DISCOS
Dead Combo
Lusitânia Playboys
· 27 Jun 2008 · 08:00 ·

Dead Combo
Lusitânia Playboys
2008
Dead & Company
Sítios oficiais:
- Dead Combo
Lusitânia Playboys
2008
Dead & Company
Sítios oficiais:
- Dead Combo

Dead Combo
Lusitânia Playboys
2008
Dead & Company
Sítios oficiais:
- Dead Combo
Lusitânia Playboys
2008
Dead & Company
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- Dead Combo
Mantendo a matriz fado-jazz-world-tudo, os Dead Combo construíram as suas melhores composições de sempre, agora menos minimalistas do que no passado.
Ao terceiro álbum de originais, Lusitânia Playboys, os Dead Combo mantêm a sua matriz, o que não quer dizer que se mantenham estilisticamente parados. Explicando melhor: a banda lisboeta perderia a sua identidade se deixasse, de um momento para o outro, de basear a sua música numa amálgama de fado, jazz, blues e world music, temperada com espírito western spaghetti. Porém, este disco é o mais complexo em termos de arranjos da sua carreira (para tal muito contribuíram as várias colaborações externas), juntando também novas cores à já vasta paleta combiana. Ouça-se, por exemplo, “Like a Drug”, que transporta os ouvintes para uma atmosfera oriental e que caberia como uma luva na banda sonora de Kill Bill (estás a ler isto, não estás, Tarantino?).
O espírito de Lusitânia Playboys pode ser definido pelo conservador chavão da “evolução na continuidade”. Os Dead Combo continuam a conseguir oscilar entre a melancolia e a euforia no espaço de uma faixa, os mariachi ainda espreitam pelo buraco da fechadura (em Manobras de Maio 06, que tem o piano de Howe Gelb como “extra”), as referências mais directas ao fado (por exemplo, em Estendal na Afurada) mantêm-se como uma das receitas favoritas. Depois, há aquela aparência de que tudo foi gravado numa jam session, mas neste álbum, mais do que nunca, as canções são coesas e não deixam pontas soltas. De resto, a homogeneidade é favorecida pelo forte sentimento visual que impregna cada uma das composições, e que nos faz “ver” as músicas (é um cliché, é certo, mas Desert Diamonds – com o auxílio de alguma narração – prova-o à saciedade).
Aqui há cordas, acordeões, muitos metais. Há convidados como Kid Congo Powers, em Cuba 1970, tema já baptizado de fado habanero, e que constitui o melhor momento do disco. Há Carlos Bica, em Lisbon / Berlin Flight, última faixa, já em regime de descompressão, em ambiente jazzy. O melhor será deixar a poeira assentar, mas não será um grande risco dizer que em Lusitânia Playboys estão as melhores composições de sempre de Tó Trips e Pedro Gonçalves. Já a presença da alma portuguesa no disco, tão melancólica mas tão contemporânea, essa está cientificamente provada.
João Pedro BarrosO espírito de Lusitânia Playboys pode ser definido pelo conservador chavão da “evolução na continuidade”. Os Dead Combo continuam a conseguir oscilar entre a melancolia e a euforia no espaço de uma faixa, os mariachi ainda espreitam pelo buraco da fechadura (em Manobras de Maio 06, que tem o piano de Howe Gelb como “extra”), as referências mais directas ao fado (por exemplo, em Estendal na Afurada) mantêm-se como uma das receitas favoritas. Depois, há aquela aparência de que tudo foi gravado numa jam session, mas neste álbum, mais do que nunca, as canções são coesas e não deixam pontas soltas. De resto, a homogeneidade é favorecida pelo forte sentimento visual que impregna cada uma das composições, e que nos faz “ver” as músicas (é um cliché, é certo, mas Desert Diamonds – com o auxílio de alguma narração – prova-o à saciedade).
Aqui há cordas, acordeões, muitos metais. Há convidados como Kid Congo Powers, em Cuba 1970, tema já baptizado de fado habanero, e que constitui o melhor momento do disco. Há Carlos Bica, em Lisbon / Berlin Flight, última faixa, já em regime de descompressão, em ambiente jazzy. O melhor será deixar a poeira assentar, mas não será um grande risco dizer que em Lusitânia Playboys estão as melhores composições de sempre de Tó Trips e Pedro Gonçalves. Já a presença da alma portuguesa no disco, tão melancólica mas tão contemporânea, essa está cientificamente provada.
joaopedrobarros@bodyspace.net
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