Wim Mertens
Europarque, Santa Maria da Feira
02 Dez 2006
O bilhete que dava acesso à entrada no Europarque fazia questão de o anunciar: “Wim Mertens – 25 anos”. O compositor belga não fez por menos para celebrar a ocasião: percorrer o país em sete concertos durante 10 dias. A deslocação a Santa Maria da Feira era a número dois, depois de ter actuado no Fórum Municipal J. Manuel Figueiredo, na Moita. Não se pode dizer propriamente que o auditório do Europarque se vestiu de gala para a ocasião porque a sala este longe de estar cheia, mas o público que marcou presença havia de mostrar devoção a Wim Mertens. O pianista entrou em palco para um concerto a solo e logo ali, naqueles momentos iniciais, ficou demonstrado que a excentricidade do músico não desapareceu – e ainda bem.
Apesar de alguns dos seus temas mais afamados contarem com a presença de outros músicos (vozes, sopros, entre outros elementos), a solo a música de Wim Mertens encontra raro espaço para respirar e fazer-se ouvir. A união etérea da sua execução rápida e fulgurante ao piano com a sua voz de tons andróginos – que acontece sobremaneira ao vivo – deu-lhe uma marca própria, reconhecível, identificável e passível de patente. Nos momentos de maior intensidade as composições de Wim Mertens ascendem a um estado superior.
Como é habitual, Wim Mertens termina a maior parte das canções de forma efusiva, levanta-se entusiasticamente e caminha pelo palco, levanta os braços e celebra, aponta para as pessoas ou agradece simplesmente. Sentado ao piano é exactamente o contrário: calculista, perfeccionista, absolutamente concentrado nas pautas a encarar cada canção como um momento primordial no contexto da actuação. Não fala, não dirige uma única palavra ao microfone. Apenas solta um ou outro “thank you” sussurrado quando se levante para se abeirar do público na frente do palco.
“Close Cover” foi provavelmente a ausência mais notada num momento de best-of de 25 anos que a pedia claramente; embora não tenha sido de forma oficial o concerto dividiu-se em duas partes distintas, e para o final ficaram os temas mais conhecidos do belga. Embora não tenha sido – suspeita-se – um dos melhores concertos de Wim Mertens, o público presente no auditório do Europarque assistiu a uma sempre interessante actuação onde deu para sentir a força e os melhores momentos de uma carreira de 25 anos e cerca de 50 álbuns (e participações com o cinema e teatro). A devoção ficou bem demonstrada nos muitos momentos de aplausos em pé e nos muitos minutos que o público continuou a bater palmas até que finalmente se acendessem as luzes que apontavam o caminho para a saída.
Apesar de alguns dos seus temas mais afamados contarem com a presença de outros músicos (vozes, sopros, entre outros elementos), a solo a música de Wim Mertens encontra raro espaço para respirar e fazer-se ouvir. A união etérea da sua execução rápida e fulgurante ao piano com a sua voz de tons andróginos – que acontece sobremaneira ao vivo – deu-lhe uma marca própria, reconhecível, identificável e passível de patente. Nos momentos de maior intensidade as composições de Wim Mertens ascendem a um estado superior.
Como é habitual, Wim Mertens termina a maior parte das canções de forma efusiva, levanta-se entusiasticamente e caminha pelo palco, levanta os braços e celebra, aponta para as pessoas ou agradece simplesmente. Sentado ao piano é exactamente o contrário: calculista, perfeccionista, absolutamente concentrado nas pautas a encarar cada canção como um momento primordial no contexto da actuação. Não fala, não dirige uma única palavra ao microfone. Apenas solta um ou outro “thank you” sussurrado quando se levante para se abeirar do público na frente do palco.
“Close Cover” foi provavelmente a ausência mais notada num momento de best-of de 25 anos que a pedia claramente; embora não tenha sido de forma oficial o concerto dividiu-se em duas partes distintas, e para o final ficaram os temas mais conhecidos do belga. Embora não tenha sido – suspeita-se – um dos melhores concertos de Wim Mertens, o público presente no auditório do Europarque assistiu a uma sempre interessante actuação onde deu para sentir a força e os melhores momentos de uma carreira de 25 anos e cerca de 50 álbuns (e participações com o cinema e teatro). A devoção ficou bem demonstrada nos muitos momentos de aplausos em pé e nos muitos minutos que o público continuou a bater palmas até que finalmente se acendessem as luzes que apontavam o caminho para a saída.
· 02 Dez 2006 · 08:00 ·
André Gomesandregomes@bodyspace.net
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