Tetuzi Akiyama
Galeria Zé dos Bois, Lisboa
01 Nov 2006
Há cerca de um ano atrás um misterioso Tetuzi Akiyama apresentava-se ao vivo em Portugal. Poucos conheciam o guitarrista japonês que no Porto e Lisboa se expôs em dois cenários distintos - numa primeira parte de improvisação near silence (com convidados) e uma segunda parte boogie (solo). Agora, um ano volvido, após um destaque na revista Wire e com dois discos entretanto lançados por editoras nacionais (Creative Sources e Esquilo), o guitarrista do chapéu de cowboy voltou para actuar perante um público mais informado.
Ao contrário do que aconteceu no concerto de 2005 na cave do Lisboa Bar, foi o solo de guitarra eléctrica que abriu o concerto. Com o volume no vermelho, Tetuzi deu expressão àquilo que o próprio definiu como boogie - uma forma de rock abrasivo baseado nas recorrências dos blues sobre uma propulsão energicamente incendiária. As cadeiras no aquário da ZDB não seriam o cenário mais propício para uma sessão de headbanging compulsivo, mas apesar da timidez dançante do público o músico lá foi expondo grandes doses de gemidos eléctricos e riffs bruscos. Ainda com a guitarra eléctrica, e antes de sair para o intervalo, o japonês deu descanso aos ouvidos, com uma pequena e bela melodia, num momento tipicamente faheyano.
Depois do intervalo Tetuzi tirou o chapéu de cowboy e trocou de guitarra. Com a guitarra acústica foi dedilhando sons, algumas notas, algumas melodias. Quase só esboços, inacabados, imperfeitos, numa busca permanente, mas conseguindo por vezes alcançar momentos de beleza singular. Num contraste claro com a bruta da electricidade da primeira parte, a intervenção acústica foi pontuada pela subtileza.
Numa recente entrevista ao Bodyspace, Tetuzi Akiyama conta que desenvolve a sua actividade em diversas áreas, não se limitando a um único estilo, apenas para “não se aborrecer”. Demonstrando grande coerência pelas áreas onde se move, quer seja próximo do rock mais barulhento ou da improvisação mais silenciosa, Tetuzi já conquistou o publico lisboeta. Agora, enquanto aguardamos pelo regresso do cowboy japonês à Zé dos Bois, fica a memória de mais um belo concerto de músico bipolar.
Ao contrário do que aconteceu no concerto de 2005 na cave do Lisboa Bar, foi o solo de guitarra eléctrica que abriu o concerto. Com o volume no vermelho, Tetuzi deu expressão àquilo que o próprio definiu como boogie - uma forma de rock abrasivo baseado nas recorrências dos blues sobre uma propulsão energicamente incendiária. As cadeiras no aquário da ZDB não seriam o cenário mais propício para uma sessão de headbanging compulsivo, mas apesar da timidez dançante do público o músico lá foi expondo grandes doses de gemidos eléctricos e riffs bruscos. Ainda com a guitarra eléctrica, e antes de sair para o intervalo, o japonês deu descanso aos ouvidos, com uma pequena e bela melodia, num momento tipicamente faheyano.
Depois do intervalo Tetuzi tirou o chapéu de cowboy e trocou de guitarra. Com a guitarra acústica foi dedilhando sons, algumas notas, algumas melodias. Quase só esboços, inacabados, imperfeitos, numa busca permanente, mas conseguindo por vezes alcançar momentos de beleza singular. Num contraste claro com a bruta da electricidade da primeira parte, a intervenção acústica foi pontuada pela subtileza.
Numa recente entrevista ao Bodyspace, Tetuzi Akiyama conta que desenvolve a sua actividade em diversas áreas, não se limitando a um único estilo, apenas para “não se aborrecer”. Demonstrando grande coerência pelas áreas onde se move, quer seja próximo do rock mais barulhento ou da improvisação mais silenciosa, Tetuzi já conquistou o publico lisboeta. Agora, enquanto aguardamos pelo regresso do cowboy japonês à Zé dos Bois, fica a memória de mais um belo concerto de músico bipolar.
· 01 Nov 2006 · 08:00 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
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