Um Nuno Catarino não pode estar errado, quando diz, em entrevista a Francisca Cortesão que “este novo disco complementa uma carreira que, sorrateiramente, se vai solidificando”. Foi devagar devagarinho mas de forma convincente que Francisca Cortesão se foi tornando numa das melhores escritoras de canções do país, o que a levou inclusive a colaborar com Sérgio Godinho em Mútuo Consentimento.

Olhando para o primeiro disco de Minta, o homónimo editado em 2009 (que foi ali mesmo atrás), é impossível não perceber que Francisca Cortesão levou a sua própria escrita de canções um passo em frente; é impossível não ver em Olympia um conjunto de canções ainda mais apurado, mais detalhista, com mais profundidade; é difícil, bastante difícil, passar ao lado da sua beleza.

Sempre com o a folk norte-americana à vista no horizonte, Olympia tem duas mãos cheias de pequenas grandes canções. Canções como “Devil we Know”, “From the ground” ou “The right boulevards” - que, uma atrás da outra, são responsáveis pela melhor sequência do disco – garantem a Francisca Cortesão um estatuto confortável que pode ser gerido com classe durante muitos anos. Assim esperamos.