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Entrevista com DJ Ride
· 26 Out 2010 · 15:05 ·
O Bodyspace aproveitou a actuação de DJ Ride no Music Box, no dia 21 de Outubro, para lhe colocar algumas perguntas, não apenas sobre questões presentes como sobre ideias futuras. Ouve-se o réu e levanta-se o véu.

Neste evento houve um live act seguido dum dj set. E dentro de cada performance, assistiu-se à fusão dos elementos musicais mais variados. É tudo hip hop, afinal de contas, mesmo quando cruzas dubstep com jazz, ou partes de Aerosmith para uma digressão sonora ou cruzas reggae com drum n' bass?

Sim, para mim continua a ser hip hop, pela nossa abordagem e pela maneira como misturamos os estilos. Principalmente através do turntablism que está sempre presente em tudo o que fazemos, e de uma maneira mais activa nos live acts.

Live act vs dj set. O que te dá mais pica? Qual em que te sentes mais livre?

Gosto mais dos live acts porque tem outro sabor especial tocar as nossas próprias musicas/criações, e ver em tempo real as reacções das pessoas às melodias que criamos no quarto. Devido ao equipamento que utilizo e à fusão entre o analógico e o digital, sinto que tenho igual liberdade quer nos live acts quer nos dj sets, que se têm aproximado cada vez mais de live’s também, devido a fazer loops e sampling em tempo real e ao uso também de scratch e routines próprias.

O Stereossauro é como um pai para ti ou o aprendiz já ultrapassou o mestre?

Não o vejo como um pai mas sim como o meu melhor amigo; é tipo o irmão mais velho que nunca tive. É a minha maior influência e o partner ideal na crew BeatBomber's, que temos mantido activa há já 6 anos.

Picardias de scratch e MPC entre ti e o Stereo. Quão desafiador e ao mesmo tempo enriquecedor sentes que são para ti?

O desafio é semelhante aos solos e improvisação que vês por exemplo no free jazz. Para mim. nos nossos live acts tentamos sempre ter esse lado de improvisação. Se tivéssemos as coisas demasiado rígidas no que diz respeito ao alinhamento ou performance, acabaríamos por nos fartar.

Música de Carlos Paredes do Stereo – Verdes Anos Remix. Opinião? Já fizeste ou pensas fazer algo do género, como fervoroso adepto do digging e reciclador de referências estéticas?

A minha opinião é que é genial, e talvez o momento do Stereossauro mais inspirado até hoje. O vídeo fala por si. Ainda não fiz nada do género bom o suficiente para poder mostrar.



Projectos futuros? Podes levantar um pouco o véu?

Estou a pensar fazer um EP para Março, com um single forte ai com uma voz bem conhecida, digital, download gratuito na minha página. Temos também outro Scratch Tool praticamente acabado, vinil claro, entre outras coisas. E sobretudo trabalhar mais a nível dos dj sets e performances. Haverá ainda mais novidades em breve.
Hugo Rocha Pereira
hrochapereira@bodyspace.net

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