Yann Tiersen
Aula Magna, Lisboa
07 Mar 2007
Bem que me tinham avisado. Que a Amélie andava longe, que seria uma coisa rock, provavelmente uma desilusão. Fui bem informado pelos conselhos de amigos, mas ainda assim resolvi arriscar e comprovar com os meus próprios ouvidos como tal seria esse tal Tiersen ao vivo. Foi numa Aula Magna esgotadíssima e histérica que recebeu o francês. Como já tinha sido avisado, ali andou-se longe dos carrosséis na margem do Sena e dos mercados de rua de Montmartre, imaginários provocados pelo filme “Amélie” - no qual Yann Tiersen responsável pela magnífica banda sonora “caixinha de música”.
Afinal Tiersen levou à Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa mesmo rock, rock com muita electricidade ligada, rock com muita energia, por vezes temperado com um fiozinho de azeite. Por vezes trocou a guitarra pelo violino ou pelo acordeão, mas para lá da mostra de virtuosismo e de um aroma balcânico, a atmosfera rock é a mesma e os temas acabam por ter desenvolvimentos semelhantes. Só há um momento de tréguas, a introdução do tema de "Amélie" ao xilofone, que acaba por ser breve – mas foram, ainda assim, os trinta segundos mais belos do concerto.
Numa era claramente marcada pela especialização, em que os artistas/criadores se evidenciam pela capacidade de criar material único e inimitável, estranhamos que Yann Tiersen tenha abdicado da oportunidade de prosseguir fazendo música bela e marcadamente pessoal na toada das bandas sonoras “Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain” e “Goodbye Lenin”, para se colar a um rock baço e indistinto. É pena, podia ganhar muito na exploração de universos cinemáticos. Assim foi apenas mais um concerto rock: enérgico, mas pouco original.
Afinal Tiersen levou à Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa mesmo rock, rock com muita electricidade ligada, rock com muita energia, por vezes temperado com um fiozinho de azeite. Por vezes trocou a guitarra pelo violino ou pelo acordeão, mas para lá da mostra de virtuosismo e de um aroma balcânico, a atmosfera rock é a mesma e os temas acabam por ter desenvolvimentos semelhantes. Só há um momento de tréguas, a introdução do tema de "Amélie" ao xilofone, que acaba por ser breve – mas foram, ainda assim, os trinta segundos mais belos do concerto.
Numa era claramente marcada pela especialização, em que os artistas/criadores se evidenciam pela capacidade de criar material único e inimitável, estranhamos que Yann Tiersen tenha abdicado da oportunidade de prosseguir fazendo música bela e marcadamente pessoal na toada das bandas sonoras “Le Fabuleux Destin d'Amélie Poulain” e “Goodbye Lenin”, para se colar a um rock baço e indistinto. É pena, podia ganhar muito na exploração de universos cinemáticos. Assim foi apenas mais um concerto rock: enérgico, mas pouco original.
· 07 Mar 2007 · 08:00 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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