steffen Basho-Junghans © Angela Costa |
Foi sempre notório que Steffen Basho-Junghans foi apostando na improvisação; há sempre risco quando o alemão começa uma exploração e a tenta levar até ao seu final. E é precisamente aà que reside o seu valor acrescentado; independentemente do erro ou dos não-lugares. Steffen Basho-Junghans não é admirável pelo seu primor técnico (apesar de ser uma das suas caracterÃsticas); é assombroso aà sim pela forma como procura o caminho, como deixa rastos de emotividade em cada passagem e em cada paisagem. Ele que também é pintor, gosta de vincar bem os traços de cada cor, de cada sensação, de cada cenário construÃdo. A expressividade de Steffen Basho-Junghans, que curiosamente não gosta de ser comparado aos guitarristas folk norte-americanos (prefere fazer música com o cunho da contemporaneidade), marca pontos a dada canto; por isso esperamos sempre que regresse, de preferência com um tempo de espera menor do que 4 anos.
· 15 Fev 2008 · 08:00 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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