O leitor incauto poderá ser levado a pensar que esta frase introdutória constitui alguma espécie de crítica ao duo formado por Pedro Ferreira e Miguel Abelaira. Nada mais longe disso, porque no caso dos Quelle Dead Gazelle estes são Legião: muitos, mas um só (ou dois, neste caso). Neste EP de estreia encontramos aquilo que poderia ser descrito como uns PAUS mais contidos (até porque Fábio Jevelim dá uma perninha em duas canções), na medida em que tanto nos fazem gingar a anca como a cabeça, ecos prog e punk cruzados numa amálgama de ruído e ritmo; passemos a chamar-lhe "brita".

Até porque "brita", ou "Afrobrita", é o single de avanço, conhecido em Dezembro passado; um riff quase stoner a desencadear o movimento perpétuo da bateria marcando o compasso, coisinha para nos fazer dançar de cocktail na mão. Mas há mais, tal qual o lado espacial de "Lion Meets Gazelle" e os seis grossos minutos de "Madrasta", a melhor faixa que aqui encontramos.

E que mais há para dizer sobre um EP? Não muito, apenas que aos Quelle Dead Gazelle deseja-se a maior das sortes e um futuro auspicioso. Não só porque esta estreia merece nota positiva, e não só porque ao vivo estão em posso de todas as suas faculdades; igualmente porque os relatos daquilo que se passou no backstage do Alive nos levam a concluir que as gazelas são do rock. E assim sendo, não há como criticar, sejam mais um duo ou não.