DISCOS
EITR
Trees Have Cancer Too
· 18 Nov 2013 · 20:27 ·
EITR
Trees Have Cancer Too
2013
Mazagran
Sítios oficiais:
- Mazagran
Trees Have Cancer Too
2013
Mazagran
Sítios oficiais:
- Mazagran
EITR
Trees Have Cancer Too
2013
Mazagran
Sítios oficiais:
- Mazagran
Trees Have Cancer Too
2013
Mazagran
Sítios oficiais:
- Mazagran
À sombra das árvore mortas.
A primeira vez que ouvimos falar deles foi através do projecto OTO. Este grupo reunia uns então desconhecidos Pedro Lopes, Pedro Sousa e Mush Von Namek, três jovens músicos que concorreram ao Concurso Projectos Artísticos do Serralves em Festa 2008 – e saíram de lá vencedores.
Desde então Pedro Sousa e Pedro Lopes começaram a ganhar destaque na cena exploratória nacional, pela peculiaridade das suas abordagens pessoais aos respectivos instrumentos: Sousa como enérgico saxofonista (no tenor e, posteriormente, no barítono), e Lopes como criativo explorador de gira-discos. Cada um foi-se envolvendo em múltiplos projectos e parcerias. Contudo, os dois Pedros mantiveram-se ligados neste duo EITR.
Gravado entre 2008 e 2011, este disco não teve pressa de ser editado. Funcionará como registo de uma parceria estável (apesar das actuações ao vivo serem pontuais) e, sobretudo, de uma amizade contínua. Editado pela label Mazagran, da responsabilidade de Riccardo Dillon Wanke - também ele músico, colaborador de notáveis como Manuel Mota e David Maranha -, as três faixas deste LP consistem em gravações ao vivo, duas delas na Galeria Zé dos Bois.
Neste trabalho Pedro Sousa concentra-se nos saxofones mas também na electrónica; Pedro Lopes serve-se, além do gira-discos, também electrónica. A música é profundamente electro-acústica, combinando alguns elementos “naturais” (acústicos) com texturas electrónicas (sons processados). O ambiente é quase sempre negro, nebuloso. A música vive nessa tensão de quem debaixo de uma nuvem gigante, na ansiedade de que a chuva caia a qualquer momento – sem que isso nunca aconteça.
As três faixas do disco – “Eventually the wind died”, “Forth twice” e “Bass wood” - assentam assim nesse estável negrume. Lopes trabalha o seu habitual turntablismo desconstrutivo (pós-Marclay, pós-Otomo); Sousa mostra-se contido, mais discreto e preciso - longe dos rugidos infernais, típicos da sua parceria free jazz com Gabriel Ferrandini. Perdoe-se o excesso de estrangeirismos, mas esta música passará essencialmente por estes três elementos centrais: “drone”, “glitch” e “scratch”.
Além de um bonito objecto (vinil), este Trees Have Cancer Too é um precioso documento que assinala definitivamente a afirmação de uma nova geração de improvisadores na música portuguesa.
Nuno CatarinoDesde então Pedro Sousa e Pedro Lopes começaram a ganhar destaque na cena exploratória nacional, pela peculiaridade das suas abordagens pessoais aos respectivos instrumentos: Sousa como enérgico saxofonista (no tenor e, posteriormente, no barítono), e Lopes como criativo explorador de gira-discos. Cada um foi-se envolvendo em múltiplos projectos e parcerias. Contudo, os dois Pedros mantiveram-se ligados neste duo EITR.
Gravado entre 2008 e 2011, este disco não teve pressa de ser editado. Funcionará como registo de uma parceria estável (apesar das actuações ao vivo serem pontuais) e, sobretudo, de uma amizade contínua. Editado pela label Mazagran, da responsabilidade de Riccardo Dillon Wanke - também ele músico, colaborador de notáveis como Manuel Mota e David Maranha -, as três faixas deste LP consistem em gravações ao vivo, duas delas na Galeria Zé dos Bois.
Neste trabalho Pedro Sousa concentra-se nos saxofones mas também na electrónica; Pedro Lopes serve-se, além do gira-discos, também electrónica. A música é profundamente electro-acústica, combinando alguns elementos “naturais” (acústicos) com texturas electrónicas (sons processados). O ambiente é quase sempre negro, nebuloso. A música vive nessa tensão de quem debaixo de uma nuvem gigante, na ansiedade de que a chuva caia a qualquer momento – sem que isso nunca aconteça.
As três faixas do disco – “Eventually the wind died”, “Forth twice” e “Bass wood” - assentam assim nesse estável negrume. Lopes trabalha o seu habitual turntablismo desconstrutivo (pós-Marclay, pós-Otomo); Sousa mostra-se contido, mais discreto e preciso - longe dos rugidos infernais, típicos da sua parceria free jazz com Gabriel Ferrandini. Perdoe-se o excesso de estrangeirismos, mas esta música passará essencialmente por estes três elementos centrais: “drone”, “glitch” e “scratch”.
Além de um bonito objecto (vinil), este Trees Have Cancer Too é um precioso documento que assinala definitivamente a afirmação de uma nova geração de improvisadores na música portuguesa.
nunocatarino@gmail.com
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