DISCOS
Elvis Perkins
Elvis Perkins in Dearland
· 30 Set 2009 · 17:51 ·
Elvis Perkins
Elvis Perkins in Dearland
2009
XL / Popstock
Sítios oficiais:
- Elvis Perkins
- XL
Elvis Perkins in Dearland
2009
XL / Popstock
Sítios oficiais:
- Elvis Perkins
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Elvis Perkins
Elvis Perkins in Dearland
2009
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- Elvis Perkins
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Elvis Perkins in Dearland
2009
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Sítios oficiais:
- Elvis Perkins
- XL
Perkins não é o Elvis mais conhecido de sempre mas com este disco tornar-se-à obrigatoriamente um pouco mais presente. As suas canções assim o permitem.
Presley tinha Graceland. Costello, Broken Promise Land. Perkins tem Dearland. E muito bem, porque no segundo disco que quis mostrar ao mundo mostra também arcaboiço para ter assim uma terra dele. E a terra dele é os Estados Unidos, por isso não é de estranhar que aqui faça da americana o principio e fim de tudo, o modus operandi que resulta tão elegante e ajustado. A elegância não vem só pela forma como o disco foi arranjado, pela voluptuosidade da instrumentação; vem também pela graça como Elvis Perkins se aproxima da canção para a agarrar com toda a força e não a largar mais. Elvis Perkins in Dearland é um conjunto de canções de espírito à solta, de procura de uma redenção que lhe fica bem.
Ele é perito e conhecedor de infortúnios - consulte-se a sua biografia para perceber até que ponto. Não se cansa de falar deles em Elvis Perkins in Dearland mas no entanto este não é um disco de derrotismos; apetece chamar-lhe celebratório da vida que precede, claro está, a morte. Depois de um disco de estreia mais pessoal e circunspecto, fez-se rodear de uma banda e procurou um disco diferente de Ash Wednesday (editado em 2007). Tarefa cumprida, por exemplo na doçura melodiosa de “Hours Last Stand”, construída com o cuidado das grandes canções, ou na balbúrdia controlada de “Send my Fond regards to Lonely” com secção de metais e cena de bar lá ao fundo.
Há uma união neste disco que facilita uma melhor absorção. Muitos tentam-na e alcançam a redundância, Elvis Perkins consegue um disco coeso que não se coíbe de pular a cerca “I’ll be arriving” arrisca uma espécie de marcha solene que não é inteiramente fúnebre mas que colhe pouca luz no caminho. Alimenta-se de uma guitarra nervosa e trejeitos esparsos que adensam o mistério e limam as arestas de uma canção mais difícil; tem sopros e teclados que são bilhete de ida sem volta para um local diferente; neste caso, mais bizarro. Mas Elvis Perkins in Dearland, do inicio ao fim, é como uma viagem; de ida entusiasmante e regresso garantido. Daqui só pode vir boa coisa.
André GomesEle é perito e conhecedor de infortúnios - consulte-se a sua biografia para perceber até que ponto. Não se cansa de falar deles em Elvis Perkins in Dearland mas no entanto este não é um disco de derrotismos; apetece chamar-lhe celebratório da vida que precede, claro está, a morte. Depois de um disco de estreia mais pessoal e circunspecto, fez-se rodear de uma banda e procurou um disco diferente de Ash Wednesday (editado em 2007). Tarefa cumprida, por exemplo na doçura melodiosa de “Hours Last Stand”, construída com o cuidado das grandes canções, ou na balbúrdia controlada de “Send my Fond regards to Lonely” com secção de metais e cena de bar lá ao fundo.
Há uma união neste disco que facilita uma melhor absorção. Muitos tentam-na e alcançam a redundância, Elvis Perkins consegue um disco coeso que não se coíbe de pular a cerca “I’ll be arriving” arrisca uma espécie de marcha solene que não é inteiramente fúnebre mas que colhe pouca luz no caminho. Alimenta-se de uma guitarra nervosa e trejeitos esparsos que adensam o mistério e limam as arestas de uma canção mais difícil; tem sopros e teclados que são bilhete de ida sem volta para um local diferente; neste caso, mais bizarro. Mas Elvis Perkins in Dearland, do inicio ao fim, é como uma viagem; de ida entusiasmante e regresso garantido. Daqui só pode vir boa coisa.
andregomes@bodyspace.net
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