ENTREVISTAS
Toro Y Moi
Pop qualquer coisa
· 15 Mar 2010 · 12:28 ·
© Bryan Bush
Li algures alguém dizer que Toro Y Moy andava a empurrar o “dreampop lo-fi para as massas”. Como é que isto soa para ti?
[risos] Não tenho a certeza se utilizei essas palavras exactas mas acho que apenas gosto de fazer boa música pop. Acho que música pop ganhou uma má reputação durante algum tempo nos últimos anos.
O que é que se passa com as palmeiras, com o sol e a praia que é partilhado por tantas bandas neste momento? É tudo uma grande coincidência isto? Ou achas que as pessoas apenas querem ser felizes neste tempos conturbados?
Toda a estética desta coisa é apenas uma fase ou uma moda, vai desaparecer certamente. Eu acho que ficou em grande na altura porque era tempo de Verão na altura em que todas essas bandas começaram a receber alguma atenção. Eu acho que não estou assim tão associado à praia, foi só uma coisa com a qual as pessoas associaram, elas próprias. Eu acho que as pessoas apenas querem sentir-se contentes, e acontece que essas imagens combinadas com a música batem mesmo certo.
Mas sentes-te de alguma forma parte desta coisa que inclui Washed Out, Memorytapes, etc? Achas que as pessoas têm de etiquetar as coisas para conseguirem apreciá-las?
Eu consigo perceber porque é que fui amontoado junto com estes artistas e não me incomoda. Eu acho que nós colocamos etiquetas nas coisas para nos ajudar a relacionar com elas de uma melhor forma. É engraçada a forma como o género para o nosso estilo de música apareceu do nada. Mas, para esta situação, se tivesses que dizer a alguém que Toro Y Moi era pop eles sentir-se-iam inclinados a pensar em pop mainstream em vez de “chillwave”.
O que é que achas que vai restar, depois de todas as etiquetas e nomes acabarem? Uma mão cheia de projectos musicais excelentes?
Sim, exactamente. Enquanto eu andar ocupado estarei feliz.
Sei que gostas especialmente do termo “música pop”. O que é que música pop significa para ti hoje em dia? O que é que mudou deste que começaste a ouvir música pop até ao dia em que começaste a fazer a tua própria música pop?
Eu sei que é um termo muito amplo mas é mesmo a melhor forma de descrevê-lo sem soar demasiado detalhista ou até pretensioso. Para mim a música pop é alguma coisa com uma melodia catchy.
Quais foram os últimos discos que te fizeram acreditar no poder da música pop, seja lá o que isso for?
Discos como o Discovery, dos Daft Punk, In Ghost Colours', de Cut Copy, o Yellow House, dos Grizzly Bear, têm todos excelentes melodias!
Voltando à tua própria música, achas que a canção “Blessa” é um episódio essencial para Toro Y Moi? Achas que, de certa forma, foi a canção que definiu o projecto?
De certa forma acho que sim. Eu quero continuar a mudar e a desafiar-me a mim mesmo e essa canção foi a primeira daquele tipo que eu escrevi. Aprendi muito musicalmente e tecnicamente com ela.
O que é que nos podes dizer acerca do teu disco de estreia, Causers of This? Foi difícil escrever o disco depois de teres lançado “Blessa” para o mundo?
Sim, não tinha a certeza se queria seguir o caminho mais fácil e usar a “Blessa” como template ou continuar a desafiar-me a mim mesmo e desagradar alguns ouvintes. [risos] Mas gosto de fazer isto porque é a minha forma de aprender comigo próprio e eu ensino-me a mim mesmo coisas novas. Mas sim, foi difícil.
Andas a apresentar este disco ao vivo neste momento. Como é que te sentes a apresentar estas canções em cima de um palco? Como é que trabalhas o disco ao vivo?
Estou a tentar adaptar algumas canções para um ambiente mais live. Por exemplo, comecei a tocar a “Blessa” de uma forma diferente. Irei trabalhar em mudar algumas coisas por aí enquanto dou os concertos, essa parece ser a única altura em que consigo tocar no meu equipamento.
Quais são as tuas expectativas reais para este disco? ou as tuas expectativas acabam no momento em que lanças o disco porque lançá-lo é já para ti o suficiente?
É bastante isso, sim. A pica vem de fazer o disco e prepará-lo, essas são as coisas sobre as quais eu tenho controlo. Não consigo controlar o sucesso do álbum, ou a forma como as pessoas o recebem.
Mas hoje em dia a tua criação musical não se resume a Toro Y Moi. O que é que nos podes dizer acerca do teu outro projecto, Les Sins? Sentiste que tinhas de criar outra persona para criar coisas diferentes, para explorar outros territórios? Sentiste-te de certa forma limitado dentro de Toro Y Moi?
Sim, Les Sins é basicamente música de dança, que era uma coisa com a qual não queria que Toro Y Moi estivesse associado. Mas obviamente, isso não significa que eu não goste de música de dança. Toro Y Moi, é o mais ilimitado dos dois projectos. No máximo, Les Sins é o projecto mais limitado.
Para além de fazeres música tens também grandes fotos e colagens. Tentas estabelecer alguma ligação entre as duas linguagens, entre isso e a música? Quando começaste a explorar a fotografia e as colagens?
Obrigado, existe definitivamente uma ligação. Acho que uma das coisas pelas quais mais estou atraído é quando as formas de arte parecem intemporais. Gosto muito de fotografias que não mostram realmente de que década são e eu gostava para que projecto ou que Toro Y Moi tivesse canções que soassem como se fossem de diferentes eras da música.
Para fechar isto com chave de ouro, uma pergunta absolutamente vulgar e óbvia. Porquê o nome, porquê Toro Y Moi? A mim parece-me um nome bastante exótico…
[risos] Inventei o nome quando tinha 15 anos. Desculpa ser um desmancha-prazeres, mas foi completamente aleatório… Tão típico dos adolescentes… [risos]
André Gomes[risos] Não tenho a certeza se utilizei essas palavras exactas mas acho que apenas gosto de fazer boa música pop. Acho que música pop ganhou uma má reputação durante algum tempo nos últimos anos.
O que é que se passa com as palmeiras, com o sol e a praia que é partilhado por tantas bandas neste momento? É tudo uma grande coincidência isto? Ou achas que as pessoas apenas querem ser felizes neste tempos conturbados?
Toda a estética desta coisa é apenas uma fase ou uma moda, vai desaparecer certamente. Eu acho que ficou em grande na altura porque era tempo de Verão na altura em que todas essas bandas começaram a receber alguma atenção. Eu acho que não estou assim tão associado à praia, foi só uma coisa com a qual as pessoas associaram, elas próprias. Eu acho que as pessoas apenas querem sentir-se contentes, e acontece que essas imagens combinadas com a música batem mesmo certo.
Mas sentes-te de alguma forma parte desta coisa que inclui Washed Out, Memorytapes, etc? Achas que as pessoas têm de etiquetar as coisas para conseguirem apreciá-las?
Eu consigo perceber porque é que fui amontoado junto com estes artistas e não me incomoda. Eu acho que nós colocamos etiquetas nas coisas para nos ajudar a relacionar com elas de uma melhor forma. É engraçada a forma como o género para o nosso estilo de música apareceu do nada. Mas, para esta situação, se tivesses que dizer a alguém que Toro Y Moi era pop eles sentir-se-iam inclinados a pensar em pop mainstream em vez de “chillwave”.
O que é que achas que vai restar, depois de todas as etiquetas e nomes acabarem? Uma mão cheia de projectos musicais excelentes?
Sim, exactamente. Enquanto eu andar ocupado estarei feliz.
© Bryan Bush |
Sei que gostas especialmente do termo “música pop”. O que é que música pop significa para ti hoje em dia? O que é que mudou deste que começaste a ouvir música pop até ao dia em que começaste a fazer a tua própria música pop?
Eu sei que é um termo muito amplo mas é mesmo a melhor forma de descrevê-lo sem soar demasiado detalhista ou até pretensioso. Para mim a música pop é alguma coisa com uma melodia catchy.
Quais foram os últimos discos que te fizeram acreditar no poder da música pop, seja lá o que isso for?
Discos como o Discovery, dos Daft Punk, In Ghost Colours', de Cut Copy, o Yellow House, dos Grizzly Bear, têm todos excelentes melodias!
Voltando à tua própria música, achas que a canção “Blessa” é um episódio essencial para Toro Y Moi? Achas que, de certa forma, foi a canção que definiu o projecto?
De certa forma acho que sim. Eu quero continuar a mudar e a desafiar-me a mim mesmo e essa canção foi a primeira daquele tipo que eu escrevi. Aprendi muito musicalmente e tecnicamente com ela.
O que é que nos podes dizer acerca do teu disco de estreia, Causers of This? Foi difícil escrever o disco depois de teres lançado “Blessa” para o mundo?
Sim, não tinha a certeza se queria seguir o caminho mais fácil e usar a “Blessa” como template ou continuar a desafiar-me a mim mesmo e desagradar alguns ouvintes. [risos] Mas gosto de fazer isto porque é a minha forma de aprender comigo próprio e eu ensino-me a mim mesmo coisas novas. Mas sim, foi difícil.
Andas a apresentar este disco ao vivo neste momento. Como é que te sentes a apresentar estas canções em cima de um palco? Como é que trabalhas o disco ao vivo?
Estou a tentar adaptar algumas canções para um ambiente mais live. Por exemplo, comecei a tocar a “Blessa” de uma forma diferente. Irei trabalhar em mudar algumas coisas por aí enquanto dou os concertos, essa parece ser a única altura em que consigo tocar no meu equipamento.
Quais são as tuas expectativas reais para este disco? ou as tuas expectativas acabam no momento em que lanças o disco porque lançá-lo é já para ti o suficiente?
É bastante isso, sim. A pica vem de fazer o disco e prepará-lo, essas são as coisas sobre as quais eu tenho controlo. Não consigo controlar o sucesso do álbum, ou a forma como as pessoas o recebem.
© Bryan Bush |
Mas hoje em dia a tua criação musical não se resume a Toro Y Moi. O que é que nos podes dizer acerca do teu outro projecto, Les Sins? Sentiste que tinhas de criar outra persona para criar coisas diferentes, para explorar outros territórios? Sentiste-te de certa forma limitado dentro de Toro Y Moi?
Sim, Les Sins é basicamente música de dança, que era uma coisa com a qual não queria que Toro Y Moi estivesse associado. Mas obviamente, isso não significa que eu não goste de música de dança. Toro Y Moi, é o mais ilimitado dos dois projectos. No máximo, Les Sins é o projecto mais limitado.
Para além de fazeres música tens também grandes fotos e colagens. Tentas estabelecer alguma ligação entre as duas linguagens, entre isso e a música? Quando começaste a explorar a fotografia e as colagens?
Obrigado, existe definitivamente uma ligação. Acho que uma das coisas pelas quais mais estou atraído é quando as formas de arte parecem intemporais. Gosto muito de fotografias que não mostram realmente de que década são e eu gostava para que projecto ou que Toro Y Moi tivesse canções que soassem como se fossem de diferentes eras da música.
Para fechar isto com chave de ouro, uma pergunta absolutamente vulgar e óbvia. Porquê o nome, porquê Toro Y Moi? A mim parece-me um nome bastante exótico…
[risos] Inventei o nome quando tinha 15 anos. Desculpa ser um desmancha-prazeres, mas foi completamente aleatório… Tão típico dos adolescentes… [risos]
andregomes@bodyspace.net
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