Noxagt / Lost Gorbachevs
O Meu Mercedes é Maior Que o teu, Porto
01 Nov 2006
A cada golpe de Jan Christian Lauritzen o Mercedes parecia estremecer. Centrado no pequeno palco do bar, o corpulento baterista marcava, impediosamente, os tempos em que tudo caía em cima das cerca de 30 pessoas na audiência. Ao seu lado, Anders Hana, na guitarra, e Kjetil D Brandsdal, no baixo, respondiam ao impulso rítmico industrial com ar de poucos amigos.
Durante cerca de meia hora, os Noxagt explicaram por que é que a reputada Load é a sua editora de há três álbuns para cá. Tal como os colegas Sightings ou Lightning Bolt, há no trio norueguês um encanto pela simplicidade de um riff repetido até ao infinito e pelas virtudes alienígenas do feedback. Percebe-se que prefiram ser ligados ao metal do que ao noise, como disseram ao Bodyspace.
Entusiasmaram logo desde o início do concerto - sem pré-aviso, calaram a música do bar com um gigantesco riff que convidava ao abanar dos cabelos. O trio mostrou o seu lado mais eficaz, longe das explorações mais texturais realizadas em The Iron Point (o penúltimo disco).
Enquanto o baixo e a baterista erguiam monumentais e inquebráveis vigas stoner, cabia a Hana, frente a um conjunto razoável de pedais, a tarefa de abrir outros caminhos. Nunca saiu muito da rota, já que os Noxagt nunca permitiram fugas à disciplina férrea dos temas, algures entre os Swans mais marciais e uns Sunn 0))) se estes não tivessem horror ao ritmo.
Antes dos noruegueses, os portuenses Lost Gorbachevs mostraram que o seu auto-designado "anarcosatanic jazz" é coisa ainda verde. O trio, composto por dois membros do colectivo Soopa (Gustavo Costa na bateria e Henrique Fernandes no contrabaixo) e pelo saxofonista João Martins, andou pelos caminhos do jazz e do rock experimental, também percorridos por John Zorn. Porém, em ambos os domínios mostraram-se previsíveis e inofensivos.
Durante cerca de meia hora, os Noxagt explicaram por que é que a reputada Load é a sua editora de há três álbuns para cá. Tal como os colegas Sightings ou Lightning Bolt, há no trio norueguês um encanto pela simplicidade de um riff repetido até ao infinito e pelas virtudes alienígenas do feedback. Percebe-se que prefiram ser ligados ao metal do que ao noise, como disseram ao Bodyspace.
Entusiasmaram logo desde o início do concerto - sem pré-aviso, calaram a música do bar com um gigantesco riff que convidava ao abanar dos cabelos. O trio mostrou o seu lado mais eficaz, longe das explorações mais texturais realizadas em The Iron Point (o penúltimo disco).
Enquanto o baixo e a baterista erguiam monumentais e inquebráveis vigas stoner, cabia a Hana, frente a um conjunto razoável de pedais, a tarefa de abrir outros caminhos. Nunca saiu muito da rota, já que os Noxagt nunca permitiram fugas à disciplina férrea dos temas, algures entre os Swans mais marciais e uns Sunn 0))) se estes não tivessem horror ao ritmo.
Antes dos noruegueses, os portuenses Lost Gorbachevs mostraram que o seu auto-designado "anarcosatanic jazz" é coisa ainda verde. O trio, composto por dois membros do colectivo Soopa (Gustavo Costa na bateria e Henrique Fernandes no contrabaixo) e pelo saxofonista João Martins, andou pelos caminhos do jazz e do rock experimental, também percorridos por John Zorn. Porém, em ambos os domínios mostraram-se previsíveis e inofensivos.
· 01 Nov 2006 · 08:00 ·
Pedro Riospedrosantosrios@gmail.com
RELACIONADO / Noxagt