Black Bombaim
Galeria Zé dos Bois, Lisboa
19 Mar 2010
Que o novo Saturdays And Space Travels faria parte da lista de compras quando saísse da ZdB esta noite, era um certeza inamovível, salvo qualquer percalço inesperado. O que não era certo era que os Black Bombaim conseguissem suplantar de forma tão categórica o que já havia sido um excelente concerto no mesmo local, o ano passado. Mas, ao fim e ao cabo, aquilo que tivemos foi uma inesquecível lição de adrenalina rockeira, repleta de riffs e grooves cujo rescaldo ainda deve estar a viajar pelos sistema circulatório dos presentes como se injectada directamente na aorta. Se os três Black Bombaim não são ainda um caso sério, só nos resta mesmo clamar contra tal injustiça, e esperar que textos elogiosos como será este convençam pelo menos uma pessoa a fazer um test hearing aos seus discos.
Havia mais gente no Aquário que em 2009, embora a sala não estivesse mais que um terço cheia. Mas isso esteve longe de intimidar uma banda que, disseram-me, vive aquilo que toca de tal maneira que suplanta qualquer obstáculo mais prosaico como seja o tamanho da assistência. O início mais lento, complementado pelo theremin de um quarto elemento em palco, embora longe de ser mau, provocou dúvidas sobre o tipo de repertório a que iríamos assistir. Foi sol de pouca dura, pois logo de seguida arrancámos para perto de 50 minutos em que os riffs têm mais electricidade que os sistemas de iluminação da Luz, Alvalade e Dragão, e parecem brilhar mais e mais...e mais ainda, e o baixo e a magnífica bateria providenciam o abanão extra, qual vendaval que pode vir de qualquer direcção a qualquer altura. Ricardo, Tojo e Senra mantiveram-se firmes no seu posto, sem deixar transparecer algo mais que uma concentração magnífica, mesmo quando o nível de psicadelismo passava para lá daquilo que já conhecíamos deles. Os riffs que implodem sobre si mesmos e ressurgem logo a seguir, fariam os Earthless ficar orgulhosos.
É pena é pensar que o mais provável era a ZdB ter sido pequena, caso estivéssemos a falar de uma banda com a mesma música, mas um qualquer aipo vindo de publicações ou bate-boca além-fronteiras. É arriscado dizer isto, mas é o sentir que os Black Bombaim merecem ser muito grandes que leva a proferir tal afirmação. Esta música merece uma massa compacta de gente. Há demasiada vida aqui para se quedar por salas pequenas e cultos de amigos e conhecidos. Qualquer transplante de medula rockeira tem aqui um dador, não só compatível, como também causador de upgrades.
Na primeira parte, a dupla Mamute teve como desafio recriar um tipo de música que precisa de groove como de pão para a boca, com a ajuda somente da guitarra e da bateria. Começaram melhor do que acabaram, com os riffs sujeitos a engorda saudável, e a bateria a mostrar que sabia as tácticas de posicionamento mais correctas. Todavia, houve partes em que a mesma pareceu entrar fora de tempo, e nem sempre a guitarra manteve os mesmos níveis de voltagem. Quando funcionaram em pleno, deixaram antever coisas boas para o seu futuro, e com maior coesão poderão dar socos virtuais na cara de muita gente.
Havia mais gente no Aquário que em 2009, embora a sala não estivesse mais que um terço cheia. Mas isso esteve longe de intimidar uma banda que, disseram-me, vive aquilo que toca de tal maneira que suplanta qualquer obstáculo mais prosaico como seja o tamanho da assistência. O início mais lento, complementado pelo theremin de um quarto elemento em palco, embora longe de ser mau, provocou dúvidas sobre o tipo de repertório a que iríamos assistir. Foi sol de pouca dura, pois logo de seguida arrancámos para perto de 50 minutos em que os riffs têm mais electricidade que os sistemas de iluminação da Luz, Alvalade e Dragão, e parecem brilhar mais e mais...e mais ainda, e o baixo e a magnífica bateria providenciam o abanão extra, qual vendaval que pode vir de qualquer direcção a qualquer altura. Ricardo, Tojo e Senra mantiveram-se firmes no seu posto, sem deixar transparecer algo mais que uma concentração magnífica, mesmo quando o nível de psicadelismo passava para lá daquilo que já conhecíamos deles. Os riffs que implodem sobre si mesmos e ressurgem logo a seguir, fariam os Earthless ficar orgulhosos.
É pena é pensar que o mais provável era a ZdB ter sido pequena, caso estivéssemos a falar de uma banda com a mesma música, mas um qualquer aipo vindo de publicações ou bate-boca além-fronteiras. É arriscado dizer isto, mas é o sentir que os Black Bombaim merecem ser muito grandes que leva a proferir tal afirmação. Esta música merece uma massa compacta de gente. Há demasiada vida aqui para se quedar por salas pequenas e cultos de amigos e conhecidos. Qualquer transplante de medula rockeira tem aqui um dador, não só compatível, como também causador de upgrades.
Na primeira parte, a dupla Mamute teve como desafio recriar um tipo de música que precisa de groove como de pão para a boca, com a ajuda somente da guitarra e da bateria. Começaram melhor do que acabaram, com os riffs sujeitos a engorda saudável, e a bateria a mostrar que sabia as tácticas de posicionamento mais correctas. Todavia, houve partes em que a mesma pareceu entrar fora de tempo, e nem sempre a guitarra manteve os mesmos níveis de voltagem. Quando funcionaram em pleno, deixaram antever coisas boas para o seu futuro, e com maior coesão poderão dar socos virtuais na cara de muita gente.
· 20 Mar 2010 · 03:30 ·
Nuno Proençanunoproenca@gmail.com
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