ÚLTIMAS
Sleeveface: Leonard Cohen - Songs of Leonard Cohen
· 13 Fev 2010 · 15:31 ·
© Pedro Gonçalves



“Suzanne” é a primeira faixa nesta estreia discográfica de Leonard Cohen, aquele a que tanto chamam poeta como compositor, com igual probabilidade e displicência. Aquela displicência rara, de boa, porque sendo uma coisa ou outra ele é artífice entre os melhores, e não vale muito a pena tentar acolher preferencialmente uma das qualificações. Mas “Suzanne”, ó, “Suzanne”. Os melhores artífices ensinavam os alunos, e eram apelidados de mestres. Leonard Cohen foi mestre com propriedade, sobre mulheres, isto é, a nossa relação com elas, ou a relação delas connosco – o que para ele são coisas diferentes e uma delas tangível – e tanto que aprendemos com ele. Tal como foi mestre sobre religião. “Suzanne” toca nessas duas temáticas. Mas Leonard Cohen não foi sempre poeta e compositor, foi só poeta adolescente antes de ser poeta e compositor trintão. Se não fosse assim, seria possível existir esta “Suzanne”? Seria, seria, mas cremos isso muito improvável, porque a tentar subir essa montanha, muitos morreram pelo caminho. Suzanne, não a música, mas a mulher, a rapariga que lhe serve de musa, tem o intricado e o misterioso que faz parte um pouco de toda a carreira de Cohen. Em 1968 “Suzanne” foi uma composição que ficou como primeira faxa do primeiro álbum de Leonard Cohen. Se só aqui há referência a “Suzanne” quando todas as restantes músicas estão quase ao mesmo nível? Hoje, sim. Para que quem leia este texto tenha tanta compaixão pelas restantes, que as vá ouvir imediatamente.

Tiago Gonçalves
tgoncalves@bodyspace.net

Parceiros