DISCOS
Common
Finding Forever
· 20 Ago 2007 · 08:00 ·

Common
Finding Forever
2007
G.O.O.D. Music / Geffen
Sítios oficiais:
- Common
- G.O.O.D. Music
- Geffen
Finding Forever
2007
G.O.O.D. Music / Geffen
Sítios oficiais:
- Common
- G.O.O.D. Music
- Geffen

Common
Finding Forever
2007
G.O.O.D. Music / Geffen
Sítios oficiais:
- Common
- G.O.O.D. Music
- Geffen
Finding Forever
2007
G.O.O.D. Music / Geffen
Sítios oficiais:
- Common
- G.O.O.D. Music
- Geffen
Common é um veterano hip-hop em busca contínua de perfeição. E não fosse Be ter nascido primeiro, talvez a atingisse agora.
Do título podemos já extrair a primeira ideia: Common procura a eternidade. Mais, procura inscrever o seu nome nos anais da história. Talvez assim se comece a perceber a ambição do rapper. Não será o primeiro a ter essa ambição, nem será o último. E não fosse Be, de 2005, provavelmente o rapper de 35 anos teria editado agora o seu melhor disco. Teria o derradeiro momento de glória que o projectaria para um nível de realização pessoal muito para além do que qualquer um de nós poderia sequer imaginar. Mas Be foi o verdadeiro momento de viragem tanto na forma de abordagem sonora, como da própria mutação da personalidade de Common.
O disco de 2005 foi o óbvio resultado de uma introspecção pessoal. De uma deslocação de uma determinada postura mais rebelde para uma atitude adulta e responsável. Uma atitude que questiona a alma, que acredita na realidade, mas que desconfia de boa parte dos paradigmas da sociedade. No fundo, Be foi a consequência de Common ter tocado em Deus. De ter visto uma luz potenciadora de clarividência. Resultado da abertura de uma alma para um mundo de paradoxos, mas também a percepção de uma esperança suficientemente revigorante para alimento espiritual.
Finding Forever não será mais que uma consequência natural de Be. Um novo capítulo de mesmo livro. O novo disco não é uma continuação óbvia, mas também não será a revelação que foi disco anterior. Finding Forever será quase uma analogia contemporânea ao clássico The City on The Edge of Forever. Um desenvolvimento dramático onde o hip-hop, a soul, o gospel e o r&b são chamados ao cenário e forçados a interagir, onde consciências são alertadas e mentes chamadas à atenção para o perigo do desaparecimento de uma linearidade familiar.
Entre a revolta interior, a alquimia que permite melancolia e a alegria, retratos urbanos, banalidades sociais e a necessidade da inspiração religiosa, Common volta a ser certeiro na proverbial expressão dos seus sentimentos. Uma vez mais Kanye West serve de base para uma produção imaculada, não muito aventureira mas proficiente o suficiente para que a alma se expresse com eficiência. “Start The Show” e “Forever Begins” são prova disso mesmo quando de uma forma quase sublime nos encantam com uma linguagem hip hop e soul muito acima da mediocridade que reina no meio. Talvez a própria distancia entre Detroit e Hollywood seja um factor essencial para que não haja contágios com o burlesco que a industria manipula.
Calmo, sereno e sério são posturas que Common assume uma vez mais. São estados de alma que se encontram, são hipocrisias que se apontam. Finding Forever seria uma obra-prima da soul, um objecto de idolatria garantida. Tudo se Be não tivesse nascido primeiro. Tirando esse facto incontornável, não poderíamos esperar melhor num ano parco em boa música afro-americana. Curiosamente, o novo disco de Kanye West está também a chegar. Será desta que os percursos de dois mestres do hip-hop se tornam paralelos? A ver vamos. Garantido é que Finding Forever é um bom disco. Se será o derradeiro momento de glória, isso só o futuro dirá.
Rafael SantosO disco de 2005 foi o óbvio resultado de uma introspecção pessoal. De uma deslocação de uma determinada postura mais rebelde para uma atitude adulta e responsável. Uma atitude que questiona a alma, que acredita na realidade, mas que desconfia de boa parte dos paradigmas da sociedade. No fundo, Be foi a consequência de Common ter tocado em Deus. De ter visto uma luz potenciadora de clarividência. Resultado da abertura de uma alma para um mundo de paradoxos, mas também a percepção de uma esperança suficientemente revigorante para alimento espiritual.
Finding Forever não será mais que uma consequência natural de Be. Um novo capítulo de mesmo livro. O novo disco não é uma continuação óbvia, mas também não será a revelação que foi disco anterior. Finding Forever será quase uma analogia contemporânea ao clássico The City on The Edge of Forever. Um desenvolvimento dramático onde o hip-hop, a soul, o gospel e o r&b são chamados ao cenário e forçados a interagir, onde consciências são alertadas e mentes chamadas à atenção para o perigo do desaparecimento de uma linearidade familiar.
Entre a revolta interior, a alquimia que permite melancolia e a alegria, retratos urbanos, banalidades sociais e a necessidade da inspiração religiosa, Common volta a ser certeiro na proverbial expressão dos seus sentimentos. Uma vez mais Kanye West serve de base para uma produção imaculada, não muito aventureira mas proficiente o suficiente para que a alma se expresse com eficiência. “Start The Show” e “Forever Begins” são prova disso mesmo quando de uma forma quase sublime nos encantam com uma linguagem hip hop e soul muito acima da mediocridade que reina no meio. Talvez a própria distancia entre Detroit e Hollywood seja um factor essencial para que não haja contágios com o burlesco que a industria manipula.
Calmo, sereno e sério são posturas que Common assume uma vez mais. São estados de alma que se encontram, são hipocrisias que se apontam. Finding Forever seria uma obra-prima da soul, um objecto de idolatria garantida. Tudo se Be não tivesse nascido primeiro. Tirando esse facto incontornável, não poderíamos esperar melhor num ano parco em boa música afro-americana. Curiosamente, o novo disco de Kanye West está também a chegar. Será desta que os percursos de dois mestres do hip-hop se tornam paralelos? A ver vamos. Garantido é que Finding Forever é um bom disco. Se será o derradeiro momento de glória, isso só o futuro dirá.
r_b_santos_world@hotmail.com
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