Ao terceiro rol, a dupla americana mostra que não perdeu o norte e apresenta mais um conjunto de canções que deixam 2010 um pouco mais feliz. Teen Dream pode parecer curto em ambição e intenção, mas é mais que suficiente representar um aglomerado de grandes músicas, daquelas que as caras-metades costumam sussurrar ao ouvido, sem receio: “a nossa canção”.

Claro que já casos de amores mais selvagens em ambientes igualmente bucólicos, como o caso de “Zebra”, mas o universo dos sonhos dos Beach House vai mais além, ou não fosse “Silver Soul” um pedaço de música que contém tudo o que é preciso para nos deixar felizes, pedaço de música feito de melancolia e guitarras soluçantes, enquanto Victoria Legrand – com o seu timbre inconfundível – vai clamando por mais e mais amor.

A dream pop é isto, a capacidade de levar gente que vive 365 dias por ano rodeada de betão e bestas para sítios onde o horizonte não tem fim. E quando com nota máxima, como é o caso deste Teen Dream, é capaz de ainda mais. O suspiro no final de cada canção, o sorriso aprovador, sem nada a desejar. Para sorte de quem se deparou com este disco (azar para quem não o fez), é exactamente isso que os americanos provam ser capazes de levar a cabo, ainda para mais sem grande aparato, recorrendo a pouca coisa a mais que a simplicidade. E não há nada tão bom como isso.

É por isso que Teen Dream se apresenta, por assim dizer, como uma colectânea de pequenos (grandes) hinos bem-intencionados e cheios de deixar mossa mesmo nos espíritos mais ásperos.

Nota mental/musical: o fade out já perdeu a pinta.