Rafael Anton Irisarri
Passos Manuel, Porto
08 Set 2007
Na rentrée, havia um bom motivo para a deslocação ao Passos Manuel. Em mais uma louvável noite trazida pela Matéria Prima, incluída nas sessões Oportunista, Rafael Anton Irisarri era o motivo para furar pelas cada vez mais movimentadas ruas do Porto. A rua Passos Manuel está definitivamente na moda, graças ao trio composto pelo Maus Hábitos, o Pitch e o Passos Manuel e é um dos motores do despertar da cidade. Mas voltando à figura da noite, Rafael Anton Irisarri, o músico norte-americano trazia a Portugal Daydreaming (o disco de estreia), editado em 2007 pela Miasmah. Ele é explorador de territórios minimais/ambientais/repetitivos e um criador paisagístico e, depois de um concerto da Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, chegava ao Porto com intenções de mostrar essas paisagens ao público portuense.
O público era, infelizmente, pouco. Apesar disso, Rafael Anton Irisarri subiu a palco e desenvolveu esforços junto a um laptop e demais maquinaria, tendo também feito uso precioso de uma guitarra. Partiu pouco depois para uma sucessão de imagens tendo como apoio as imagens que iam sendo projectadas atrás de si. As suas composições, de base electrónica, são assumidamente minimalistas, ambientais. Na mistura iam surgindo os sons de piano (como em “Wither”), levando os temas para um grau de sensibilidade interessante. A sua visão da música valeu-lhe já comparações com nomes como Philip Glass, Brian Eno, Arvo Part, ou mesmo Erik Satie. Independentemente das comparações e da necessidade de catalogar a sua música, Rafael Anton Irisarri é arquitecto de belas paisagens.
A taciturna e bela “A Thousand-Yard Stare” é um óptimo exemplo da força das composições de Rafael Anton Irisarri: rasgos de melodias taciturnas golpeadas por uma guitarra que se vai perdendo na eternidade. Por vezes, ao longo da actuação, Rafael Anton Irisarri lembra quase o mexicano Murcof sem o techno. Mas perto do final, o norte-americano ousou mesmo adicionar às suas explorações um techno saliente e venceu sobremaneira com isso. Depois de um arranque entusiasmante, Rafael Anton Irisarri percebeu algum interesse algures no miolo da actuação mas, felizmente, voltou a controlar a situação na última parte da actuação. A viagem, essa, foi, feitas as contas, maioritariamente interessante. Aproveitando a chegada de batidas mais vistos, Rafael Anton Irisarri não teria perdido nada se tivesse prolongado mais esse mesmo trajecto.
O público era, infelizmente, pouco. Apesar disso, Rafael Anton Irisarri subiu a palco e desenvolveu esforços junto a um laptop e demais maquinaria, tendo também feito uso precioso de uma guitarra. Partiu pouco depois para uma sucessão de imagens tendo como apoio as imagens que iam sendo projectadas atrás de si. As suas composições, de base electrónica, são assumidamente minimalistas, ambientais. Na mistura iam surgindo os sons de piano (como em “Wither”), levando os temas para um grau de sensibilidade interessante. A sua visão da música valeu-lhe já comparações com nomes como Philip Glass, Brian Eno, Arvo Part, ou mesmo Erik Satie. Independentemente das comparações e da necessidade de catalogar a sua música, Rafael Anton Irisarri é arquitecto de belas paisagens.
A taciturna e bela “A Thousand-Yard Stare” é um óptimo exemplo da força das composições de Rafael Anton Irisarri: rasgos de melodias taciturnas golpeadas por uma guitarra que se vai perdendo na eternidade. Por vezes, ao longo da actuação, Rafael Anton Irisarri lembra quase o mexicano Murcof sem o techno. Mas perto do final, o norte-americano ousou mesmo adicionar às suas explorações um techno saliente e venceu sobremaneira com isso. Depois de um arranque entusiasmante, Rafael Anton Irisarri percebeu algum interesse algures no miolo da actuação mas, felizmente, voltou a controlar a situação na última parte da actuação. A viagem, essa, foi, feitas as contas, maioritariamente interessante. Aproveitando a chegada de batidas mais vistos, Rafael Anton Irisarri não teria perdido nada se tivesse prolongado mais esse mesmo trajecto.
· 08 Set 2007 · 08:00 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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