Kepa Junkera
Sala Heineken, Madrid
18 Dez 2006
Os espanhóis adoram filas – colas, como lhes chamam. Fazem filas para comprar bilhetes, fazem filas para entrar no cinema e ai de quem não respeitar as filas para o autocarro. Desta vez a fila formava-se à entrada da Sala Heineken, em plena calle Princesa, algum tempo antes da hora de abertura da sala, as 20:30. O motivo? A vinda a Madrid do músico basco Kepa Junkera, senhor da trikitixa - concertina basca. O segundo motivo possível: o lançamento recente de Hiri (com selo da Elkar). O certo é que a sala, por alturas do início do concerto registava algo aparentemente próximo da lotação esgotada.
Hiri, que significa cidade, é precisamente um disco sobre cidades, sobre algumas das cidades que Kepa Junkera teve a oportunidade de visitar nos últimos tempos. É, por isso, um disco sobre e que implica viagens. Apoiado por uma banda que incluía baixo, guitarra acústica, teclas, entre outros instrumentos, Kepa Junkera partiu precisamente para o tema que dá nome ao disco, “Hiri”, maravilhosa e luminosa jornada. E agora é a altura para entrar nos “outros instrumentos”. Chamou cedo a atenção um instrumento gigantesco de madeira que tem como nome txalaparta, de som algo aquático, tocado com tiras de madeira quase sempre por duas pessoas ao mesmo tempo. Esses dois músicos mostraram durante todo o concerto uma sintonia inacreditável – especialmente quando brilharam sozinhos em palco mais para o final do concerto.
Em concerto Kepa Junkera mostra-se como um maestro: aponta para os seus músicos, orienta volumes, intensidades e protagonismos dos instrumentos. Comanda as viagens com mestria, adiciona-lhes os maravilhosos sons que retira das várias trikitixas que tem junto de si. De forma magistral, Kepa Junkera gere os silêncios e os clímaxes, e parece seguir os seus instintos e permitir bastante espontaneidade nas suas construções. Continuando a evoluir o conceito de “outros instrumentos”, o segundo destaque da noite vai para o Alboka, outro instrumento tradicional basco constituído por dois chifres de vaca que emite um som pastoril através do sopro. No meio de tudo isto, Kepa Junkera não se esqueceu de regressar a discos passados nem sequer de viajar até Bilbao para dedicar um tema ao seu bairro.
Para o final estavam reservadas algumas surpresas como o tal momento de brilharete dos dois txalaparteros de serviço e um final explosivo com um colectivo de músicos convidado – fazendo um total de 11 músicos em palco simultaneamente. Ao longo de mais de duas horas Kepa Junkera mostrou mestria e conhecimentos a rodos; além de profundo respeito pela música basca. O concerto de apresentação de Hiri em Madrid, que estava a ser transmitido em directo numa rádio espanhola, foi, em poucas palavras, um enorme sucesso. O público tratou de o demonstrar várias vezes instalando na sala um clima de festa: dançou-se e bateram-se palmas. Repetidamente.
Hiri, que significa cidade, é precisamente um disco sobre cidades, sobre algumas das cidades que Kepa Junkera teve a oportunidade de visitar nos últimos tempos. É, por isso, um disco sobre e que implica viagens. Apoiado por uma banda que incluía baixo, guitarra acústica, teclas, entre outros instrumentos, Kepa Junkera partiu precisamente para o tema que dá nome ao disco, “Hiri”, maravilhosa e luminosa jornada. E agora é a altura para entrar nos “outros instrumentos”. Chamou cedo a atenção um instrumento gigantesco de madeira que tem como nome txalaparta, de som algo aquático, tocado com tiras de madeira quase sempre por duas pessoas ao mesmo tempo. Esses dois músicos mostraram durante todo o concerto uma sintonia inacreditável – especialmente quando brilharam sozinhos em palco mais para o final do concerto.
Em concerto Kepa Junkera mostra-se como um maestro: aponta para os seus músicos, orienta volumes, intensidades e protagonismos dos instrumentos. Comanda as viagens com mestria, adiciona-lhes os maravilhosos sons que retira das várias trikitixas que tem junto de si. De forma magistral, Kepa Junkera gere os silêncios e os clímaxes, e parece seguir os seus instintos e permitir bastante espontaneidade nas suas construções. Continuando a evoluir o conceito de “outros instrumentos”, o segundo destaque da noite vai para o Alboka, outro instrumento tradicional basco constituído por dois chifres de vaca que emite um som pastoril através do sopro. No meio de tudo isto, Kepa Junkera não se esqueceu de regressar a discos passados nem sequer de viajar até Bilbao para dedicar um tema ao seu bairro.
Para o final estavam reservadas algumas surpresas como o tal momento de brilharete dos dois txalaparteros de serviço e um final explosivo com um colectivo de músicos convidado – fazendo um total de 11 músicos em palco simultaneamente. Ao longo de mais de duas horas Kepa Junkera mostrou mestria e conhecimentos a rodos; além de profundo respeito pela música basca. O concerto de apresentação de Hiri em Madrid, que estava a ser transmitido em directo numa rádio espanhola, foi, em poucas palavras, um enorme sucesso. O público tratou de o demonstrar várias vezes instalando na sala um clima de festa: dançou-se e bateram-se palmas. Repetidamente.
· 18 Dez 2006 · 08:00 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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