Human Feel
Auditório Eunice Muñoz, Oeiras
28 Set 2007
Enquadrado no Ciclo Internacional de Jazz de Oeiras, o quarteto all-star Human Feel actuou no auditório Eunice Muñoz na passada sexta-feira, depois de por lá terem passado os quartetos de André Fernandes (dia 21) e Steve Wilson (dia 22) e um dia antes do grande quinteto de Drew Gress (que inclui Tim Berne e Craig Taborn, entre outros). No palco do auditório municipal surgiram três rostos conhecidos do público de jazz português - Chris Speed (saxofone tenor e clarinete), Kurt Rosenwinkel (guitarra eléctrica) e Jim Black (bateria e electrónica) – e o menos falado Andrew D’Angelo (saxofone alto e clarinete baixo), que provou merecer estar no mesmo patamar de notoriedade que os seus colegas.
Explorando composições originais dos vários elementos da banda, os Human Feel desenvolveram-nas de forma criativa, partindo da exposição dos temas para os transformarem completamente através da injecção de doses elevadas de improvisação. A intensidade dos sopros de D’Angelo e Speed surpreendeu, particularmente pela ferocidade com que atacavam os temas em conjunto. A guitarra de Rosenwinkel deixava-se, muitas vezes, ficar lá atrás num registo menos vanguardista, a dar uma certa estabilidade harmónica, deixando Jim Black livre para explorar ritmos enérgicos ao mesmo tempo que introduzia sugestões texturais e electrónicas.
Houve espaço para a interpretação de um tema do grande Julius Hemphill, houve espaço para D’Angelo (muito falador) elogiar a cozinha portuguesa e o vinho verde e houve tempo para um emotivo tema final, lÃmpido e lÃrico, a contrastar com a toada geral do concerto. De resto, foi um grande espectáculo, pleno de energia, a aproximar-se das melhores noções de free jazz, na navegação abrasiva dos saxofones e clarinetes de Chris Speed e Andrew D’Angelo, e também de um certo jazz-rock, pela energia rÃtmica de Black e alguns momentos de distorção da guitarra de Rosenwinkel. Num momento em que não se sabe bem ao certo onde pára a vanguarda do jazz, este quarteto mostra que alguma da música mais criativa música pode estar mesmo aqui ao nosso lado.
Explorando composições originais dos vários elementos da banda, os Human Feel desenvolveram-nas de forma criativa, partindo da exposição dos temas para os transformarem completamente através da injecção de doses elevadas de improvisação. A intensidade dos sopros de D’Angelo e Speed surpreendeu, particularmente pela ferocidade com que atacavam os temas em conjunto. A guitarra de Rosenwinkel deixava-se, muitas vezes, ficar lá atrás num registo menos vanguardista, a dar uma certa estabilidade harmónica, deixando Jim Black livre para explorar ritmos enérgicos ao mesmo tempo que introduzia sugestões texturais e electrónicas.
Houve espaço para a interpretação de um tema do grande Julius Hemphill, houve espaço para D’Angelo (muito falador) elogiar a cozinha portuguesa e o vinho verde e houve tempo para um emotivo tema final, lÃmpido e lÃrico, a contrastar com a toada geral do concerto. De resto, foi um grande espectáculo, pleno de energia, a aproximar-se das melhores noções de free jazz, na navegação abrasiva dos saxofones e clarinetes de Chris Speed e Andrew D’Angelo, e também de um certo jazz-rock, pela energia rÃtmica de Black e alguns momentos de distorção da guitarra de Rosenwinkel. Num momento em que não se sabe bem ao certo onde pára a vanguarda do jazz, este quarteto mostra que alguma da música mais criativa música pode estar mesmo aqui ao nosso lado.
· 28 Set 2007 · 08:00 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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