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O out.fest está aí ou o Barreiro a dar cartas na música exploratória
· 04 Out 2011 · 08:55 ·


É um acontecimento todos os anos. O melhor da música exploratória internacional e nacional, durante uma semana de descobertas e redescobertas. Já falamos da programação aqui e pode ser consultada no site oficial da coisa. E agora fomos falar com Vítor Lopes e Rui Pedro Dâmaso, que deram o corpo ao manifesto. E não usamos aqui manifesto por dá cá aquela palha. Começa hoje e é imperdível.

Como tem sido aguentar este barco todos estes anos?

Vítor Lopes: Eu diria que tem sido mais construir este barco. O festival tem sido uma experiência muito enriquecedora a nível profissional e pessoal. Aprende-se muito sobre a música, sobre as pessoas que a fazem, sobre quem a escuta e consome e sobre qual pode e deve ser o nosso papel de mediação entre ambos os mundos.

Sentes que os barreirenses têm o olho neste festival e o sentem como seu?

Rui Pedro Dâmaso: Esse é um dos objectivos primordiais, da nossa parte. Mas sim, para ser honesto sinto que isso está a acontecer, de ano para ano. Tenho visto muita gente nas últimas semanas a falar, a comentar e a partilhar. De várias gerações, também.

Achas que o público que consome estas músicas tem vindo a aumentar desde o fenómeno da música periférica portuguesa?

Rui Pedro Dâmaso: Nunca soube muito bem que fenómeno foi esse, mas suponho que estejamos a falar de uma fase em que apareceu muita coisa boa a ser feita em Portugal. Devo dizer que os dias de hoje são muito mais entusiasmantes, porque acima de tudo podemos verificar que muitos daqueles que surgiram na altura chegaram hoje a alturas quase inimagináveis e estão a um nível absolutamente celestial (Tropa Macaca, Gala Drop ou Aquaparque são excelentes exemplos), e, por outro lado, têm surgido incontáveis propostas de um nível enorme, sem que seja já necessário encaixa-las em movimento algum (o Gabriel Ferrandini, Pedro Sousa, Felipe Felizardo, Cangarra, etc). E isso só pode ser bom sinal. Quanto a públicos, um mesmo raciocínio: se em alguma altura houve um público de um “movimentoâ€, parece-me que hoje isso já não existe, e ainda bem. O que há é um público consistente e em crescimento para todas as músicas criativas e para propostas desafiadoras.

Consegues fazer destaques neste Out. Fest?

Rui Pedro Dâmaso: Não é fácil, porque sentimos todos que este é o cartaz mais compacto e forte que conseguimos até hoje, mas ainda assim destaco, para além do regresso do Alexander Von Schlippenbach, após sugestão do próprio e ainda por cima acompanhado de mais dois gigantes, a estreia mundial da colaboração entre o Sei Miguel e o Norberto Lobo, e claro, a estreia nacional dos Oneida, que vão de certeza dar um concerto mítico no encerramento do Festival.
André Gomes
andregomes@bodyspace.net

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