Top 2011 · Top Portugueses 2011 · Topes Individuais · Momentos 2011 · Topes Ilustres
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| © Sofia Miranda |
André Gomes
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O nascimento do BODYSPACE AU LAIT, uma parceria com o Café au Lait que gerou um público muito fiel e que trouxe vida aos domingos pasmacentos da cidade do Porto. |
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O Pitchfork Paris Festival sobretudo nos enormíssimos concertos de Bon Iver e dos Wild Beasts. |
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Ver o Bodyspace chegar à televisão com a colaboração nascida com o Canal180 que trará muitas e boas novidades em 2012. |
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O Milhões de Festa ou o melhor pequeno grande festival que Portugal viu nascer nos últimos anos. |
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O crescimento da Videoteca Bodyspace e os novos colaboradores que quiseram, nos últimos tempos, juntar-se ao desafio. |
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Ver o Bodyspace juntar-se a uma instituição de tanta relevância cultural como a Fundação Serralves para apresentar quatro concertos no Serralves em Festa: Arborea, blac koyote, Black Bombaim e Victor Herrero. |
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A notícia da vinda do melhor festival do mundo, o Primavera Sound, para a cidade do Porto que tanto precisava de um festival de grandes dimensões. |
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O crescimento súbito – ou consolidação - de novos projectos editoriais – webzines ou não – que vieram engrossar a massa crítica em Portugal. |
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O contacto com o disco favorito do ano, de Bon Iver, e o disco português favorito do ano, o de Filho da Mãe, e constatar, ao vivo e a cores, que a força da música extravasa os registos. |
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Uma mão cheia de canções: "Trials of the Past" de SBTRKT, "House Of Balloons / Glass Table Girls" (entre tantas outras) de The Weeknd, Glass Jar de "Gang Gang Dance", "Loop the Loop" e "Reach a Bit Further" de Wild Beasts, "Downtown" de Destroyer, "Come Back to Me" de The Rapture, "Baby's Arms" de Kurt Vile, "Perth" de Bon Iver, "Hanging On" de Active Child. Uma mão cheia do surpreendente disco de PJ Harvey. |
Bruno Silva
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A vitalidade que se tem vindo a sentir em torno de uma pequena sala de ensaios no espaço da Trem Azul e que se tem traduzido numa boa onda onda absoluta de encontros tão inusitados quanto gratificantes. E a ter cada vez mais repercussões num futuro muito próximo com edições de ACRE, Falaise, Maranha/Ferrandini/Garcia e mais umas novidades na calha. Das poucas razões para sorrir em 2012. |
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Redescobrir o II dos Meat Puppets numa viagem absolutamente maravilhosa (<3) pelo Sul do País (apesar das atribulações com um Peugeot 205 = R.I.P.). Melhor disco do Mundo de 2011. |
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Ouvir o gigantesco Evan Parker numa versão a capella de um standard dos anos 40 numa viagem madrugadora entre o Barreiro e Alcochete. Momento memorável, um dia depois desse mesmo senhor me ter pago uma meia de leite no Aeroporto de Lisboa (enquanto esperávamos um simpático Dieter Moebius). |
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Archer e (numa relação algo lata) a notícia de uma nova série e um filme de Arrested Development. |
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Constatar que, mesmo depois de já o ter visto dezenas de vezes, o Manuel Mota consegue dar um daqueles concertos absolutamente marcantes. Prova de genialidade. |
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Festas Bodyspace e festas na casa da Estefânia. |
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A dormência da UK Funky. Ainda assim, e naquele que terá sido o seu pior ano, malhas como "The Way", "Playground", "Sensitivity" ou "Nobody" provam que ainda há espaço para momentos brilhantes. |
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A One Eyed Jacks, e tudo o que é Photonz related. Nota especial para a recém-nascida Príncipe. |
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O Mao II do DeLillo. |
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O Gene Clark e uma quase-obsessão em torno do conceito de loner-psych. |
Filipe Felizardo
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OM na zé dos bois com Emil Amos e Robert Lowe + o solo do Ferrandini em modo Toru Takemitsu. |
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Ter dinheiro para comprar discos. |
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Ter que vender discos para comprar comer. |
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Jem el-Fnaa, Marrakesh LIVE, noite dentro - e, de todas as coisas, malhar com esse pessoal por 3 minutos antes da gargalhada total. |
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Mostrar Keiji Haino a crianças que percebem mais de black blues que o gajo. |
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A Margarida Garcia de regresso a lisboa e toda a trafulhice musical que isso acarreta. |
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BARDO POND ( e garcia/bassett ) na zé dos bois com um som de sala único, único, único - long live dubmastah cristiano. |
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O estardalhaço de hype williams no kolovrat - devidamente frustrante, coerente, e pateta. |
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Comprar um LP pseudo-pirata d'apenas o lado A de In Der Garten Des Pharaos, de Popol Vuh, assim do pé prá mão, com uma qualidade surpreendente. |
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Música por música, assim para terminar: com a sola dos pés a 3000m de altitude em Tishka, ouvir e ver trovoada lá em baixo, com um pouco de throat singing à mistura. |
Hugo Rocha Pereira
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Actuações de Rumbo, um pouco por todo o lado, mas principalmente no Colectivo 24. |
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Adormecer embalado pelo lado B de Tomboy, de Panda Bear, e acordar em pleno Estádio da Luz, com as bancadas a entoarem “Benfica” em loop perpétuo. |
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Um trio de concertos de luxo no Alive: a reencarnação visceral de Nick Cave com Grinderman; Jane’s Addiction e Iggy Pop (honrado pela subida ao palco do grande Jota da Vinil Experience) a mostrarem como a sua Música é intemporal e a ensinarem à nova geração como é que se faz. |
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Emissões da Rádio Pirata. |
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O privilégio de ver Animal Collective moldarem as músicas do próximo disco no CCB. |
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Um ano de Bodyspace: obrigados especiais ao Miguel, que me abriu esta porta, André (que sempre tem acolhido as ideias que lanço para o ar, desde que não envolvam o Bin Laden do Brega e as suas Bin Ladinhas) e restante família. |
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Concerto de NoMeansNo na Zé dos Bois: três músicas no interior do aquário (o roadie era um bacano) e o resto da parte de fora, com direito a crowd surf directo ao vidro e cerveja barata. |
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Ouvir o “Friday”, da Rebecca Black, na festa do site da Videoteca Bodyspace + Trem Azul – props para Hellverca. |
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Concerto de Youth of Today + Tributo a X-Acto no Santiago Alquimista, ou uma noite de HC à antiga, com direito a entoar “Minor Threat” e "Young Till I Die" (de Minor Threat e 7 Seconds, respectivamente) num palco a rebentar pelas costuras. |
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Prestar homenagem póstuma ao Grande Peter Machado (RIP) na festa do Bodyspace realizada no 49 da ZdB. |
Put the book back on the shelf © Instagram
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A confirmação da genialidade de Peter Evans, espelhada em vários registos: Ghosts (o grande disco jazz do ano), The Coimbra Concert dos Mostly Other People Do the Killing, High Society em duo com Nate Wooley, além de diversas colaborações. E aquele estranho momento em que ele nos paga Super Bocks enquanto conversamos sobre discos de Anthony Braxton e Gunter Hampel. |
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O concerto dos Zu no Milhões de Festa, mais uma vez o grande festival do ano. E houve ainda Electrelane, Dirty Beaches, Throes & The Shine, Vivian Girls, Papa Topo, Chungwave, Pega Monstro, piscina, bikinis, etc. |
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O décimo aniversário de Clean Feed, que volta a confirmar o estatuto de uma das mais relevantes editoras do mundo, com mais um impressionante volume de edições. |
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Assistir à estreia de Eye Contact dos Gang Gang Dance, ao vivo num simpático barracão na margem do Sena. |
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O regresso do melhor Peter Brötzmann, no Jazz em Agosto com o seu quarteto com Toshinori Kondo, Massimo Pupillo e Paal Nilssen-Love, no ano em que celebra o seu 70º aniversário. |
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Apesar de todas as queixas, do pó, da organização, etc., o Super Bock Super Rock: Arcade Fire, The Strokes, The Walkmen, Beirut, B Fachada, etc. |
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Grandes momentos na música nacional. Destaque para Pedro Sousa e Gabriel Ferrandini, que vão espalhando a sua imensa criatividade não só no seu incrível duo, como por múltiplos projectos e colaborações. |
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Conseguir ouvir, durante meses, apenas e só samba velho: Nelson Cavaquinho, Cartola, Paulinho da Viola, Velha Guarda da Portela. E muitas noites ébrias à volta da roda de samba da Toca do Cachorrão. |
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A descoberta da Mouraria, no preciso momento em que o fado é alvo de aclamação global. |
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Más ondas: a crise infinita e o fim do Google Reader. |
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Revolução dos Cravas
2012 menos 2011 dá 1 ano
a chegar ao fim como um pontapé no ânus
annus horribilis e 26-1 dá 25 e aquilo que sinto
é o mesmo que muitos
se o contrariar minto
E 24+1 deu-nos daquilo que prometia nem um quinto
vá lá, querias, 24+1 e nem mais um dia
Oh Grândola Vila Morena, para alguns loira, ruiva e até careca
Experimenta lá liberdade pois sabe a água mas depois seca
O leito do primeiro passo
que pedaço a pedaço
faz-nos sonhar a dois
E depois?
Oh país de carroça à frente dos bois
atropelando um sonho que continua o mesmo, idêntico, igual
Só para confirmar - o teu é esse também - por quem sois?
Oh Irracional nacional
Sinceramente,
Ditador, dissidente, rei, presidente
Deveria haver apenas um consenso livre num dia de enchente
Em vez de guerra à paz, Paz para sempre
Que infelizmente
A cadeira do poder continua a evitar até esconder
O cheiro a cravo
Desse dia sempre bom em cada ano tão parvo
E eu, alérgico às flores, resta-me agora pedir e cravar
Sim com orgulho: CRAVO
Liberdade
Pede vá,
dá lá,
empresta pá
Flor que só uns têm, porque eu sei que algumas se regaram de verdade
porque quero por a colher no colhido, provar o pão do que foi moído
E MUITO DEVE TER SIDO
Por isso, antes de defunto,
sem outro assunto
Vos pergunto:
Onde raio está o flower power português?
Se calhar volta em 2074, Abril, 22 + 3
talvez? |
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O Momento - A primeira visita de sempre ao Teatro dos Sonhos (Old Trafford, para os leigos). Manchester United 3 Chelsea 1, golos de Smalling, Nani e Rooney. Gritar Golo no estádio, viajar num metro rodeado de Red Devils, tudo parte de um fim-de-semana inesquecível |
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A decisão de nunca mais voltar a um certo festival cheio de pó e insalubridade, por mais que os promotores, do alto da sua condescendência atroz, digam que os "verdadeiros" fãs fazem sacrifícios |
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Gritar "COMING DOWN THE MOUNTAIN" de braços abertos mal os Jane's Addiction entraram em palco no Alive |
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O momento em que acabei de compilar toda a minha colecção discográfica em Excel. Trabalho há muito adiado |
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A descoberta dos Death Grips graças a um conselho via Facebook |
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A passagem do meu programa de rádio, Eu Quero Um Lote, para programa em directo |
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Perceber que o ódio a um político não é coisa inerte. Pode crescer e crescer e... |
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Dançar em frente ao palco onde tocavam George Clinton e uma banda de funk-mestres |
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Acabar todos os episódios da "The Wire", e ficar convencido que se trata da Melhor Série de Sempre |
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Afugentar os colegas laborais com uma compilação de música mais "exigente" |
Um enorme tesouro que não tem preço.
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Ainda não fui despedido do Bodyspace e até consegui escrever duas ou três coisas para a Vice, por isso 2011 foi um ano em grande. Claro que o baixo índice de auto-estima me leva a crer que não há de durar, mas enquanto puder ter espaço para escrever parvoíces agradeço a vossa paciência (dos editores) e a vossa paciência (dos leitores). Estejam todos por cá em 2012. |
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Conhecer pessoas fixes no Alive e no Milhões e deitar um bocado abaixo a parede da fobia social, mas a cereja no topo do bolo vai para quem conheci em Japanther em Janeiro. Elas sabem quem são. Beijo grande. |
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Passar discos nos festões do Bodyspace mesmo não percebendo (e ainda não percebo) como funciona uma mesa de mistura. Ups! Ponto alto, claro, partir a loiça na Trem Azul com a "Friday". E sabem que mais? Segunda melhor canção do ano. Odiadores vão odiar. |
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O Mágico Futebol Clube do Porto, naturalmente. Por estas alturas não dá muita vontade de falar, mas vamos fazer de conta que não aconteceu mais nada para além de Maio. |
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O Rock Sem Merdas. Evidentemente. |
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A pujança sonora dos Swans, na Aula Magna. Foda-se! |
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Os festivais: o Alive pelo sonho de criança que era ver Stooges, o Milhões por ser o Milhões e possibilitar o regresso de porradão como aquele sentido em Lobster. E ainda: o primeiro pela possibilidade de comer à borla e testemunhar coisas como os Fleet Foxes, James Blake, Primal Scream, Thievery Corporation, Atari Teenage Riot e, dane-se, os Coldplay. O segundo pela possibilidade de ver miúdas boas em fato de banho e viver cenas como as Vivian Girls, Bob Log III, Zu, Equations, Shit And Shine e, lol, todos os projectos chungwave. |
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Um outro festival: o Outfest, porque me deu uma visão daquilo que deve ser Deus ao juntar em palco Sunflare e Damo Suzuki. O meu ateísmo não recuperará tão cedo. |
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Os concertos em nome próprio: o dos Monotonix na ZdB, para reviver um óptimo 2010. Se e quando regressarem vão continuar a ser especiais. O festão que foi o Ar No Aquário, na ZdB, com destaque para os gigs de PAUS e Dead Combo. Os Sunflare e os Pão na festa BS na Trem Azul. Ben Frost no Maria Matos. Boris, HEALTH e Suuns, todos no Musicbox. E ainda Mount Eerie a tocar para cerca de 50 pessoas na ZdB, ou os Girls num Lux cheio. E uma menção aos SAUR, que são gajos porreiros, tocam música excelente e um dia hão-de pôr esta cidade de merda no mapa. |
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O melhor para o fim: os Mão Morta, na TMN Ao Vivo, com direito à setlist que ilustra esta lista. A melhor banda que alguma vez me passará pelos ouvidos. Gigantes, gigantes, gigantes. |
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Lobster no Milhões de Festa. Concerto mais radiante-caótico de sempre. |
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Panda Bear. Tomboy não é Person Pitch, mas cresce. E na Casa da Música tivemos um Panda Bear total. |
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American Hardcore. Livro incrível sobre um dos mais incríveis e utópicos períodos do rock. |
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Descendents. Na falta de música nova que entusiasme, o mergulho no passado. Canções para geeks fazerem manguitos ao mundo cool. |
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Música para respirar. New age no YouTube, Ferraro antigo, Kwjaz, Jon Hassell. |
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Emeralds no Serralves em Festa. Subida aos céus. |
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"Para Além do Bronze". A malta do free faz a melhor pop. |
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"Killin’ the Vibe". |
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"Canção para o Pedro", "Canção para o André", "Maior é o Tombo", "Sonho Marítimo". Contínuo progresso. |
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Nova Iorque. Academy Records, Ducktails, ABC No Rio, Irene. |
| Eu Adio e Não Adio, Logo Existo |
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Adiada, mais que o habitual, a escuta de alguns discos importantes; lamentavelmente, o Bodyspace comeu por tabela. |
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O que não adiei foi a triste ideia de subir de carro – e sozinho – a Serra da Estrela numa intempestiva tarde de Agosto; valeu pela inútil descoberta que Space Is Only Noise de Nicolas Jaar nada mitiga os efeitos enervantes de uma viagem malograda logo nas primeiras curvas. |
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Adiada, pela segunda vez, a ida a um concerto de James Blake; é assim que me tenho apercebido do lento desaparecimento do meu espírito noctívago. |
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Delicioso serão festivo com chancela Bodyspace na Trem Azul. No dia seguinte veio a lamentável lamentação (perdoem o pleonasmo) por não ter adiado para mais tarde o destroçar do local. Assim perdi a apoteose da noite: o desfilar – num local de sons tão eclécticos – de uma singularidade tragicómica musical chamada "Friday". Ainda se mitifica na net a forma corajosa como Paulo Cecílio foi escoltado pela PSP até casa. |
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Adiei, absoluta e propositadamente, o visionamento do que não interessa na TV, tendo me concentrado na degustação de novidades na net como American Horror Story, Homeland, Once Upon a Time ou Boss. Entretanto, decidi-me, finalmente, a não voltar a adiar a descoberta dos multiversos de Fringe. |
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Não adiei a ida ao cinema com o sobrinho para assistir a Super 8. A recompensa foi a boa nostalgia que o filme provocou, tendo me lembrado da sensação de ver ET ou Encontros Imediatos do Terceiro Grau pela primeira vez. |
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Adiei misteriosamente a compra de discos essenciais, provocando uma depressão crónica à minha frágil colecção. Entretanto, adquiri a reedição de Bitches Brew do tio Miles (2010) que atenuou significativamente a neurose da coisa como se de um milagroso Xanax se tratasse. |
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Não adiadas foram as decisões vitais que tomei em 2010 que conduziram a alguma prosperidade financeira em 2011. Uma merecida recompensa no negócio neste annus horribilis para a sempre sacrificada carteira.
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Sugestões sãs: não adiar a sensação de conduzir à noite ao som de Dark Is The Sun de The Greg Foat Group, World of Funk de Shawn Lee & The Ping Pong Orchestra, James Blake ou "Four Walls" de Burial e Massive Attack. De dia, Alex And The Grizzly de Prommer & Barck, Room(s) de Machinedrum ou Renegades de Mark de Clive-Lowe são escutas positivas que provocam comoções singulares durante viagens demasiado longas. |
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Nada adiada foi a grande aclamação do Fado a Património Imaterial da Humanidade. |
"Look at the two people dancing on either side of you. If you don't see a girl, you are dancing incorrectly."
Esta é a citação que abre o Talking to Girls about Duran Duran, o livro do ano passado do Rob Sheffield. É creditada ao teclista dos LCD Soundsystem (provavelmente é "a", já que a pessoa que me ocorre é a Nancy Whang). Gostaria, portanto, de relevar todas as vezes que dancei este ano de forma correcta, ao som do que quer que fosse e onde quer que fosse. Um grande agradecimento, portanto, a todas as minhas amigas incríveis ou raparigas que por acaso estavam ao meu lado (não vou dizer nomes, espero que elas saibam quem são e que lhes estou eternamente grato). De cabeça, lembro-me de quase todas as idas ao Lux (destaque para Azari & III, a noite da DFA com os próprios responsáveis pela citação, umas quantas Horse Meat Disco, o DâM-FunK, PAUS a Chocolate City que CIMENTO. – eu, o Ilo e o Mário, que são os maiores – partilhou com a Yen Sung, e devo estar a esquecer-me de imensas coisas incríveis com portugueses, como um sábado qualquer em que o CVLT estava no bar com o Dexter ou o que era ou o bocadinho de Tiago com Trol2000 que vi no outro dia), o Ar no Aquário da ZDB ("MindKilla", foda-se, mas isso fui eu que pus a tocar por isso não conta, e já que falo nisso, todas as noites de CIMENTO. em todo o lado, do MUV ao Left), "Otis" (e quão impressionante é o Aziz Ansari lá no meio do vídeo? Ainda há cinco anos ele fazia piadas com o Kanye, e continua a fazê-las em talk shows e assim), os Animal Collective no CCB e o R. Stevie Moore no MusicBox, "Niggas in Paris", o 4 da Beyoncé, o Viking (é sempre tudo óbvio, mas a cerveja e o strip manhoso compensam), as festas da Time Out, os Buraka Som Sistema no iPod e no Coliseu (e aí devo relevar mesmo a melhor companhia dançante que conheço), MusicBox (Throes + The Shine, Discotexas Band e o Ted Leo, que eu chateei até à morte a perguntar por todos os amigos cómicos dele, vêm-me à cabeça), o 'Ye no Sudoeste, os Orelha Negra no Alive (e os TV on The Radio e Spank Rock, talvez), "How Deep Is Your Love?" em todo o lado, "Make My" dos Roots nos meus ouvidos, imensas vezes, e dezenas de coisas de que não me lembro neste segundo. Em termos de ouvir, foi um ano mais de podcasts que de música, e estas pessoas são (além das minhas amigas), as melhores de sempre e proporcionaram-me momentos de maravilha: Marc Maron, Scott Aukerman, Paul F. Tompkins, Harris Wittels, Julie Klausner, Tom Scharpling (e muitos pontos para os vídeos dele de Wild Flag, New Pornographers e Stepkids – outra cena grande do MusicBox), Jon Wurster, Doug Benson, Andy Daly, Seth Morris, Jon Daly, Brett Gelman, Nick Kroll, Chris Hardwick, Kulap Vilaysack, Howard Kremer e Jen Kirkman. É pena não poder, quando oiço podcasts, olhar para o lado e ver raparigas. Mas pronto, um dia vai ficar tudo bem. |
Ano de pequenos nadas, que nos ajudam a acumular créditos na escola da vida, entre os quais pude:
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Puxando a brasa à minha sardinha, ver lançado o primeiro registo discográfico da minha banda (a partir daqui é convosco, googlem), como o pai que vê o filho marcar o debutante golo nos jogos inter-escolas. |
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Assistir à consagração daquilo que, em 2010, parecia inevitável: sem desprimor para os fantásticos colaboradores desta casa, o enorme Paulo André Cecílio não deve ser esquecido como um dos escribas maiores (e dj's, sublinhe-se) que o Bodyspace adquiriu e passará por ele, escrevam isto, o futuro deste maravilhoso abrigo de ideias e boa gente. |
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Finalmente, dez anos depois de Is This It, testemunhar ao vivo a grande banda que são os The Strokes, de Casablancas e "amigos", trazendo à memória os tempos em que dava os primeiros acordes numa guitarra ao som de "Last Night" - e das "Dunas", claro está. |
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Presenciar o espectáculo maior que foi "The Wall", ao vivo, com Roger Waters a provar por que é, de facto, um dos dinossauros do rock sinfónico. |
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Marcar presença na festa da DFA no Lux, comemoração de uma década de existência, e ver os pesos pesados (alguns literalmente) da editora, com especial destaque para os sets de Shit Robot, Juan MacLean e James Murphy a dar espectáculo. Quase chorei. |
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Admirar com particular satisfação a explosão de bons sons tugas que nos chegaram, este ano, quase de esguelha, com uma eloquência de saudar e de rating bem saudável. |
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Antecipar a vinda dos Radiohead a Portugal, e ao mesmo tempo um dos meus momentos de 2012. |
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Conhecer um senhor de seu nome Hugo Ribeiro, um dos homens que mais gravou Amália em Portugal, e com quem tive uma das tardes mais bem passadas de que me lembro. |
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Descobrir as maravilhas de uma boa captação - falo do uso dos microfones em prol da qualidade sonora. |
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Constatar que os Daft Punk fizeram de mim um homem melhor. Less is more, dizem eles, e eu ainda ando a aprender a lição. Ainda estão para vir outros... |
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Swans na Aula Magna. O responder ao apelo de Michael Gira de ir para os doutorais e meditar enquanto ouvia a “I Crawled” a escassos metros de um dos meus ídolos musicais. |
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Swans duas semanas depois, no Roadburn. Ouvir um alinhamento em (praticamente) tudo semelhante ao da Aula Magna, mas ver um gajo – que suponho que fosse – finlandês com ar andrógino enrolar-se com uma tipa fora deste mundo só porque sim. Sodoma e Gomorra. |
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Um breve ensaio de Philip Glass na Casa da Música perante a imprensa, do qual fez parte a “Opening” do Glassworks e que me fez pensar como a vida pode ser bonita e vazia ao mesmo tempo, em particular perto de outras pessoas. |
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Akron/Family em versão acapella no Hard Club a cantarem com o público a “Love and Space”, que me lembraram aquilo de que às vezes me esqueço que é que o mundo pode ser um sítio melhor e que pode sê-lo pelas nossas mãos. |
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O segundo concerto de Year of No Light no Roadburn, no qual fizeram a banda sonora para o Vampyr de Dreyer, que eu nunca tinha visto e do qual não me recordo absolutamente nada porque a cadeira mexia-se sob mim enquanto a música me impedia de me levantar. Isso e a viúva branca. Que tinha atacado como se fosse negra. |
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NoMeansNo no Porto Rio, que me recordaram como odeio bêbedos virados do avesso em concertos em que o palco está ao alcance do público. Ainda assim, já posso morrer sabendo que ouvi a “The River” e que não há letra como “First a gift of love is given/Then the winds rise, the sails are riven/On the river” |
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Ouvir a “Over the sun/Under the water” dos You Can't Win, Charlie Brown no carro do trabalho enquanto vinha de uma noite passada no Furadouro a olhar para o Francisco Louçã e como a canção me dizia que tudo ia correr bem. |
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Woven Hand, novamente no Roadburn (que é o melhor festival de sempre). Anos e anos de expectativas acumuladas finalmente concretizados naquele que foi dos concertos mais pesados a que já assisti. David Eugene incitava o público, misturava gritos índios com orações, gritava e, por fim, esmurrou um microfone. |
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Ver Liturgy e perceber de novo o que é o black metal perante um céu azul pouco nublado, com o mais impressionante baterista que já vi. E por amor de deus, os haters, suspiro, os haters. |
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