Matt Elliott / Manyfingers
MusicBox, Lisboa
25 Mar 2007
Era no Cais do Sodré que em tempos mais ou menos remotos desembarcavam marinheiros para fugazes momentos de diversão nos bares da zona. Foi no mesmo Cais do Sodré que na passada noite de domingo apareceu Matt Elliott, para cantar músicas tristes sobre marinheiros bêbados e naufrágios variados. O inglês trazia na bagagem o recente disco Failing Songs, novo capítulo na carreira do songwriter depois das bebedeiras de Drinking Songs (2005) e das confusões de The Mess We Made (2003).
Sozinho em palco, acompanhado por uma guitarra acústica, pontualmente alternada a eléctrica, o antigo membro dos Third Eye Foundation apresentou as suas músicas de inspiração folk que compõe o seu mais recente álbum. Apesar de se mostrar extremamente fatigado, Elliott desvendou um leque de melodias doces - sempre de teor lamentoso/depressivo – que facilmente se memorizam. Utilizando um processo várias vezes repetido, Matt Elliott começava por esboçar os acordes na guitarra acústica, alicerçava as canções com a sua voz dolente (a essência) e acabava a encorpar as músicas ao incluir efeitos da guitarra eléctrica ou samples ocasionais para o desfecho em catarse. O passado nos Third Eye Foundation foi relembrado com uma aproximação drum’n’bass e não faltou a inevitável “The Kursk”, no fim, a pedido do público. Apesar do cansaço, a missão foi cumprida: o barco não se afundou.
Na primeira parte actuou Manyfingers, designação artística do inglês Chris Cole. Neste projecto Cole manuseia sozinho uma grande variedade de instrumentos, utilizando objectos electrónicos (laptop, samplers) em simultâneo com instrumentação tradicional (guitarra, bateria, acordeão, entre outros). Partindo de várias camadas sonoras, que são exemplarmente sobrepostas, as músicas vão ganhando estrutura e coerência admiráveis, acabando por se transformarem em instrumentais de grande densidade. Para muitos dos que preenchiam o do MusicBox a música deste inglês, que até agora editou apenas um álbum, foi uma bela surpresa, a complementar da melhor forma uma noite em que as tragédias de Matt Elliott tiveram final feliz.
Sozinho em palco, acompanhado por uma guitarra acústica, pontualmente alternada a eléctrica, o antigo membro dos Third Eye Foundation apresentou as suas músicas de inspiração folk que compõe o seu mais recente álbum. Apesar de se mostrar extremamente fatigado, Elliott desvendou um leque de melodias doces - sempre de teor lamentoso/depressivo – que facilmente se memorizam. Utilizando um processo várias vezes repetido, Matt Elliott começava por esboçar os acordes na guitarra acústica, alicerçava as canções com a sua voz dolente (a essência) e acabava a encorpar as músicas ao incluir efeitos da guitarra eléctrica ou samples ocasionais para o desfecho em catarse. O passado nos Third Eye Foundation foi relembrado com uma aproximação drum’n’bass e não faltou a inevitável “The Kursk”, no fim, a pedido do público. Apesar do cansaço, a missão foi cumprida: o barco não se afundou.
Na primeira parte actuou Manyfingers, designação artística do inglês Chris Cole. Neste projecto Cole manuseia sozinho uma grande variedade de instrumentos, utilizando objectos electrónicos (laptop, samplers) em simultâneo com instrumentação tradicional (guitarra, bateria, acordeão, entre outros). Partindo de várias camadas sonoras, que são exemplarmente sobrepostas, as músicas vão ganhando estrutura e coerência admiráveis, acabando por se transformarem em instrumentais de grande densidade. Para muitos dos que preenchiam o do MusicBox a música deste inglês, que até agora editou apenas um álbum, foi uma bela surpresa, a complementar da melhor forma uma noite em que as tragédias de Matt Elliott tiveram final feliz.
· 25 Mar 2007 · 08:00 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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