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A jornada do samurai segundo Túlio Augusto
· 04 Mar 2019 · 16:07 ·
© Emilia Suto

Dois anos depois de se ter estreado com Blue Spell, o músico e professor brasileiro sediado em Portugal Túlio Augusto prossegue a sua “musha shugyō” (jornada do samurai) com Solitário, idiossincrático e heterogéneo disco que estreará em Setembro deste ano.

Revendo-se no conceito japonês, este Solitário é a jornada solitária, “diferente de sozinho” como Túlio nos faz questão de frisar, feita através dos lugares e histórias que ajudaram a construir um caleidoscópico mundo onde uma guitarra eléctrica e uma harmónica ajudam a fundir o blues com elementos de jazz, música brasileira (sobretudo nordestina) e portuguesa (baseada nas tradicionais composições para concertina).

“Ambos os instrumentos aparecem muitas vezes na história da música como o refúgio dos solitários. Solitário é, antes de tudo, um exercício de desapego e um exercício para saber lidar com a ausência”, explica-nos o músico. Um caminho de reflexão e superação de dificuldades que ajudam Túlio a traçar paralelos socioculturais entre o seu Nordeste natal e o Mississipi, casa materna e paterna dos blues: “o nordeste brasileiro, assim como o berço do blues nos Estados Unidos, o Mississipi, tem parte da sua história e cultura ligada a um rio: o São Francisco. Gosto de pensar dessa maneira e traçar paralelos socioculturais, tais como as dificuldades na vida, os contínuos encontros e desencontros, a vida simples, etc.”

Nesta jornada de encontros, desencontros, cruzamentos e linhas paralelas que se fundem no horizonte chamado Solitário mora “Blues Peregrino”, tema composto durante uma tournée do músico pela Galiza e que sintetiza esta “musha shugyō”:

Fernando Gonçalves
f.guimaraesgoncalves@gmail.com

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