ENTREVISTAS
João Alegria Pécurto
Devagar, devarinho
· 25 Out 2011 · 23:37 ·
Sabemos todos pouco sobre ti. Como começou a tua relação com a música e como é que chegaste até aos dias de hoje?
Lembro-me de em pequeno ir no banco de trás do carro dos meus pais e cantar de cor as músicas que passavam na rádio. Sempre tive ritmo, e a música era uma presença constante. Entretanto experimentei muito e em vários instrumentos, desde sintetizadores a guitarra portuguesa.
Sei que tens uma ligação sentimental muito forte com a música, em parte por causa de uma doença que te impediu de teres a estabilidade mental para completar um trabalho. Essa dinâmica de ultrapassagem da doença está muito reflectida neste teu disco?
A minha música, como em tudo, está também marcada pelas minhas vivências e circunstâncias, não será a música mais fácil de ser ouvida mas é nela que tenho uma sensação de conforto, é dela uma acção modificadora de que tanto necessito. É a criação de lugares mentais, de percepção, uma circunstância rica, psicológica, um fluxo, que me move e altera; criam-se lugares de sentimento, lugares de memória por vezes, lugares de silêncio…
Como acontece este EP? Como foi o processo de criação?
Durante aproximadamente dois meses, no meu quarto, depois de um dia de trabalho, alguns fins de semana, sempre que podia gravava.
A solidão criativa cai-te bem?
Sim, muito bem, procuro, quando posso, lugares o mais isolados possÃveis. O meu ideal é o silêncio absoluto e poucas distracções.
Revês neste trabalho a tua personalidade musical?
É o primeiro trabalho, há quase sempre uma evolução de uns para os outros, uma maturidade acrescida. Este será bem representativo.
De onde é que retiras a inspiração para escrever mais música? Noutros discos, na experiência que te envolve, nas pessoas?
Na experiência que me envolve, certamente, onde tudo o que para mim existe está presente. E tocar tem de ser uma necessidade.
Que música é que te entusiasma hoje em dia? Ouves muita música nova diariamente?
Não ouço muita música nova diariamente, confesso que perco com isso, mas não costumo estar muito atento. Mas o que interessa acompanhar, mais cedo ou mais tarde, vir-me-á parar à s mãos. Embora agora ande a explorar o soundcloud que me parece uma boa oportunidade para isso e ouça com frequência o Vidro Azul do Ricardo Mariano na rádio Radar e visite também sÃtios como o vosso. Continua a entusiasmar-me ouvir o Nick Drake, acho-o sempre perfeito. Há anos perdidos que o tenho comigo.
Sei que existe um próximo EP a ser lançado em breve e que já iniciaste inclusive um terceiro trabalho. O que nos podes contar acerca destes lançamentos?
O próximo EP está para breve, sim, de volta às guitarras. Já iniciei o terceiro também, quero fazer um disco mais longo e trabalhado que os anteriores.
Vais continuar a lançar música na internet? Retiras daà todo o feedback que precisas ou achas que vais precisar em breve de um maior reconhecimento, de uma maior exposição?
Não sei ainda, não cheguei a tentar editoras, foi algo pouco reflectido, conheço pouco esse mundo, mas pareceu-me, sim, que o meu trabalho iria ter pouca aceitação, uma ideia que se está a mostrar errada.
Sei também que procuras dois guitarristas para colaborarem contigo. Esperas levar este projecto para os palcos em breve?
Espero conseguir criar uma atmosfera o mais rica possÃvel ao vivo para apresentar dignamente um trabalho pelo qual tenho uma estima imensa. Espero também que essas pessoas se identifiquem minimamente com o trabalho para poderem acrescentar alguma coisa.
Tens um nome incrÃvel. Alguma vez te passou pela cabeça inventar um pseudónimo ou sentes-te bem na tua pele?
Não me passou pela cabeça, é o nome da minha famÃlia, faço questão de o apresentar.
André GomesLembro-me de em pequeno ir no banco de trás do carro dos meus pais e cantar de cor as músicas que passavam na rádio. Sempre tive ritmo, e a música era uma presença constante. Entretanto experimentei muito e em vários instrumentos, desde sintetizadores a guitarra portuguesa.
Sei que tens uma ligação sentimental muito forte com a música, em parte por causa de uma doença que te impediu de teres a estabilidade mental para completar um trabalho. Essa dinâmica de ultrapassagem da doença está muito reflectida neste teu disco?
A minha música, como em tudo, está também marcada pelas minhas vivências e circunstâncias, não será a música mais fácil de ser ouvida mas é nela que tenho uma sensação de conforto, é dela uma acção modificadora de que tanto necessito. É a criação de lugares mentais, de percepção, uma circunstância rica, psicológica, um fluxo, que me move e altera; criam-se lugares de sentimento, lugares de memória por vezes, lugares de silêncio…
Como acontece este EP? Como foi o processo de criação?
Durante aproximadamente dois meses, no meu quarto, depois de um dia de trabalho, alguns fins de semana, sempre que podia gravava.
A solidão criativa cai-te bem?
Sim, muito bem, procuro, quando posso, lugares o mais isolados possÃveis. O meu ideal é o silêncio absoluto e poucas distracções.
Revês neste trabalho a tua personalidade musical?
É o primeiro trabalho, há quase sempre uma evolução de uns para os outros, uma maturidade acrescida. Este será bem representativo.
De onde é que retiras a inspiração para escrever mais música? Noutros discos, na experiência que te envolve, nas pessoas?
Na experiência que me envolve, certamente, onde tudo o que para mim existe está presente. E tocar tem de ser uma necessidade.
Que música é que te entusiasma hoje em dia? Ouves muita música nova diariamente?
Não ouço muita música nova diariamente, confesso que perco com isso, mas não costumo estar muito atento. Mas o que interessa acompanhar, mais cedo ou mais tarde, vir-me-á parar à s mãos. Embora agora ande a explorar o soundcloud que me parece uma boa oportunidade para isso e ouça com frequência o Vidro Azul do Ricardo Mariano na rádio Radar e visite também sÃtios como o vosso. Continua a entusiasmar-me ouvir o Nick Drake, acho-o sempre perfeito. Há anos perdidos que o tenho comigo.
Sei que existe um próximo EP a ser lançado em breve e que já iniciaste inclusive um terceiro trabalho. O que nos podes contar acerca destes lançamentos?
O próximo EP está para breve, sim, de volta às guitarras. Já iniciei o terceiro também, quero fazer um disco mais longo e trabalhado que os anteriores.
Vais continuar a lançar música na internet? Retiras daà todo o feedback que precisas ou achas que vais precisar em breve de um maior reconhecimento, de uma maior exposição?
Não sei ainda, não cheguei a tentar editoras, foi algo pouco reflectido, conheço pouco esse mundo, mas pareceu-me, sim, que o meu trabalho iria ter pouca aceitação, uma ideia que se está a mostrar errada.
Sei também que procuras dois guitarristas para colaborarem contigo. Esperas levar este projecto para os palcos em breve?
Espero conseguir criar uma atmosfera o mais rica possÃvel ao vivo para apresentar dignamente um trabalho pelo qual tenho uma estima imensa. Espero também que essas pessoas se identifiquem minimamente com o trabalho para poderem acrescentar alguma coisa.
Tens um nome incrÃvel. Alguma vez te passou pela cabeça inventar um pseudónimo ou sentes-te bem na tua pele?
Não me passou pela cabeça, é o nome da minha famÃlia, faço questão de o apresentar.
andregomes@bodyspace.net
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