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Doclisboa ´12: muitas músicas, muitos destaques
· 04 Out 2012 · 19:14 ·
Shut up and play the Hits

O Doclisboa está aí a chegar. A décima edição do festival internacional de cinema decorre entre os dias 18 e 28 de Outubro e, como habitualmente, a música vai ter um lugar de destaque na programação. A nova direcção do "Doc" - constituída por Cinta Pelejà, Cíntia Gil e Susana de Sousa Dias - esclareceu-nos algumas questões.

Quais as principais novidades desta edição do Doclisboa?

Susana de Sousa Dias: Em primeiro lugar, assumimos este festival como resultado de um trabalho colectivo, enquanto direcção colectiva, mas também no modo como vemos a nossa equipa e trabalhamos com ela. Em segundo lugar, criámos três novas secções, Verdes Anos, com a qual se pretende dar voz a realizadores em formação, no contexto de escolas de vídeo, cinema, audiovisuais e comunicação, bem como em cursos de pós-graduação relacionados com o cinema e em particular o cinema documental; Cinema de Urgência, com filmes dedicados a temas importantes da actualidade que nos chegam através das próprias experiências dequem os capta, e cuja divulgação é feita através de meios não convencionais, nomeadamente a internet. São filmes que, sendo feitos directamente sobre os acontecimentos políticos e sociais imediatos, devem ser pensados também como objectos cinematográficos de direito próprio.

Cíntia Gil: A terceira nova secção, Passagens, pretende dar conta de um fenómeno fundamental no campo do documentário, os seus cruzamentos com o campo das artes visuais. Queremos não só mostrar, mas também pensar de modo vivo, estas questões envolvendo artistas, realizadores, teóricos e críticos, e igualmente o público do festival, um público profundamente implicado e interessado nas questões que se colocam em debate.

Cinta Pelejà: Neste âmbito, será realizado um colóquio internacional e uma exposição com instalações de Chantal Akerman e Pedro Costa. Por último, mas bastante relevante é a delineação de uma programação que aposta em filmes portugueses, opção transversal a praticamente todas as secções e programas do festival.

A música vai continuar a ter um lugar especial, na secção "Heart Beat"?

Cíntia Gil: Tem um lugar especial e continua a ser uma grande aposta do Doclisboa, sendo uma importante componente do festival. Tal como acontece em praticamente todas as secções, também na secção Heart Beat apostámos, este ano, emfilmes portugueses, uma situação inédita no Doclisboa.

Cinta Pelejà: São cinco no total, sendo que, para além de, pela primeira vez existirem produções nacionais, o filme Visões de Madredeus, de Edgar Pêra é o filme de abertura do Heart Beat. Depois, temos Genesis Encore Cascais 75 (João Dias) sobre o mítico concerto que a banda realizou em Cascais em 1975, A Minha Banda e Eu com ambientes de Semba e Kizomba (Inês Gonçalves, Kiluanje Liberdade), O Fado da Bia (Diogo Varela Silva) sobre a fadista Beatriz da Conceição, e Não me importava de morrer se houvesse Guitarras no Céu (Tiago Pereira), filmado nos Açores, sobre o universo musical da Chamarrita, típica daquele arquipélago.

Quais os principais destaques da secção "Heart Beat" nesta edição?

Cinta Pelejà: É uma secção bastante transversal, desde o fado, até ao jazz, passando pela música erudita até ao rock e à música electrónica. Para além do grande destaque aos filmes portugueses, apresentamos, por exemplo, Lucky Three, um retrato acústico do cantautor Elliott Smith, os filmes Don Cherry sobre o famoso trompetista de jazz, Benjamin Smoke sobre o líder dos Smoke ou um retrato sobre os Phoenix em From a Mess to the Masses. Em 2012, a exibição dos filmes Heart Beat estende-se para além as salas de cinema, como acontece com o filme Shut up and play the Hits: o Fim dos LCD Soundsystem, que nos mostra o que está por de trás do último concerto realizado após James Murphy ter anunciado o fim da banda, que será exibido no LuxFrágil, no dia 25 de Outubro.
Nuno Catarino
nunocatarino@gmail.com

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