David Sylvian
Theatro Circo, Braga
23 Out 2007
O lindíssimo Theatro Circo encheu para receber o concerto único de David Sylvian em Portugal depois do cancelamento da data de Lisboa. Poder-se-ia dizer que a sala se vestiu de gala para receber o músico britânico que noutros tempos – longínquos - foi parte dos Japan. O bilhete que dava entrada para o concerto exibia orgulhosamente a expressão “Intelligent Pop”. As expectativas eram visivelmente muitas – bastava para isso olhar para as cadeiras repletas de gente. Havia muito a percorrer na longa discografia de David Sylvian, muitas dúvidas e muitos alinhamentos possíveis. O experimentalismo sempre foi aliado de Sylvian, mas nos últimos tempos esse lado tem-se vindo a revelar com grande intensidade, nomeadamente em Blemish, com ajuda de Derek Bailey e Christian Fennesz.
Andava no ar a dúvida maior de todas. Iria David Sylvian mostrar o seu lado mais visivelmente experimental recente ou optar por um alinhamento em jeito best-of? Ou iria fundir ambas as opções? Foi esta a opção do britânico, imaginada por alguns. Acompanhado por um baterista, um pianista e um baixista/contrabaixista, David Sylvian foi fazendo uma viagem pela sua discografia, mostrando novas roupagens a alguns temas seus e de outros projectos “paralelos”: porque começou com “Wonderful World” retirada de Snow Borne Sorrow, disco de estreia da aventura com avid Sylvian, Steve Jansen e Burnt Friedman, porque foi aos Japan, porque transportou Ryiuchi Sakamoto para braga. Ao quarteto visível juntaram-se sons gravados de sopros, vozes femininas, electrónicas várias e objectos não identificáveis. Foram essenciais na disseminação de sensações.
O momento alto da noite aconteceria pouco antes do final da actuação de David Sylvian, aquando de uma curta mas eficaz rendição da sempre belíssima “Before the bullfight”. Faltou obviamente “September” ou “I Surrender”; faltou, porque não, a óbvia mas incontornável “Forbidden Colours”. Mas ao longo do concerto – e com dois encores extra – David Sylvian provou que não necessita de ir demasiado ao passado para fazer o presente. O britânico vive muito bem com o seu novo material – e isso ficou claro no concerto de Braga. Foi, do início ao fim, uma noite de canções multifacetadas e de tons variados – com nota positiva. David Sylvian não desilude.
Andava no ar a dúvida maior de todas. Iria David Sylvian mostrar o seu lado mais visivelmente experimental recente ou optar por um alinhamento em jeito best-of? Ou iria fundir ambas as opções? Foi esta a opção do britânico, imaginada por alguns. Acompanhado por um baterista, um pianista e um baixista/contrabaixista, David Sylvian foi fazendo uma viagem pela sua discografia, mostrando novas roupagens a alguns temas seus e de outros projectos “paralelos”: porque começou com “Wonderful World” retirada de Snow Borne Sorrow, disco de estreia da aventura com avid Sylvian, Steve Jansen e Burnt Friedman, porque foi aos Japan, porque transportou Ryiuchi Sakamoto para braga. Ao quarteto visível juntaram-se sons gravados de sopros, vozes femininas, electrónicas várias e objectos não identificáveis. Foram essenciais na disseminação de sensações.
O momento alto da noite aconteceria pouco antes do final da actuação de David Sylvian, aquando de uma curta mas eficaz rendição da sempre belíssima “Before the bullfight”. Faltou obviamente “September” ou “I Surrender”; faltou, porque não, a óbvia mas incontornável “Forbidden Colours”. Mas ao longo do concerto – e com dois encores extra – David Sylvian provou que não necessita de ir demasiado ao passado para fazer o presente. O britânico vive muito bem com o seu novo material – e isso ficou claro no concerto de Braga. Foi, do início ao fim, uma noite de canções multifacetadas e de tons variados – com nota positiva. David Sylvian não desilude.
· 23 Out 2007 · 08:00 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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