Adriana Sá / Tó Trips / John Klima
Teatro Maria Matos, Lisboa
5- Mar 2014
Em mais uma parceria com a label Shhpuma, depois da apresentação do disco On the Drive For Impulsive Actions do harpista Eduardo Raon, o Teatro Maria Matos voltou a acolher a apresentação de um disco da subsidiária da Clean Feed. Desta vez o mote era o disco Timespine, da autoria do trio constituído por Adriana Sá, Tó Trips e John Klima. Este trio nasceu na sequência de dois encontros em duo, promovidos no âmbito do ciclo “Sábaduos” no bar A Vizinha, tendo depois evoluído para esta união a três.
A música é guiada pela partitura gráfica de Adriana Sá, onde as intervenções de Trips e Klima são precisas. A participação instrumental de Adriana passa pelo zither/saltério, dedilhado e tocado com arco, e ainda a manipulação de samples. Tó Trips, um dos rostos dos Dead Combo, explora aqui unicamente o “dobro” (guitarra americana ressonante). E John Klima serve-se dos baixos: eléctrico e aústico.
Sem surpresa, a actuação no Maria Matos foi de encontro ao som do disco, assentando sobretudo numa toada ambiental, quase atmosférica. Era Adriana Sá quem lançava o mote, em sons quase sussurrados, que foram evoluindo e se transformando. Longe do protótipo de “guitar-hero”, a intervenção de Trips é aqui controlada, contida. Dedilhando as cordas ou servindo-se do corpo do instrumento como objecto de percussão, Trips foi acrescentando com cuidado alguns raios de luz à música nebulosa do grupo. O baixo de Klima, por vezes irregular, outras vezes quase gingão, acrescentava a necessária densidade.
Desta combinação cresceu um som envolvente, absorvente. Ora embrenhada num estado de tensão, ora imersa numa imensa letargia, a música do trio Sá/Trips/Klima não cede à delicadeza, prefere viajar na calmaria do ambiente enevoado, deliciosamente rugoso. Sem espinhas.
A música é guiada pela partitura gráfica de Adriana Sá, onde as intervenções de Trips e Klima são precisas. A participação instrumental de Adriana passa pelo zither/saltério, dedilhado e tocado com arco, e ainda a manipulação de samples. Tó Trips, um dos rostos dos Dead Combo, explora aqui unicamente o “dobro” (guitarra americana ressonante). E John Klima serve-se dos baixos: eléctrico e aústico.
Sem surpresa, a actuação no Maria Matos foi de encontro ao som do disco, assentando sobretudo numa toada ambiental, quase atmosférica. Era Adriana Sá quem lançava o mote, em sons quase sussurrados, que foram evoluindo e se transformando. Longe do protótipo de “guitar-hero”, a intervenção de Trips é aqui controlada, contida. Dedilhando as cordas ou servindo-se do corpo do instrumento como objecto de percussão, Trips foi acrescentando com cuidado alguns raios de luz à música nebulosa do grupo. O baixo de Klima, por vezes irregular, outras vezes quase gingão, acrescentava a necessária densidade.
Desta combinação cresceu um som envolvente, absorvente. Ora embrenhada num estado de tensão, ora imersa numa imensa letargia, a música do trio Sá/Trips/Klima não cede à delicadeza, prefere viajar na calmaria do ambiente enevoado, deliciosamente rugoso. Sem espinhas.
· 08 Mar 2014 · 15:31 ·
Nuno Catarinonunocatarino@gmail.com
ÚLTIMAS REPORTAGENS
ÚLTIMAS